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Inácio era bispo de Antioquia, na Síria. No ano 107 dC, durante a perseguição
de Trajano, foi preso e enviado
para Roma. Nas paradas que eram feitas para descanso, aproveitava para
escrever às igrejas que o tinham recebido ou mandado alguma visita. Foi
martirizado em Roma, segundo o testemunho de Eusébio.
Esta carta, assim como as outras seis reconhecidas, nos chegou em duas versões: uma curta
(mais próxima ao original, segundo os pesquisadores) e outra um pouco mais longa. Entre os
destaques, vemos que a Igreja visível já estava estruturada em três graus
como ainda é hoje: bispos, presbíteros e diáconos. Cabe ao bispo a
presidência e a ele todos devem estar submissos (caps. II a V). Também a
questão da observância do sábado, defendida pela seita dos judaizantes, é
abordada: "não observamos mais o sábado, mas o Dia do Senhor (=domingo)" (cap. IX), de
onde se conclui, pela antiguidade da fonte, que a observância do domingo
pelos cristãos é, de fato, instituição apostólica. Mas Inácio vai ainda mais
longe contra os costumes judaicos: "É absurdo professar Cristo Jesus e
judaizar. O Cristianismo não precisa abraçar o Judaísmo, mas o Judaísmo
deve abraçar o Cristianismo" (cap. X), complementado, na versão longa, com uma
expressão mais contundente: "o Judaísmo agora chegou ao fim".
Tradução e introdução: Carlos Martins Nabeto.