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SEGUNDA CARTA CLEMENTINA
Autor: Atribuída a São Clemente de Roma
Tradução: Carlos Martins Nabeto

Eusébio (Hist.Eccl. III,38,4) afirma a existência de mais outra carta de São Clemente; declara, não obstante, que nenhum dos antigos padres - enquanto saiba - dela se serviu. Na tradição manuscrita, a autêntica carta clementina (1Clemente) é seguida de um texto endereçado aos coríntios. Esta (2Clemente), na verdade, não é uma carta, nem Clemente é seu autor, como o demonstram as diferenças estilísticas; constitui, ao contrário, a mais antiga homilia cristã que se conhece.

Esta valiosíssima relíquia da liturgia das comunidades eclesiais primitivas foi produzida, evidentemente, antes de 150 dC, talvez em Corinto. O pesquisador Harnack atribui a autoria a Sótero, bispo romano, pelo ano 170; já R. Harris e Streeter optam por Alexandria, como lugar de proveniência.

A homilia descreve a exímia grandeza dos benefícios de Cristo, o qual atraiu mesmo os pagãos. Em sinal de reconhecimento devemos confessar a Cristo por nossas obras, temer a Deus mais do que aos homens, desprezar o mundo, não recear sequer o martírio. A graça do batismo obriga à penitência e à pureza corporal; embora o neguem os gnósticos, ressuscitará a carne. Diversas outras exortações à penitência e à expectativa da futura glória concluem o singelo sermão. [Fonte: "Patrologia", B.Altaner/A.Stuiber, ed. Paulinas, pp. 97/98].