A g n u s D e i

PERGUNTAS E RESPOSTAS
Comunhão sob as Duas Espécies
Comunhão na Mão X Comunhão na Língua - II

  • Tréplica de R.José à resposta anterior:

    Carlos,

    Obrigado pela caridade de me responder tão prontamente.

    • Eu é que agradeço pela ótima conversa que estamos tendo. Obrigado!

    Olha, quanto ao problema de receber a comunhão na mão eu vou comentar mais abaixo, pois gostaria que o senhor tentasse perceber um fato que talvez tenha lhe passado despercebido. O problema não está no fato de receber a HÓSTIA consagrada na mão, mas sim no fato de recebê-La, andar com ela para outra fila, mergulhá-la no vinho e trazer a HOSTIA com o VINHO (pingando no chão?!) até a boca. Esse ato de comungar dessa maneira foi condenado pela Papa João Paulo II. Nem mesmo o ministro EXTRAordinário da eucaristia o pode fazê-lo.

    • Na verdade, a probabilidade citada acima não me passou despercebida. É que, no meu entendimento, não há como (numa comunidade bem instruída, evidentemente) posicionar distantemente o ministro que distribui a Hóstia do ministro que suporta o cálice com o Vinho (de maneira que não existirá, como você supõe, uma segunda fila; pelo contrário, o ato de se "dirigir" a outro ministro que segura o cálice não significa necessariamente que este se encontra distante do primeiro, mas sim que se trata de um outro ministro que não é o mesmo que distribui a Hóstia).

      Lembre-se, ainda, que o fiel deverá comungar na frente do(s) ministro(s) e não voltar ao seu lugar permitindo que o Preciosíssimo Sangue do Redentor pingue pelo chão. Aliás, esse é um dos principais motivos pelos quais a Igreja recomenda que se distribua aos fiéis somente o Pão, reservando a comunhão sob ambas as espécies para ocasiões especiais (v. IGMR nº 242) ou para grupos pequenos de fiéis.

      Logo, sempre que houver distribuição da eucaristia sob ambas as espécies, o ministro deverá cercar-se do máximo cuidado possível, providenciando todos os cuidados necessários para que não ocorram verdadeiras "tragédias", como a que você apontou!

    Torna-se um sacrilégio a partir do momento que se perde totalmente o respeito pelo Cristo presente verdadeiramente na hóstia e a partir do momento que os fiéis ficam iguais a aspiradores de pó chupando as partículas da mão, quando não as espanam na calça ou na camisa.

    • O problema apontado, entretanto, é de cunho catequético... Que boa parte dos que se dizem "católicos" no Brasil é despreparada, não discuto, pois é uma realidade, infelizmente (é por isso, aliás, que muitos "católicos" simplesmente mudam de religião...). Tal despreparo, porém, é que provoca atitudes tão deprimentes quanto as que você citou :(

      Mesmo assim, como matéria disciplinar que é, a Igreja pode sim considerar a comunhão na mão como válida (como de fato é), pois tem autoridade para isso, inclusive de criar outras formas.

      Veja bem: se você quiser discutir se já não é hora da Igreja no Brasil voltar a distribuir a comunhão diretamente na língua como forma de evitar abusos que podem estar ocorrendo em muitas comunidades, sem problema algum da minha parte... Contudo, afirmar que distribuir a comunhão na mão é um sacrilégio, ainda que em comunidades bem preparadas (e existem muitas!), desculpe-me, mas não posso concordar com isso porque senão estaríamos discutindo um ponto doutrinário, uma regra de fé, de modo que poderíamos cair no erro de afirmar que a Igreja não é a coluna e o fundamento da Verdade, como lemos em 1Tim 3,15. Ora, se a Igreja, em sua Instrução "Immensae Caritatis" afirma que é válida a comunhão na mão, desde que observados certos cuidados e sob certas circunstâncias, então o assunto está definido: é uma prática válida ao lado da comunhão na boca.

    Sobre a tradição da comunhão na mão: Instrução "Memoriale Domini".

    • Obrigado pela lembrança! ;)

    Segundo notícias católicas de várias agências, a Sagrada Comunhão na mão não foi sequer discutida no Concílio Vaticano II; não consta em nenhum dos seus documentos, nem é determinada por decreto da Sé Apostólica. É de iniciativa privada, cuja experiência surgiu na Holanda, e depois se estendeu à Alemanha e outros países. O Santo Padre, então preocupado com tal inovação, enviou um questionário aos bispos do mundo inteiro solicitando a opinião dos mesmos a respeito, cujo o resultado foi o seguinte: favoráveis a comunhão na mão: 567. contrários: 1233. A grande maioria opinou pela manutenção do costume milenar, adotado por graves razões, as quais longe de estarem superadas, permanecem vivas e ainda acrescidas de outras não menos preocupantes.

    • Aqui também o problema não é se o assunto foi ou não discutido pelo Vaticano II ou se foi de "iniciativa privada". O problema que discutimos é: 'A comunhão na mão é um sacrilégio? Sim ou Não?'. Se sim, a Igreja deve *proibir* tal prática baseada em conceitos doutrinários e não simplesmente tradicionais; se não, a Igreja deve *permitir* essa prática, ainda que recomende a forma tradicional da comunhão na língua. E o que vemos na Instrução "Immensae Caritatis"? O reconhecimento da validade de ambas as práticas! E nem podia ser diferente porque a matéria é disciplinar!

    Como a situação permanecia, o Santo Padre publicou uma instrução chamada "Memoriale Domini" que determina o devido respeito a ser dado ao Santíssimo Sacramento:

      "(...) que ninguém (...) coma esta Carne sem antes a adorar": e a quem a come se dirige esta advertência: "... recebe com cuidado de nada perder. É em verdade o Corpo de Cristo."

    • O que não exclui a comunhão na mão, desde que feita com a devida reverência...

      "Levando em conta a situação atual da Igreja no mundo inteiro, esta maneira de distribuir a santa comunhão deve ser conservada, não somente em razão de sua multissecular tradição, mas principalmente porque exprime o respeito dos fiéis em relação à Eucaristia. Este uso, aliás, em nada fere a dignidade pessoal de quem recebe tão alto sacramento, ao contrário, favorece a preparação exigida para que o Corpo de Deus seja recebido de maneira mais frutuosa."
    • Perfeito! Trata-se de uma recomendação favorável à comunhão na língua e não de uma proibição da comunhão na mão... E a Instrução "Immensae Caritatis" assegura o desejo do fiel em receber a comunhão na língua ainda que naquela comunidade o costume seja a entrega da comunhão na mão.

      "Além disso, essa maneira de fazer, que já deve ser considerada como tradicional, assegura mais eficazmente o respeito, o decoro e a dignidade com o que convém distribuir a Santa Comunhão, garante também o afastamento de qualquer perigo de profanação da Espécies Eucarísticas, nas quais, "de um modo único o Cristo total e inteiro, Deus e homem, se acha presente substancialmente e permanentemente";

    E, enfim, essa maneira de ministrar o sacramento assegurava a cuidadosa atenção relativa aos fragmentos sagrados como a Igreja recomendou:

      "considera o que deixaste cair como parte de teus membros que assim te falarão".

    • Esta passagem concorda com o que eu disse um pouco mais acima: a falta de instrução catequética é responsável pelo despreparo de muitos "católicos". Uma comunidade bem preparada pode gozar melhor da Eucaristia tanto recebendo-a na mão quanto na boca; uma comunidade menos preparada deve recebê-la diretamente na boca para aprender a respeitá-la, conhecer seu real valor. Entretanto, uma comunidade completamente acomodada e despreparada pode receber a comunhão na boca ou na mão que o efeito será, infelizmente, o mesmo: nenhum!

    Depois de publicado essa instrução, o Papa enviou três perguntas aos bispos do mundo inteiro e as repostas "mostraram que a forte maioria dos bispos acha que nada deve ser mudado na disciplina atual; e que, tal mudança ofenderia o sentimento e a delicadeza espiritual desses bispos e de numerosos fiéis."

    • Note como essa passagem concorda com o que eu já disse sobre a matéria: é uma questão disciplinar ("nada deve ser mudado na disciplina atual"). Portanto, como se trata de disciplina e não de doutrina (uma verdade da fé), pode aceitar variações desde que não comprometa a tradição doutrinária (e foi o que ocorreu com a edição da "Immensae Caritatis", permitindo a comunhão na mão...).

      O fato de a maioria dos bispos apoiar a comunhão na língua não significa, de maneira alguma, que a comunhão na mão seja inválida... Trata-se de mera recomendação, não é um ensino doutrinário.

    Pelo histórico mencionado neste documento supra, percebemos que a Santa Igreja, desde os tempos apostólicos, tem esmerado cuidado, a fim de que a Sagrada Comunhão não se receba sem o profundo recolhimento e espírito de adoração.

    • Sim, a Igreja praticou e guarda especial carinho pela comunhão na boca, mas não descarta a possibilidade da comunhão na mão (e a reconhece como forma válida). Isto também é um fato...

    Esclarece a referida Instrução que, no início, o ministério do Corpo e Sangue de Cristo era confiado aos ministérios sagrados (sacerdotes) e aos diáconos, mas a função de levar a Santa Eucaristia aos enfermos, não tardou a ser confiada exclusivamente aos sacerdotes, a fim de melhorar assegurar o respeito devido ao Corpo de Cristo; e também que, em razão do conhecimento mais aprofundado da presença real de Cristo nas Sagradas Espécies, aprimorou-se o respeito devido a esse grande Sacramento, e a humildade com a qual deve o mesmo ser recebido. Estabeleceu-se então o costume pelo qual deveria o próprio sacerdote colocar a partícula consagrada na língua do comungante. Foi com essas considerações que o Santo Padre, levando em conta, também, o julgamento emitido pela significativa maioria do Episcopado mundial, e de modo especial, "o bem comum da Igreja", manteve o costume tradicional multissecular.

    • Perfeitamente! Você usou o termo correto no final da sua explanação: "O Santo Padre ... *manteve* o costume tradicional". Sim, ele *manteve*, jamais o considerou como forma inválida (e eu também não posso e jamais quis considerá-lo como tal); porém - repito - porém, ele também não considerou a comunhão na mão como forma inválida (e nem poderia)...

    Não há, pois, a menor dúvida de que a Santa Sé mantém o costume tradicional de dar a Sagrada Comunhão na língua do comungante.

    • Jamais afirmei o contrário. O que venho dizendo é que a comunhão na mão não é uma forma inválida e muito menos sacrílega, desde que feita com os devidos cuidados. A comunhão na mão é, pois, uma forma adicional e possível...

    O Papa, entretanto, considerando a "situação de fato" onde em alguns países vinha-se dando a Santa Comunhão na mão dos fiéis, determinou que as Conferências Episcopais que tal desejassem, deveriam, mediante voto secreto, solicitar a necessária autorização, desde que, apoiadas com o mínimo de 2/3 dos seus componentes, e que, em caso de tal prática (a comunhão na mão), todos esforços precisariam ser empregados a fim de se evitar os riscos e perigos que esse costume acarreta.

    • E porque o papa "considerou a situação do fato"? Obviamente porque não há como doutrinariamente proibir a comunhão na mão uma vez que o "problema" é de natureza puramente disciplinar...

      O Brasil, como já disse no meu e-mail anterior, solicitou a referida autorização em novembro de 1974... e a obteve!

    A Sagrada Congregação para o Culto Divino, esclareceu que a licença (juxta modum) para se dar a Comunhão na mão, isenta os bispos da obrigação de adotar tal costume, sendo os mesmos livres de agirem conforme suas próprias consciências.

    • Exatamente! E por quê? Porque não se pode nivelar todas as comunidades pela melhor; existem comunidades bem preparadas assim como existem comunidades péssimamente preparadas. Para estas últimas, o melhor seria que se adotasse o "antigo costume" da comunhão na boca; para as primeiras, entretanto, qualquer uma das formas se revelaria como muito proveitosa...

    Que a Santíssima Virgem Maria, "Rosa Mística e Mãe da Igreja", interceda ao seu divino Filho, a fim de que a Santa Sé, iluminada pelo Celeste Espírito, volta atrás e revogue as licenças concedidas, uma vez que, impossível é, por mais que se esforcem os sacerdotes, evitar profanações ao Santíssimo Sacramento, colocando as partículas consagradas na mão dos comungantes.

    • Por favor, me perdoe, mas não concordo com você. Para que a Igreja tomasse tal atitude, seria necessário que *todos* os católicos que comungam "na mão" estivessem tratando com desdém o Santíssimo Corpo do Senhor...

      Não estou afirmando que não existem abusos, contudo não há como sustentar que, mesmo que se proibisse a comunhão na mão, alguém que assim comungasse estaria "cometendo um crime", pois *doutrinariamente* (observe bem a palavra que empreguei agora aqui) tal comunhão seria ainda tida como válida...

      Querer renegar este tipo de prática de comunhão seria o mesmo que tentar renegar a eficiência do batismo numa criança que ainda não atingiu a idade da razão, ou negar a eficiência do batismo por aspersão (ainda que esta forma não seja mais citada nem no Código de Direito Canônico).

    "E depois não foi o próprio Paulo VI, que na Instrução "Memoriale Domini", reconhecendo os graves riscos que a Comunhão na mão ocasionam, entre os quais, a diminuição da fé na Presença Eucarística, menor reverência para com o Santíssimo Sacramento, profanação das Sagradas Espécies e queda de fragmentos das Hóstias consagradas, manteve o costume tradicional (embora com algumas concessões "juxta modum"), por ser o mesmo isento de riscos ou perigos de profanações ao Sacrossanto Mistério da nossa Fé? Por que então não confirmar o procedimento do Concílio de Trento, que, ao examinar o assunto, determinou se conservasse o costume vindo de tantos séculos de se dar a Comunhão na língua dos comungantes, por assim o exigir a santidade devida para com o Santíssimo Sacramento do Altar e o próprio bem da Igreja Universal?"

    • Volto à pergunta que fiz no meu e-mail anterior: se o papa Paulo VI condenasse tanto a comunhão na mão e se *realmente* existisse um problema doutrinário para tal prática, então porque ele mesmo não aproveitou para revogar a Instrução "Immensae Caritatis"?

    Em Roma, não é costume a distribuição da comunhão na mão.

    • Da mesma forma como atualmente no Brasil não é costume a comunhão na língua...

      Veja bem: não importa se é ou não costume aqui ou acolá a distribuição da comunhão na língua ou na mão... O que realmente importa é a eficácia do Sacramento. Conferindo-se de forma inválida, o Sacramento - por maior que seja a fé do fiel - também será ineficaz. Por exemplo: se eu, que sou católico, conferisse um batismo apenas "em nome de Jesus", você poderia afirmar que o batizando recebera um Sacramento válido? Certamente que não, porque o batismo é conferido "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Esse meu pobre batizando teria que se submeter a um rebatismo para que o Sacramento operasse validamente (cf. cân. 869 CDC).

    São inconsistentes, pois, os argumentos de alguns sacerdotes, que indiferentes à Palavras de Deus que declara "não ser a Sagrada Escritura objeto de interpretação particular" (2 Ped 1,20) e, em franca oposição ao constante ensino do Magistério, insistem em dar a Sagrada Partícula na mão dos fiéis, apoiando-se à revelia da Cátedra de Pedro, na passagem evangélica que diz: "Tomai e comei..."

    • Desculpa, mas seria, de fato, um atentado contra as Escrituras (e também contra a Igreja) afirmar que a comunhão só pode ser conferida na boca do fiel. Se isso fosse verdade, jamais a Igreja - fosse a pressão que fosse - teria consentido a comunhão na mão...

    Assim se expressa o Concílio de Trento:

      "Na Comunhão Sacramental sempre foi costume na Igreja de Deus receberem os leigos a Comunhão das mãos dos Sacerdotes, e os sacerdotes darem-na a si próprios quando celebram (Cân 10). Com razão e justiça se deve conservar este costume, como proveniente da Tradição Apostólica." (Sessão XIII, Cap. VIII).

    • E como todo costume, está sujeito às condições do tempo, espaço e condições...

      Observe que o Santo Concílio não apresentou nenhum conceito doutrinário para sustentar sua posição, apenas desejou manter as regras disciplinares em virtude - certamente - das heresias protestantes contra a presença real de Cristo na Eucaristia. Foi, assim, uma atitude necessária para aquele momento; mas jamais classificou como herege ou inválida a comunhão na mão.

    Escreve Dom Manoel Pedro de Cunha Cintra, que proibiu a distribuição da Comunhão nas mãos na sua diocese:

      "(...) A faculdade de depositar a partícula consagrada na mão dos fiéis não foi outorgada sem graves cuidados e reservas. Principalmente Roma adverte para o perigo de:

        a) diminuição da fé na presença eucarística;

        b) menor reverência para o Santíssimo Sacramento;

        c) profanação das espécies eucarísticas;

        d) descuido dos fragmentos que devem merecer diligente atenção."

      (Adaptado do livro "O Mistério Eucarístico na Voz do Magistério da Igreja", de Thomaz Lodi).

    • Talvez esses problemas tenham sido sentidos na comunidade de d. Manoel, o que justifica a atitude do ilustre senhor. Mesmo assim, ele não teria como afirmar que a comunhão na mão é uma forma inválida de distribuição...

    A Traditio, em nenhum momento da página, nega a primazia de João Paulo II e de Paulo VI. São fiéis às normas de ambos os Papas, quando não tentam distorcer a verdadeira tradição da Igreja, como o Concílio Vaticano II o fez com a liturgia. Não são tradicionalista; são católicos como todos deveriam ser. Conhecedores da doutrina.

    • E nem poderiam negar a primazia destes papas, senão seriam cismáticos (no mínimo) e certamente não estariam na minha lista de links recomendados. Mas, ainda que sejam "fiéis" ao magistério de ambos os papas, parece que não reconhecem a validade da "Immensae Caritatis" que - queira ou não - possui aprovação papal.

      Eles podem defender a comunhão na boca à vontade, mas nunca poderão afirmar que a comunhão na mão é inválida, comprometendo a eficácia do Sacramento; podem também encontrar um milhão de motivos para manter a "antiga tradição", mas jamais terão base doutrinária para negar a validade do Sacramento dado na mão e perfeitamente consumido...

      Quanto às reformas litúrgicas promovidas pelo Vaticano II, considero-as como acertadas porque os padres conciliares estavam legitimamente reunidos na presença do Espírito Santo. Recebendo a confirmação do papa (como de fato recebeu), não se pode ter dúvidas de suas reformas.

    Comentários sobre o rito antigo. O Concílio de Trento declarou sobre o latim na missa:

      Cap. VIII - Não se celebre a Missa em língua vulgar: explique-se seus mistérios ao público. Ainda que a Missa inclua muita instrução para o povo fiel, sem dúvida não pareceu conveniente aos Padres que ela seja celebrada em todas as partes em língua vulgar. Por este motivo, ordena o Santo Concílio aos Pastores e a todos que tenham cura de almas, que conservando em todas as partes o ritual antigo de cada igreja, aprovado por esta Santa Igreja romana, Mãe e Mestra de todas as igrejas, com a finalidade de que as ovelhas de Cristo não padeçam de fome, ou as crianças peçam pão e não haja quem o reparta, exponham freqüentemente por si ou por outros, algum ponto dos que se leêm na Missa, no tempo que esta se celebra entre os demais, declarem especialmente nos domingos e dias de festa, algum mistério deste santíssimo sacrifício."
    • Sim... e o que víamos nas missas quando o latim deixou de ser conhecido pela grande maioria do povo? Fiéis rezando o terço ou fazendo outras coisas, menos compreendendo o real significado da missa. É certo, entretanto, que ainda hoje muitas celebrações litúrgicas são mal compreendidas. Por isso que insisto: é necessário catequese... muita catequese...

    Será que inexistem mesmo [comunidades que celebram a missa em latim]? Será que não existe capela que promova este "estilo" de missa. O senhor já leu a Bula Quo Primum Tempora do Papa Pio V?

    • Não estou dizendo que não existam exceções. São Paulo disse: "Todos pecaram" e a Igreja crê que em Maria inexiste qualquer mancha do pecado. Lógico que existem exceções, só que são *raríssimas* exceções, não há como negar...

    Conheça a página http://www.capela.org.br

    • Tentei acessar, mas ela faz uso de alguns recursos de Java que não funcionam no meu browser; só consegui ver a página principal, mas não consegui acessar nenhuma das áreas... Por favor, me encaminhe os artigos que você considera interessantes nesse site para que eu possa ter uma vaga idéia do que se trata.

    O senhor faz vários comentários sobre os textos que traduzi, mas esquece de perceber um coisa quando traduz o do Papa João Paulo II e do Paulo VI.

    • Pois vamos a eles então...

    Se o Concílio de Saragossa, assim como todos os sínodos e concílios citados pelo senhor condenam a comunhão na mão; Para que isso pudesse ter sido feito, com certeza já existiam pessoas comungando na mão ou tentando colocar essa idéia em prática. Ou seja, o concílio veio impedir que essa prática se tornasse um abuso.

    • Sim, existiam igrejas que praticavam a comunhão na mão e deveria estar ocorrendo abusos na *maioria* delas, não necessariamente em todas. O concílio simplesmente quis se precaver que o abuso se tornasse geral.

      Mesmo assim, pergunto: o referido Concílio proclamou que a forma da comunhão da mão fosse inválida? Não. Simplesmente adotou uma medida que - naquele momento - favorecesse mais a catequese.

    Como o senhor mesmo falou, os ministros são extraordinários da eucaristia. Não são ordinários. Ordinário significa que toda missa tem ministro. Extraordinário significa que em caso de muita necessidade (padre incapacitado, quantidade de pessoas exagerada na missa, etc.) pode-se fazer uso desse ministros. Será que o quadro hoje não se inverteu? Não temos hoje ministros em todas as missas?

    • Sim, os ministros ordinários são os sacerdotes; os extraordinários são os leigos. Logo, também o leigo (após a devida preparação e formação) pode tocar na Hóstia Santa. Ora, se todos os católicos fossem realmente preparados, que mal teria receber a hóstia na mão?? Como muitas comunidades não são, pode-se, evidentemente, optar-se pela comunhão na boca, para favorecer a catequese.

      A atual "inflação" de ministros extraordinários é devida à mudança de visão da teologia da Eucaristia: antigamente poucos eram os fiéis que se habilitavam a comungar; hoje quase todos comungam (comunhão-banquete). É certo que, nas comunidades pequenas, o padre consegue "dar conta do recado" sozinho; mas o mesmo não ocorre nas grandes comunidades...

    Porque Paulo VI concedeu eu não sei, mas posso chutar que ele não leu essas declarações todas acima, pois se tivesse lido não o teria aceitado. Não existe motivo para se permitir comungar na mão. Essa comunhão provoca abusos, diminui o respeito e adoração ao Corpo de Cristo e todos os Papas e Santos da Igreja perceberam isso e proibiram. Se Paulo VI não percebeu, não posso ser conivente com tal ato. Apesar da CNBB ter insistido em conseguir a permissão (por quê?) mesmo depois da maioria dos bispos do mundo não ter aprovado a prática, eu gostaria muito que esse tipo de coisa não existisse em minha diocese, mas...

    • Paulo VI era um homem extremamente experiente (pertenceu ao Serviço Diplomático da Santa Sé, exerceu funções de Secretário de Estado, era assistente espiritual da União dos Estudantes Católicos da Itália, foi sub-Secretário de Estado, era um dos mais próximos colaboradores de Pio XII e participou do Concílio Vaticano II) e culto; certamente teve acesso a todas as declarações de que você trata.

      Por isso, é certo que Paulo VI sabia muito bem o que fazia ao conceder as autorizações, bem como também sabiam o que faziam as Conferências Episcopais (entre elas a CNBB) as solicitar as autorizações.

    Da mesma forma que hoje a liturgia não obedece nem mais o cânon de Paulo VI, o respeito ao Santíssimo não existe. Da mesma forma que os padres hoje acreditam que a missa é uma ceia, pondo em dúvida até a transubstanciação, os fiéis vão perdendo cada vez mais a reverência. Jesus disse que o mundo inteiro deveria se ajoelhar perante seu NOME. Imagine perante seu CORPO, SANGUE, ALMA e DIVINDADE. Amemos a Jesus na hóstia consagrada e não deixemos que esses abusos continuem a acontecer.

    • Creio que a cerne da questão está justamento no fato dessa generalização que você está fazendo. Sim, temos problemas, muitos problemas... Fiéis que não praticam o que a Igreja manda, acomodados, tolerantes com heresias verdadeiramente destruidoras... Padres idem e até mesmo um ou outro bispo... Mesmo assim, existem exceções (eu me arriscaria a afirmar: muitas exceções)!

      Jesus, a luz dos povos, disse: "Brilhe a vossa luz!" Falta catequese, falta perseverança, falta muita coisa. Há muito trabalho pela frente... Devemos caminhar e pregar o Evangelho!

      É certo que os abusos na Igreja devem ser combatidos, mas isso só se faz com muita catequese. Quando boa parte dos que se dizem "católicos" realmente descobrirem o que isso significa e o também no que implica, com certeza muita coisa melhorará (independentemente se a comunhão é dada na mão ou na boca porque ambas as formas são válidas como vimos!).