A g n u s D e i
PRIMEIRO CONCÍLIO ECUMÊNICO DE NICÉIA
Os Cânons dos 318 Bispos reunidos em Nicéia da Bítinia (325 dC)
Nos dias do Senhor e de Pentecostes, todos devem rezar de pé e não
ajoelhados.
CÂNON XX -
Doravante, com o intento de que todas as coisas sejam
uniformemente observadas em todo lugar (em cada paróquia), como há pessoas
que se ajoelham no Dia do Senhor e nos dias de Pentecostes, pareceu correto
a este santo Sínodo que as preces sejam feitas a Deus, ficando todos de pé.
- Nota sobre o Cânon XX:
Embora na Igreja Primitiva a posição ajoelhada fosse a comum para
rezar, contudo, prevaleceu um costume dos tempos mais primitivos, de
ficar de pé para rezar, no dia do Senhor e durante os 50 dias entre a Páscoa
e Pentecostes. Tertuliano, numa passagem de seu tratado "De Corona Militis",
freqüentemente citado, menciona esse costume entre outras regras que, embora
não ordenadas expressamente pelas Escrituras, eram praticadas
universalmente, fundamentadas na autoridade da Tradição.
"Consideramos
contra as normas" - disse ele - jejuar ou rezar ajoelhado no dia do Senhor;
temos a mesma liberdade nos dias da Páscoa ao de Pentecostes" (De Cor. Mil.
S.3,4). Muitos outros Padres da Igreja citam a mesma prática, porque, como
disse Agostinho e outros, assim se devia comemorar a ressurreição de Nosso
Senhor, significando o descanso e a alegria de nossa própria ressurreição,
assegurada por Nosso Senhor. Este Cânon, como observa Beveridge, é uma prova
da importância formal dada à uniformidade dos ritos sagrados na vida da
Igreja, e levou os Padres de Nicéia a emitirem esta ordem para fortalecer,
com sua autoridade, uma prática que, em si mesmo, era indiferente e não
prescrita, direta ou indiretamente, pelas Escrituras, mas "para que todas
essas coisas sejam observadas da mesma maneira em cada paróquia ou diocese".
Hefele comenta: Nem todas as igrejas, contudo, adotavam essa
prática, porque lemos no Atos dos Apóstolos (20,36 e 21,5) que São Paulo
se ajoelhava durante o tempo entre a Páscoa e Pentecostes.