A g n u s D e i

Testemunhos de Conversão
ROBERTA MOURA

(14o. EJC da Paróquia de N. Sra. Auxiliadora - Niterói - RJ - 1998)

Há mais ou menos 2 anos atrás, eu era uma pessoa que tinha quase tudo que queria na vida: estava na faculdade, trabalhando, tinha um namorado e uma família que eu amava e que me amavam. Daí você deve estar pensando: "quase tudo"? O que pode estar faltando? Ah, talvez um carro! Não, amigo. Nem eu sabia o que estava faltando. Mas chegou a hora em que uma pessoa começou a me abrir os olhos para o que estava faltando, a voltar o meu olhar para um Ser que eu não conseguia ver. Um Ser que não estava presente na minha vida, porque eu não deixava que Ele entrasse em mim.

Então essa pessoa que vinha tentando me abrir os olhos, achou que se eu participasse do EJC(Encontro de Jovens com Cristo), veria este Ser mais facilmente. E você sabia? Eu não queria. No fim, só participei porque esta pessoa nunca me deixaria "em paz" (doce ironia) se eu não fizesse o tal "Encontro". E não tinha jeito de eu me afastar dessa pessoa, pois esta pessoa era o meu irmão.

Por fim, já estava curiosa, ele me falava com tanto entusiasmo deste Ser, que eu já queria conhecê-lo.

O EJC aconteceu. Foi um ótimo fim-de-semana, conheci muitas pessoas; pessoas simpáticas, sorridentes e com um brilho estranho no olhar. Um brilho que eu já conhecia, o mesmo brilho que via nos olhos do meu irmão quando falava do tal Ser. Foi um fim-de-semana agradável e cansativo. Cheio de músicas alegres que falavam de amor. Aquilo me deixou feliz. Feliz por estar em um ambiente cheio de amor e paz. Perguntei a mim mesma de onde vinham tanto amor e paz, e uma voz dentro de minha própria mente me disse que era do Ser, que eu havia conhecido enfim, mas que em um fim-de-semana não era suficiente para amá-lO como os outros O amavam. Mesmo não O amando, eu me senti imensamente bem e feliz.

Acabou o EJC, que pena! De volta à vida corriqueira. Ah, que saudades daquelas pessoas de brilho nos olhos, queria ser como elas. Nas ruas, os olhos não brilham, são opacos.

Tinha um compromisso em mãos. Manter um laço com aquelas pessoas "reluzentes" e com o Ser que eu havia conhecido. Afinal, Ele tudo me deu, e eu não sabia retribuir e nem amá-lO. Tinha que buscar conhecê-lO mais.

Passei quase um ano lendo, ouvindo e conversando com o Ser. Mas acontecia algo estranho; quanto mais eu O conhecia, mais me sentia ligada e vinculada a Ele, e mais eu sentia que tinha que amá-lO, pois Ele sempre me amou. Aos poucos, percebi que eu fazia algumas coisas, que julgava "normais", que O machucava e ofendia, feria-O como se fossem espinhos em seu coração. Comecei então a evitar fazer estas coisas, mas não era o bastante; percebi que quando eu O ofendia, doía em mim também. Então, decidi que não mais O ofenderia, e me arrependi profundamente de todas as vezes que o fiz.

Precisava ainda do seu perdão, para que eu pudesse me sentar a mesa com Ele, para poder renascer junto a Ele. Foi o que aconteceu em outubro de 1997. Ele me perdoou, e como prova disso, me deu de comer a sua própria carne e sangue, para que eu ficasse ainda mais unida ao seu corpo. Existe sinal maior de amor? Eu acho que não. Hoje, eu O amo. O amo mais que tudo na vida. Ele é tudo. Ele é a própria vida. Ele é o ar que eu respiro, a água que eu bebo, o chão que eu piso. Ele é.

Hoje, tenho tudo o que quero na vida: estou na faculdade, trabalho, tenho uma família e um noivo que me amam e que eu amo, tudo o que eu tinha antes. Mas sabe o que aconteceu? Agora, eu os vejo com olhos que hoje brilham. Brilham porque o Ser está neles; Este Ser, você sabe quem é; Ele está em você também, só está esperando uma oportunidade para brilhar.

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