A g n u s D e i

APOLOGÉTICA
É Suficiente ser Católico?
*** A Refutação de um Folheto Protestante ***

III - Conclusão

O folheto "É suficiente ser Católico?" comprova mais uma vez que os protestantes do Brasil pouco fazem para querer conhecer a verdade bíblica, mas preferem importar artigos (principalmente dos Estados Unidos) com uma teologia duvidosa, desconhecida das origens cristãs, e muito individualista. Abusa das passagens bíblicas interpretadas fora do contexto e tenta afastar o leitor do verdadeiro cristianismo, compromissado com Deus e com o homem.

O autor não possui conhecimento bíblico suficiente para provar seu ponto de vista: a não necessidade da religião. Ao tentar, de modo disfarçado, atacar a Igreja católica, demonstra que não a conhece e, em suas contradições, parece também não conhecer nada mais além do que a doutrina protestante da salvação unicamente pela fé. É que, ao dizer que a religião não significa absolutamente nada, ele acaba por destruir o Cristianismo, que também é a religião que ele mesmo professa, já que apresenta algumas passagens bíblicas do Novo Testamento neste seu artigo. Ele não sabe o que é religião: ora, se existem igrejas que pregam o Cristo do Novo Testamento como Salvador e Deus, esse fato diferencia a religião Cristã das outras religiões que não reconhecem esse ponto fundamental da fé cristã. Logo, todo o artigo de Schubert não possui o mínimo valor, já que ele não sabe do que está falando.

A refutação do folheto é simples (às vezes, chega a ser ridícula), basta conhecer um pouco a idéia e os argumentos do autor e comparar com a sã doutrina cristã. Contudo, é lamentável que as pessoas tenham tão pouco interesse pela religião, de forma a se deixarem enganar por um artigo tão inexpressivo...

(Última revisão: 11.03.1998)

IV - Observações

  1. Nunca é demais observar que esses livros do Antigo Testamento, apesar de não pertencerem à Bíblia dos judeus da Palestina (cânon palestinense), eram encontrados na Bíblia dos judeus de Alexandria (cânon alexandrino). A Bíblia da Palestina foi escrita em hebraico e aramaico; a Bíblia da Alexandria é a tradução grega da Bíblia palestinense, acrescidos dos livros revelados aos judeus da diáspora. O Novo Testamento foi escrito em grego, e os apóstolos ao citarem algum livro do Antigo Testamento, usaram a tradução grega. Foi somente pelo ano 90 dC que os judeus se reuniram em Jâmnia e fixaram sua Bíblia usando critérios que evitassem a inclusão de livros que pudessem ter sido escritos fora da Palestina (geograficamente falando). Mesmo assim, os cristãos continuaram a usar a versão grega (chamada Septuaginta). Foi somente no século XVI que os protestantes, encontrando dificuldades para explicar certas doutrinas, resolveram adotar o cânon dos judeus da Palestina. Quem duvidar disso, porque trata-se da versão histórica de um católico, basta procurar uma Igreja Ortodoxa (cujas raízes encontram-se na época do Cristianismo sem divisões) para confirmar este dado. Portanto, se alguém adulterou a Bíblia, certamente não foram nem os católicos, nem os ortodoxos... a conclusão é sua!
  2. A conversão protestante não é vista como uma mudança do modo de viver. Em geral eles enxergam a conversão como mudança de fé. Quando um católico muda para protestante, dizem que ele "se converteu". Se um protestante muda para católico, chamam-no de "desviado, perdido". Se um católico não possui uma vida exemplar é porque não conhece a Deus - dizem; se um protestante não tem uma vida exemplar é porque está sendo tentado, mas mesmo assim manterá sua salvação (exceto se virar católico) - dizem.
  3. Aceitar Jesus como salvador pessoal é um conceito muito individualista e mesquinho. Não se esqueça que Jesus não veio exclusivamente para salvá-lo, mas para salvar toda a humanidade (assim como São Paulo ensina: "Todos pecaram e estão todos destituídos da glória de Deus" (Rm 3,23) ). Ao se doar, morrendo na cruz, abriu o caminho para que todos obtessem a salvação (cf. Rm 5,15; 2Tm 2,10). Mas todo homem é livre inclusive para rejeitar a salvação (cf. Mt 12,31; Lc 10,16;etc.).

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