Paz e bem! Acessei pela primeira vez seu site.
Gostei muito. Acho sua iniciativa muito louvável.
Talvez poderei lhe encaminhar algumas sugestões, a fim de publicar no
seu site.
Agradeço suas cordiais palavras e aguardo suas sugestões e artigos.
Na parte referente "Quem fundou sua Igreja", existe um equívoco
histórico.
Você menciona que a primeira divisão no Cristianismo (sic) ocorreu em
1054, e que o
fundador da Igreja Ortodoxa foi o patriarca Miguel Cerulário. Isto não
correponde à
verdade histórica. A primeira grande divisão ocorreu já após o
I Concílio de Nicéia, de onde surgiu o ramo Nestoriano da Igreja, hoje
reunificado em sua grande
maioria com a Sé Apostólica de Roma (Igreja Católica Apostólica dos
Caldeus de
Babilônia, em processo de aproximação doutrinária com o remanescente
separado Santa
Igreja Católica Apostólica do Oriente - Rito Assírio). Após esta
primeira divisão,
ocorreu a segunda grande divisão após o Concílio de Calcedônia -> os
monofisitas
(Igreja Síria-jacobita, Igreja Apostólica Armênia e Igreja Copta do
Egito, todas em
processo de reaproximação acentuada com a Sé Apostólica de Roma na
atualidade).
São as chamadas Antigas Igrejas do Oriente. Com referência a conhecida
Igreja
Ortodoxa, o patriarca Miguel Cerulário não deve ser considerado
fundador da mesma,
pois o ato de separação foi recíproco da Igreja Ocidental com a
Oriental. Quem
depositou o decreto de excomunhão no altar de Santa Sofia foi um
cardeal romano de
diminuto senso de inteligência! O patriarca apenas retribuiu. Na
realidade foi apenas um
ato formal de uma separação de fato que vinha desde a algum tempo, e
que só se
consumou na realidade algum tempo depois. Como diz o Santo Padre João
Paulo II, a
Igreja católica é formada de dois pulmões: o Oriental e o Ocidental. A
Igreja ortodoxa
pode e deve ser considerada parte da Una Santa Igreja católica e
apostólica.
Um abraço. (James)
Portanto, a atitude de Miguel Cerulário em 1054, não pode ser
considerada como uma atitude de defesa, mas sim de auto-afirmação.
Recorde-se ainda que a Igreja Oriental não foi pêga de surpresa pela
excomunhão, uma vez que a ameaça de excomunhão foi feita repetidas
vezes.
Por outro lado, o que o papa João Paulo II disse é uma realidade e
condiz com a mútua retirada de excomunhão em 1965, solenemente
proclamada pelo papa Paulo VI e pelo patriarca Atenágoras I. Espero que,
ainda durante a minha vida, possa ver se consumar a plena comunhão entre
as duas Grandes Igrejas...
Aproveito para registrar apenas um reparo, que espero que seja aceito:
Vale ressaltar que esse critério era aceito por todas as igrejas,
inclusive pela Igreja de Constantinopla; foi somente no Concílio de
Calcedônia de 451 (séc. V) - por influência política do imperador
Marciano - que se quis conceder a este patriarcado os mesmos direitos e
privilégios de Roma. Tal proposição, contudo, foi veementemente
condenada pelo papa Leão I. Além disso, também devemos recordar que o
papa Leão IX (1049-1059) estava empenhado em regularizar o
relacionamento com a Igreja Oriental, cuja cátedra era ocupada desde
1043 por Cerulário, que lutava ferrenhamente contra a Igreja Ocidental
(inclusive proferindo discursos contra a fé da Igreja latina)
principalmente porque não admitia a sua posição de primazia sobre todas
as igrejas.