A g n u s D e i

A IGREJA DE JESUS CRISTO


  1. Uma História Contínua

    Jesus disse que sua Igreja seria "a luz do mundo" e observou que "não é possível esconder uma cidade estabelecida sobre uma montanha" (Mt 5,14). Isto significa que a Igreja de Jesus é uma organização visível. Por isso, deve possuir características que a distinguam de outras igrejas. Jesus prometeu: "Erguerei a minha Igreja e as portas do Inferno jamais prevalecerão sobre ela" (mt 16,18), o que significa que a Sua Igreja jamais será destruída, nem jamais a abandonará; sua Igreja sobreviverá até seu efetivo retorno.

    Ao contrário das demais igrejas cristãs, apenas a Igreja Católica existe desde os tempos de Jesus Cristo. Todas as outras igrejas se originaram a partir da Igreja Católica: as igrejas ortodoxas orientais quebraram a unidade com o papa em 1054; as igrejas protestantes surgiram a partir de 1517, durante o período histórico conhecido como "Reforma", e a maioria das igrejas protestantes atuais são, na verdade, frutos do tronco protestante original.

    Apenas a Igreja Católica existia no século X, no século V e no século I, ensinando fielmente a doutrina transmitida por Cristo aos Apóstolos, sem nada omitir. A linha de sucessão dos papas pode ser traçada de forma contínua até o Apóstolo Pedro. Nenhuma outra instituição na História consegue tal proeza.

    Até mesmo as mais antigas instituições governamentais são recentes, se comparadas ao papado e o mesmo pode ser dito de todas as igrejas que mandam seus missionários baterem à sua porta: são todas novas se comparadas com a Igreja Católica. Muitas dessas igrejas foram fundadas até pouco tempo atrás, entre os séculos XIX e XX; algumas iniciaram suas atividade depois que você nasceu! Portanto, nenhuma delas pode afirmar que foi a Igreja estabelecida por Jesus!

    A Igreja Católica existe há aproximadamente 2000 anos e enfrentou constante oposição do mundo. Isso, aliás, testemunha sua origem divina. Ela é muito mais que uma mera organização humana, especialmente se considerarmos que alguns de seus membros humanos - inclusive líderes - foram imprudentes, corruptos e até mesmo propensos à heresia.

    Qualquer organização meramente humana, que tivesse tais membros em seu meio, sofreria um colapso logo de início. Contudo, atualmente a Igreja Católica é a mais ativa no mundo (e a maior, contando com um bilhão de membros, 1/6 de toda a população do globo terrestre) e isso resulta não da inteligência de seus líderes, mas da divina proteção do Espírito Santo.

  2. As Quatro Qualidades da Verdadeira Igreja

    Se desejamos identificar a Igreja fundada por Jesus, precisamos encontrar aquela que atenda as quatro características ou sinais de Sua Igreja: deve ser una, santa, católica e apostólica.

    1. A Igreja é Una (Rm 12,5; 1Cor 10,17; 12,13. Catec.Igr.Cat. 813-822)

      Jesus fundou apenas uma única Igreja e não um conjunto diverso de igrejas. A Bíblia diz que a Igreja é a noiva de Cristo (cf. Ef 5,23-32). [Logo, Jesus não possui diversas noivas:] Jesus possui uma única esposa e essa esposa é a Igreja Católica.

      Sua Igreja também ensina apenas um único conjunto de doutrinas, que são as mesmas que foram pregadas pelos Apóstolos (cf. Jd 1,3). Essa é a unidade de fé que as Sagradas Escrituras proclamam (cf. Fl 1,27; 2,2).

      Ainda que um ou outro católico não aceite algumas doutrinas, os mestres oficiais da Igreja - o papa e os bispos unidos a ele - jamais alteraram qualquer doutrina. Confome as doutrinas são melhor examinadas durante os séculos, a Igreja as assimila cada vez mais profundamente (cf. Jo 16,12-13) sem, contudo, apresentar-lhes um significado oposto ao que já tiveram um dia.

    2. A Igreja é Santa (Ef 5,25-27; Ap 19,7-8. Catec.Igr.Cat. 823-829)

      Por sua graça, Jesus tornou a sua Igreja santa, assim como Ele mesmo é Santo. Isso, entretanto, não significa que todos os seus membros sejam santos. Jesus disse que existiriam bons e maus membros na Igreja (cf. Jo 6,70), de forma que nem todos herdariam o Reino dos Céus (cf. Mt 7,21-23).

      A Igreja, portanto, é santa porque é a fonte da santidade e guardiã dos meios especiais de graça que Jesus estabeleceu: os sacramentos (cf. Ef 5,26).

    3. A Igreja é Católica (Mt 18,19-20; Ap 5,9-10. Catec.Igr.Cat. 830-856)

      A Igreja é chamada "católica" (=universal) porque ela é o presente de Cristo para todas as pessoas. Ele mandou que seus discípulos percorressem o mundo e fizessem discípulos em "todas as nações" (Mt 28,19-20).

      Durante 2000 anos, a Igreja Católica carregou [e carrega] essa missão, pregando as boas novas de que Cristo morreu por todos os homens e que Ele quer que todos nós sejamos membros da sua família universal (cf. Gl 3,28).

      Atualmente, a Igreja Católica está presente em todos os países do mundo e ainda envia missionários para "fazer discípulos em todas as nações" (Mt 28,19).

      A Igreja que Jesus estabeleceu é conhecida por esse título mais comum - Igreja Católica - pelo menos desde o ano 107 dC, quando Santo Inácio de Antioquia usou esse título para descrever a única Igreja fundada por Jesus. Esse título, aparentemente, já era antigo na época de Santo Inácio, provavelmente remontando à época dos Apóstolos.

    4. A Igreja é Apostólica (Ef 2,19-20. Catec.Igr.Cat. 857-865)

      A Igreja que Jesus fundou é apostólica porque Ele apontou os Apóstolos como primeiros líderes da Igreja; seus legítimos sucessores foram os futuros líderes. Assim, os Apóstolos foram os primeiros líderes e desde então (séc. I) existe uma linha de sucessão contínua dos bispos católicos que os liga ao que os Apóstolos transmitiram aos primeiros cristãos, seja referente às Sagradas Escrituras como à Tradição Oral.

      Entre esses ensinamentos estão a ressurreição corporal de Jesus, a presença real de Cristo na eucaristia, a natureza sacrificante da missa, o perdão dos pecados por intermédio do sacerdote, a regeneração pelo batismo, a existência do purgatório, o carinho especial por Maria Santíssima etc., inclusive a doutrina da sucessão apostólica.

      Os escritos dos primeiros cristãos provam que estes eram rigorosamente católicos na crença e na prática, e viam os sucessores dos Apóstolos como seus líderes. Naquilo que os primeiros cristãos acreditavam ainda hoje crêem os membros da Igreja Católica e nenhuma outra igreja cristã pode ter essa pretensão.

  3. A Estrutura da Igreja

    Jesus escolheu os Apóstolos para serem os primeiros líderes da Igreja e deu-lhes sua própria autoridade para ensinar e governar, não como ditadores mas como pais e pastores cuidadosos. É por isso que os católicos chamam seus líderes espirituais de "padres", que quer dizer "pai". Fazendo isso, seguem o exemplo de São Paulo, que se tornou pai em Jesus Cristo através do Evangelho (cf. 1Cor 4,15).

    Os Apóstolos, cumprindo o desejo de Jesus, ordenaram bispos, padres e diáconos e, dessa forma, transmitiram seu ministério apostólico a eles: o grau mais elevado aos bispos e os menores aos padres e diáconos, respectivamente.

  4. O Papa e os Bispos (Catec.Igr.Cat. 880-883)

    Jesus conferiu a Pedro uma autoridade especial entre os Apóstolos (cf. Jo 21,15-17), o que se comprova com a alteração de seu nome de Simão para Pedro, que quer dizer "pedra" (cf. Jo 1,42). Jesus disse que Pedro seria a pedra sobre a qual seria erguida a Sua Igreja (cf. Mt 16,18).

    Em aramaico, a língua que Jesus falava, o novo nome de Simão era "Kepha" (que representa uma pedra sólida). Mais tarde, esse nome foi traduzido para "Petros" na língua grega (cf. Jo 1,42), ["Petrus" em latim,] "Peter" em inglês [e "Pedro" em português]. Cristo entregou as chaves do Reino de Deus somente a Pedro (cf. Mt 16,19) e prometeu que as decisões de Pedro seriam acatadas nos Céus. Jesus também deu poder semelhante aos demais Apóstolos (cf. Mt 18,18), mas apenas Pedro detém as chaves, símbolo de sua autoridade sobre o governo da Igreja na terra durante a ausência de Jesus.

    Cristo, Cristo, o Bom Pastor, chamou Pedro para apascentar (liderar) o rebanho da Sua Igreja (cf. Jo 21,15-17). Ele confiou a Pedro a tarefa de fortalecer os outros Apóstolos na fé, garantindo que eles pregariam apenas o que fosse Verdade (cf. Lc 22,31-32). Pedro liderou a Igreja ao proclamar o Evangelho e ao tomar decisões (cf. At 2,1-41; 15,7-12).

    Os escritos dos primeiros cristãos apresentam os sucessores de Pedro, os bispos de Roma (chamados carinhosamente de "papa" - que significa "papai" - desde os primórdios), que continuaram a exercer o ministério de Pedro na Igreja.

    O papa é o sucessor de Pedro como bispo de Roma. Os outros bispos do mundo são sucessores dos Apóstolos de maneira geral.


Extrato retirado do livreto "Pillar of Fire, Pillar of Truth", 2ª edição, da Catholic Answers.
Tradução: Carlos Martins Nabeto

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