A g n u s D e i

O PAPA
24. E as riquezas da Igreja, do Vaticano, do Papa?

Quanto sofisma na crítica, soez e tendenciosa, tantas vezes respondida, mas sempre insidiosamente renovada! Que desejariam os objetantes? Uma Igreja parada no século I? Com doze apóstolos e alguns discípulos? Sempre escondida nas catacumbas, por perseguição? Acontece, porém, que ela, dócil às ordens do Divino Fundador, e guiada pelo Espírito Santo, progrediu, dilatou-se, cresceu, exigindo meios e recursos de organização, afim de poder cumprir a missão recebida. Hoje, ela continua encarregada de levar o Evangelho a todas as nações, a todos os povos. Hoje (em 1991), são 650 milhões de católicos espalhados por todos os continentes, com cerca de 2.350 dioceses, 5.000 bispos e 470.000 sacerdotes, além de religiosos, religiosas e leigos militantes. Para manter a sua responsabilidade, ela precisa de toda uma engrenagem de organização, a qual exige recursos. A igreja é rica? Espiritualmente, sim; e quer sê-lo cada vez mais! Na verdade, é caluniada; é foi e será alvo de um combate que não conhece tréguas, porque, em vinte séculos, civilizou e acumulou inestimável patrimônio moral que, na verdade, não pertence a ela só, mas a toda a humanidade: bibliotecas, museus, monumentos, Igrejas, incontáveis obras de educação e assistência social, juntamente com incomensurável galeria de homens ilustres, pelo saber, a virtude, a santidade e, digamos, pela pobreza, pelo amor aos pobres e aos necessitados. Hoje, o jogo das palavras “pobreza” e “riqueza” está a traduzir muita hipocrisia, por parte de quem finge não entender o sentido da pobreza evangélica, e deturpa o sentido da mensagem de Jesus Cristo.

O Papa é rico? — Não! De que se poderá julgar dono? Veja-se o retrato de S. Pio X, que encarna o protótipo do Papa de nossos tempos, no epitáfio de seu túmulo: “Nasci pobre, vivi pobre, quero morrer pobre”. João Paulo II é um homem exclusivamente consagrado a Deus e aos homens, a trabalhar sem folga nem repouso por amor de todos. Nem o tempo lhe está pertencendo, porque dá tudo de si pelos outros. Vai dar-se também a nós no Brasil, sem pensar na saúde, no cansaço, no tempo... É um enviado de Deus: “bendito aquele que vem em nome do Senhor”!