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1. Situação da juventude
Freqüentemente, sua impossibilidade de participação na vida da sociedade, provoca na juventude uma certa marginalidade forçada.
A juventude, particularmente sensível aos problemas sociais, reclama as mudanças profundas e rápidas que assegurem uma sociedade mais justa: exigência que, constantemente, sente tentação de expressar por meio da violência3. É um fato constatável que o excessivo idealismo dos jovens os coloca facilmente sob a ação de grupos de diversas tendências extremistas.
A atitude religiosa da juventude se caracteriza por recusar uma imagem desfigurada de Deus, que, às vezes, lhe tem sido apresentada, e pela busca de autênticos valores evangélicos.
Finalmente apresenta um conjunto de valores no plano da relação comunitária: certas formas de responsabilidade, desejo de autenticidade e de sinceridade, uma aceitação dos outros tais como são e um franco reconhecimento do caráter pluralista da sociedade. Esta tendência comunitária, por sua vez, os faz correr o perigo de fecharem-se em pequenos grupos agressivos.
Antes de passar a considerar as atitudes concretas que se deverão adotar com relação à juventude, será oportuno esboçar a visão geral que a Igreja tem dela.
A Igreja vê na juventude a constante renovação da vida da humanidade e descobre nela um sinal de si mesma: «a Igreja é a verdadeira juventude do mundo»:
3. Recomendações pastorais
Por outro lado, coerente com a ânsia de sinceridade que demonstra a juventude, a Igreja terá de chamá-1a a um constante aprofundamento de sua autenticidade e a uma autocrítica de suas próprias deficiências, apresentando-lhe então os valores permanentes para que sejam reconhecidos por ela. Tudo isto demonstra a sincera vontade da Igreja de adotar uma atitude de diálogo com a juventude. Dentro desta linha pastoral a II Conferência do Episcopado Latino-americano, reconhecendo na juventude não somente sua força numérica, mas ainda seu papel cada vez mais decisivo no processo de transformação do continente, bem como sua importância insubstituível na missão profética da Igreja, formula as seguintes recomendações:
1) Com relação à juventude em geral
Que se dê maior confiança aos dirigentes leigos e se reconheça a autonomia própria dos seus movimentos. Que sejam eles consultados na elaboração da pastoral juvenil, em nível diocesano, nacional e continental. Que se estimule sua ação evangelizadora na transformação das pessoas e das estruturas.
Que se apoiem seus esforços no sentido da formação de líderes da comunidade.
Que se distribua mais racionalmente os sacerdotes para que haja uma maior atenção para os movimentos juvenis.
Que se dê à formação de assessores da juventude (sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos) a importância que têm num continente com uma maioria de jovens em sua população.