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1. Dados gerais sobre a situação na América Latina
A pluralidade de situação na renovação litúrgica é um fato; enquanto em algumas regiões esta aplicação se realiza com crescentes esforços, em outras sua aplicação é feita de forma ainda débil. Em geral é insuficiente. Falta uma mentalidade sobre o conteúdo da reforma, a qual é especialmente importante para o clero, cujo papel na renovação litúrgica é básico. Além disso, é necessário reconhecer que a variedade de culturas provoca difíceis problemas de aplicação (línguas, sinais).
Tem-se a impressão de que o bispo nem sempre exerce de forma eficaz seu papel litúrgico, de promotor, regulador e orientador do culto.
As traduções litúrgicas significaram um passo no avanço da Igreja; mas os critérios que têm sido adotados não permitiram ainda chegar ao grau de adaptação necessária.
A liturgia não está integrada organicamente na educação religiosa, nem a ela vinculada em mútua compenetração.
São insuficientes os estudiosos capacitados para desenvolver a renovação litúrgica.
2. Fundamentação teológica e pastoral
A presença do mistério da salvação, enquanto a humanidade peregrina até sua plena realização na parusia do Senhor, culmina na celebração da liturgia eclesial.
A liturgia é ação de Cristo, Cabeça e de seu Corpo, que é a Igreja. Contém, portanto, a iniciativa salvadora que vem do Pai, pelo Verbo e no Espírito Santo, e a resposta da humanidade nos que se ligam pela fé e pela caridade no Cristo, recapitulador de todas as coisas.
Como não vivemos ainda a plenitude do Reino, toda celebração litúrgica está essencialmente marcada pela tensão entre o que já é uma realidade e o que ainda não se verifica plenamente; é a imagem da Igreja, ao mesmo tempo santa e necessitada de purificação; tem um sentido de alegria e uma dolorosa consciência do pecado. Numa palavra, vive na esperança.
A liturgia, momento em que a Igreja é mais perfeitamente ela própria, realiza, indissoluvelmente unidas, a comunhão com Deus e entre os homens, e de tal modo, , que aquela é a razão desta.
Busca-se, antes de tudo, o louvor da glória da graça. É certo, também, que todos os homens precisam da glória de Deus para serem verdadeiramente homens. E por isso mesmo o gesto litúrgico, não é autêntico se não implica um compromisso de caridade, um esforço sempre renovado por ter os sentimentos de Cristo Jesus, e para uma contínua conversão.
A instituição divina da liturgia jamais pode ser considerada como um adorno contingente da vida eclesial, já que «nenhuma» comunidade cristã se edifica se não tem sua raiz na celebração da Santíssima Eucaristia, pela qual se inicia toda a educação do espírito da comunidade. Esta celebração, para ser sincera e plena, deve conduzir tanto às várias obras de caridade e mútua ajuda como à açâo missionária e às várias formas de testemunho cristão.
No momento atual da América Latina, como em todos os tempos, a celebração litúrgica comporta e coroa um compromisso com a realidade humana, com o desenvolvimento e com a promoção, precisamente porque toda a criação está envolvida pelo desígnio salvador que abrange a totalidade do homem.
No momento atual de nosso continente, certos estados de vida e certas atividades humanas representam uma importância vital para o futuro. Entre os primeiros cabe destacar a família, a juventude, a vida religiosa e o sacerdócio; entre as segundas, a promoção humana e tudo o que está ou pode ser colocado a seu serviço: a educação, a evangelização e as diversas formas de ação apostólica.
Sendo a sagrada liturgia a presença do mistério da salvação, visa em primeiro lugar à glória do Pai. Mas essa mesma glória comunica-se aos homens e por isso a celebração litúrgica, mediante o conjunto de sinais com que expressa a fé, apresenta:
Para que a liturgia possa realizar, em plenitude, esses objetivos, necessário se faz:
O Concílio Vaticano II reconhece ao bispo o direito de regulamentar a liturgia e aponta-lhe o dever de promovê-1a no seio da Igreja local. A ele cumpre:
A renovação comunitária e hierárquica necessita, além disso, da integração de «diversas assembléias territoriais» de bispos legitimamente constituídas. A elas cabe uma função regulamentadora e coordenadora, dentro dos limites estabelecidos que assegurem a fidelidade da imagem eclesial que cada comunidade crista deve oferecer da Igreja universal.
Para conseguir melhor estas finalidades, a II Conferência Geral do Episcopado Latino-americano:
A coincidência de problemas comuns e a necessidade de contar com grupos de técnicos devidamente preparados, aconselha, além disso, o incremento dos serviços que possa proporcionar o Departamento de Liturgia do CELAM. Tais são:
É recomendável a celebração comunitária da penitência, mediante uma celebração da Palavra em observância a legislação vigente, porque isso contribui para ressaltar a dimensão eclesial desse sacramento e torna mais frutuoso, a participação no mesmo.