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Autor: Juan Ignacio Alfaro Editora: Loyola Páginas: 112 Formato: 22 x 15 cm Preço: * * Apresentação | Conteúdo | Amostra | Maiores Informações | Pedidos via Internet |
» APRESENTAÇÃO
Por razões sociais e culturais, o Apocalipse voltou a ser um dos livros mais lidos e pesquisados
da Bíblia, visto que desafia a imaginação de todas as pessoas que se confrontam com um futuro
incerto.
Diante disso, esta obra reúne as questões mais freqüentes, para esclarecer os principais temas
e ensinamentos da apocalíptica cristã, à medida que emergem no texto do Apocalipse de São João.
» CONTEÚDO
» AMOSTRA
O autor do Apocalipse pensava nos desafios e perseguições que seus
leitores cristãos enfrentavam. O principal era a perseguição do
Império Romano, empenhado na implantação do culto imperial. Na linguagem
bíblica, a prostituição tem sentido religioso; a relação de
Deus com seu povo (Israel) e com a humanidade compara-se a um matrimônio; por
isso, a idolatria é uma forma de adultério ou de prostituição
religiosa. Quando os profetas diziam que todos os israelitas eram
adúlteros não pensavam que eles andassem atrás das mulheres dos outros, mas
de Baal, um falso deus. O Império Romano, ao impor aos povos
conquistados a religião imperial, os impelia a essa prostituição religiosa.
Para o autor do Apocalipse, Roma era a encarnação dos males da
história que afligiam o novo povo de Deus, a comunidade cristã;
era uma nova Babilônia, Nínive e Sodoma. No capítulo 12, ele
apresentou a visão da mulher - a Igreja - perseguida pelo dragão. A grande
rameira (Ap 17,1-7) é a antimulher e anti-igreja. A Igreja é a
virgem, a esposa do Cordeiro; sua inimiga é a rameira, a esposa de
Satanás.
A rameira vai como uma deusa montada na besta, nos ombros de
Satanás, que a sustém e apóia. Está vestida de vermelho,
símbolo do luxo e da ostentação que encobriam a pobreza e o vazio
espiritual do Império Romano. As prostitutas de Roma, tal como essa rameira,
Costumavam usar um diadema com seu nome. Alguns apontam que toda
a descrição da rameira é feita com elementos atribuídos no
livro do Êxodo ao santuário de Deus e aos trajes do sumo sacerdote,
razão pela qual ela seria uma paródia blasfema de tudo o que é divino (cf.
Ex 25,3-7; 26,1.31.36; 27,16; 28,5.15.23).
O nome da mulher é "Mistério" (17,5) porque não se refere
literalmente a Babilônia, mas a Roma. Em alguns manuscritos gregos
antigos, o título da mulher aparece escrito com letras maiúsculas:
"Babilônia, a
grande, mãe das prostitutas e das abominações da terra" (17,5);
é provável que vissem nesse título um valor numérico cujo
significado desconhecemos.
A apresentação da cidade de Roma e do Império Romano sob a
imagem da prostituta era provavelmente muito significativa para
os leitores cristãos do final do século I. Os escritores romanos,
Juvenal, em suas "Sátiras" (110-130 d.C.), e Tácito, em seus "Anais" (c.150
d.C), falam da então famosa imperatriz romana Messalina, esposa do imperador
Cláudio, que reinou em meados do século I. Messalina foi uma
verdadeira prostituta, de vida sexual tão escandalosa e insaciável
que o marido teve de matá-la. Para os cristãos, Messalina era símbolo da
corrupção romana, uma figura que simbolizava bem sua cidade.
Algumas seitas protestantes gostam de identificar a prostituta
do Apocalipse com a Igreja Católica Romana. Essa identificação é
uma grosseira blasfêmia, porque, para o autor do Apocalipse, a
rameira personifica a força do poder do mal que persegue os santos. A
Igreja Católica, apesar de seus defeitos humanos, luta pelo bem e pela
justiça no mundo. É antievangélico denegri-la com falsas acusações.
Seguindo-se o pensamento do autor, ter-se-ia de perguntar onde
está hoje essa prostituta, que leva os povos à prostituição
religiosa, afastando-os de Deus e dos valores do Evangelho e perseguindo
os que lutam pela justiça. Talvez essa rameira tenha várias
residências luxuosas em nosso mundo; ela por certo não vive entre os pobres.
Antigamente, a rameira incitava à idolatria do culto imperial; hoje, incita à
idolatria do material e do próprio eu.
» MAIORES INFORMAÇÕES
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Por que Roma é chamada de a grande rameira? Essa caracterização faz referência à Igreja Católica Romana?
Texto retirado das páginas 93 e 94.
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