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Autor: Comissão Teológica Internacional Editora: Loyola Páginas: 62 Formato: 21 x 14 cm Preço: * * Apresentação | Conteúdo | Amostra | Maiores Informações | Pedidos via Internet |
» APRESENTAÇÃO
O estudo do tema "O Cristianismo e as Religiões" foi proposto pela grande maioria dos membros
da Comissão Teológica Internacional. As discussões gerais sobre o tema desenvolveram-se em
numerosos encontros da subcomissão e durante as sessões plenárias da própria Comissão Teológica
Internacional, realizadas em Roma em 1993, 1994 e 1995. O texto deste documento foi aprovado
em forma específica, com o voto da Comissão, no dia 30 de setembro de 1996 e submetido a seu
presidente, o cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que
aprovou a publicação.
» CONTEÚDO
» AMOSTRA
13. A toda essa discussão está subjacente o problema da verdade das religiões, relegado
atualmente a um segundo plano e desligado da reflexão sobre o valor salvífico. A questão da
verdade acarreta sérios problemas de ordem teórica e prática, uma vez que, no passado, teve
conseqüências negativas no encontro entre as religiões. Daí a tendência a diminuir ou a
privatizar esse problema, com a afirmação de que os critérios de verdade só valem para a
respectiva religião. Alguns introduzem uma noção mais existencial da verdade, considerando
apenas a conduta moral correta da pessoa e subestimando o fato de que suas crenças possam ser
condenadas. Cria-se certa confusão entre "estar na salvação" e "estar na verdade". Seria
necessário pensar mais na perspectiva cristã da salvação como verdade e do estar na
verdade como salvação. A omissão do discurso sobre a verdade traz consigo a equiparação
superficial de todas as religiões, esvaziando-as, no fundo, de seu potencial salvífico.
Afirmar que todas são verdadeiras equivale a declarar que todas são falsas. Sacrificar a
questão da verdade é incompatível com a visão cristã.
14. A concepção epistemológica subjacente à posição pluralista utiliza a distinção de Kant
entre noumenon e phenomenon. Sendo Deus, ou a Realidade última, transcendente e
inacessível ao homem, só poderá ser experimentado como fenômeno, expresso por imagens e noções
condicionadas culturalmente; isso explica que representações diversas da mesma realidade não
necessitam, a priori, excluir-se reciprocamente. A questão da verdade se relativiza
ainda mais com a introdução do conceito de verdade mitológica, que não implica
adequação a uma realidade, mas simplesmente desperta no sujeito uma disposição adequada ao
enunciado. Entretanto, é preciso observar que expressões tão contrastantes do noumenon
acabam de fato por dissolvê-lo, esvaziando o sentido da verdade mitológica. Está também
subjacente uma concepção que separa radicalmente o Transcendente, o Mistério, o Absoluto, de
suas representações; sendo todas elas relativas, porque imperfeitas e inadequadas, não podem
reivindicar exclusividade na questão da verdade.
15. A busca de um critério para a verdade de uma religião que, para ser aceito pelas outras
religiões, deve situar-se fora dessa mesma religião é tarefa séria para a reflexão teológica.
Certos teólogos evitam termos cristãos para falar de Deus (preferindo, por exemplo, Eternal
One, Ultimate Reality, Real) ou para designar a conduta correta (Reality-centredness,
e não Self-centredness). Nota-se, contudo, que tais expressões ou manifestam uma
dependência de determinada tradição (cristã) ou se tornam tão abstratas que deixam de ser
úteis. O recurso ao humanum não convence por se tratar de um critério meramente
fenomenológico, que faria a teologia das religiões dependente da antropologia dominante na
época. Além disso, é preciso considerar como religião verdadeira aquela que consiga melhor
seja conciliar a finitude, a provisionalidade e a mutalidade de sua autocompreensão com a
infinitude para que aponta, seja reduzir à unidade (força integradora) a pluralidade de
experiências da realidade e das concepções religiosas.
» MAIORES INFORMAÇÕES
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A Questão da Verdade
Texto retirado das páginas 15 e 16.
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