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A Tarefa do Leigo na Igreja Autor: d. Veremundo Tóth (osb) Editora: Loyola Páginas: 126 Formato: 21 x 14 cm Preço: * * Apresentação | Conteúdo | Amostra | Maiores Informações | Pedidos via Internet |
» APRESENTAÇÃO
"Até que o Senhor venha na sua Majestade, e todos
os anjos com Ele (cf. Mt 25,31), e até que
lhe sejam submetidas, com a destruição da morte,
todas as coisas (cf. 1Cor 15,26-27), alguns de seus
discípulos peregrinam na terra, outros, já passados
desta vida, estão se purificando, e outros vivem já
glorificados, contemplando 'claramente o próprio
Deus, uno e trino, tal qual é'; todos, porém, ainda
que em grau e de modo diversos, comungamos na
mesma caridade para com Deus e para com o próximo,
e cantamos o mesmo hino de glória a nosso
Deus. Pois, todos os que são de Cristo, tendo seu
Espírito, formam uma só Igreja e nele estão unidos
entre si (cf. Ef 4,16). Por isso, a união dos
que estão na terra com os irmãos que adormeceram
na paz de Cristo de maneira nenhuma se interrompe;
pelo contrário, segundo a fé constante da Igreja,
reforça-se pela comunicação dos bens espirituais"
(LG 49).
» CONTEÚDO
» AMOSTRA
Os mortos emudecidos estão convidando a nós, os vivos do
meio da agitação da vida, pedindo nossas orações e oferecendo a
lição de sua passagem. Nós colocamos nos seus sepulcros as flores
da primavera: vidas radiantes, cortadas, entregues a perecimento.
Que sentimentos exalam as flores que comovidos colocamos
nos túmulos dos nossos queridos falecidos? Seria a dor, o desespero,
ou talvez a esperança e a saudade? Em alguns, as flores
evocam a tristeza da dor, da destruição, da consumação, do aniquilamento.
Outros enfeitam suas coroas com flores de sua saudade,
e com a fragrância das flores sobem ao céu suas preces e anseios
na esperança do encontro na eternidade.
Apesar da dor e da saudade, o dia de Finados tem seu encanto
todo especial: para o morador enjoado das cidades contaminadas
traz o ar puro das alturas. Vale a pena subir nas alturas
onde, em vez de detalhes, podemos perceber os grandes contornos.
Vale a pena subir às alturas do destino humano para que saibamos
avaliar o peso e o valor dos nossos projetos, o rumo dos nossos
caminhos.
Não será difícil essa subida já que todos nós somos chamados
por alguém que está esperando aquele encontro: quem sabe,
está nos esperando o pai ou a mãe, um irmão, os nossos avós, um
amigo muito querido. Vamos subir nos degraus da oração e aprenderemos
grandes coisas se soubermos escutar com coração dócil o
ensinamento das almas.
O que nos ensinam as almas?
Elas falam assim: neste mundo, já são extintas as paixões,
não mais nos atormentam os desejos terrenos: do trabalho, da
agitação da vida, das realizações, das ambições. Pararam as lutas,
apaziguaram-se as nossas revoltas. Tudo que era ideal: força, beleza,
ciência e arte, em nosso mundo já é ultrapassado. Em toda
alma imortal, está gravado com palavras luminosas: SOLI DEO,
"unicamente a Deus". Impedida pelas manchas da minha vida,
não posso chegar à visão beatífica do meu Criador e Salvador.
Tenho que passar "através do fogo" de purificação (1Cor 3,15),
para que, libertada de toda escória sumana no crisol do Amor
Divino, possa entrar nas moradas eternas. "Minha alma tem sede
de Deus, do Deus vivo; quando irei ver a face de Deus?" (Sl
41,3). Nós estamos cheios de esperança, o nosso olhar fixo no
Senhor, à meta final da existência: "Como os olhos da escrava para
a mão da sua senhora, assim estão nossos olhos no Senhor nosso
Deus até que se compadeça de nós" (Sl 122,2).
Descobrimos a Comunhão dos Santos
O mês de novembro, com a festa de Todos os Santos e com
os finados, celebra a doce verdade da nossa fé: A Comunhão dos
Santos. "Cremos na comunhão de todos os fiéis em Cristo: dos
que ainda peregrinam sobre a terra, dos defuntos que ainda estão
em purificação e dos bem-aventurados do céu, formando todos juntos
uma só Igreja. E cremos que nesta comunhão dispomos do
amor misericordioso de Deus e de seus santos que estão sempre
atentos a ouvir as nossas orações, como Jesus nos disse: 'Pedi e
recebereis'" (Lc 10,9), (Paulo VI, O Credo do Povo de Deus).
Toda Igreja reunida em Cristo e nele formando um só Corpo,
acha-se ligada por admirável laço à vida de todos os outros irmãos
na unidade sobrenatural do Corpo Místico de Cristo. Aos
membros do Corpo de Cristo abrem-se os tesouros da Igreja.
Os tesouros da Igreja não são seus bens materiais acumulados no
decorrer da história, mas é o valor infinito e inesgotável das
expiações e méritos do nosso Redentor, Jesus Cristo, como também
o valor imenso das preces e boas obras da Bem-aventurada Virgem
Maria e de todos os Santos que "completaram, na sua carne,
o que falta das tribulações de Cristo pelo seu Corpo que é a
Igreja" (Cl 1,24).
Portanto, existe forte laço de caridade e intercâmbio espiritual
entre os fiéis já admitidos na pátria celeste, entre os que expiam
as faltas no purgatório e os que ainda peregrinam sobre a terra.
Enquanto nós ajudamos com nossas preces as almas do purgatório
para que mais depressa possam ser conduzidos a gozar plenamente
dos bens celestes, confiamos também na sua intercessão por nós.
Santifiquemos este dia de Finados, na fé da comunhão dos
santos oferecendo nossas preces e nossos sacrifícios, unidos ao
sacrifício de Jesus Cristo.
"Somente com a fé superamos perdas irreparáveis"
A dor, a saudade dos finados ensinam o peregrinante desta
vida a procurar o verdadeiro rumo da nossa peregrinação, para
que, andando no meio dos bens que passam, não percamos os
bens eternos.
Recebemos a belíssima lição de um jovem filho do comandante
de avião, acidentado. Inconsolável com a morte do pai, não
teve condições de dar entrevista, mas deixou escrita sua dor num
guardanapo de papel. Eis as palavras que o jovem dirigiu a seu
pai:
Como o publicano do Evangelho, a alma acabrunhada sob o
peso de seus pecados, quase não ousa erguer sua voz das profundezas
de sua miséria. Afirma sua confiança na misericórdia divina e
conclama todo o povo a viver com ela a graça da Redenção
(ler o Salmo 129).
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A Espiritualidade dos Finados
"Fica muito difícil começar um monólogo, pois se trata de
uma grande e triste despedida, uma despedida sem retorno.
Cada vez que eu olhar para o céu, vou me lembrar de você:
se aqui terminaram os seus sonhos, seus momentos de liberdade,
os meus apenas começaram. Com muita dor, mas com mais
vontade de chegar onde você chegou, eu gostaria que todos
que hoje sofrem como eu, tivessem fé, pois somente com a fé
superamos perdas irreparáveis. Hoje me sinto sozinho no mundo,
mas com um ideal bem maior que ser humilde aviador:
voar. Voar para encontrar no céu respostas que hoje me foram
levadas. Te amo, meu pai".
Texto retirado das páginas 78 a 80.
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