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A UNÇÃO DOS ENFERMOS
Autor: Luís Baigorri
Editora: Loyola
Páginas: 94
Formato: 16 x 11 cm
Preço: * *

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» APRESENTAÇÃO

Dois Concílios Ecumênicos ocuparam-se, de modo especial, da unção dos enfermos: o Concílio de Trento e o Vaticano II. Ambos, como é lógico, o fizeram no contexto da carta de Tiago; contudo, tiveram uma visão diferente da mesma realidade, refletida em seus respectivos rituais: a extrema-unção e a unção dos enfermos. Assim, esta obra objetiva facilitar o trabalho daqueles que, por vocação ou necessidade, ocupam-se do serviço dos enfermos, tão grato ao Senhor Jesus.

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A Unção dos Enfermos é um Sacramento

Jesus quis que a Igreja desse continuidade ao serviço aos enfermos, que ele havia exercido.

Este é o ministério e vocação de toda a Igreja.

A Igreja sempre o exerceu, por meio de seus filhos, não apenas em seus próprios membros, mas em todos os homens aos quais conseguiu chegar, como fez Jesus, no caso do centurião romano e da cananéia.

Já verificamos [no cap. 1] como os discípulos de Jesus deram continuidade a este serviço, em hospitais, orfanatos, manicômios, leprosários e em todo tipo de instituição sanitária. Seja numa cabana ou num palácio, eles emprestam aos doentes suas próprias mãos, pés, olhos, ouvidos, inteligência e coração. Jesus, por meio de seus seguidores, continua ainda hoje a amar, a visitar e a curar seus amados enfermos.

Como culminação do serviço que um homem pode prestar a um enfermo, existe um serviço sacramental, exercido por ministros consagrados: é o sacramento da unção dos enfermos.

Todo sacramento é um encontro com Jesus.

Ninguém o vê, mas ele, ressuscitado, está presente, com as mãos cheias de graça, trazendo a salvação ao homem.

O sacerdote batiza, perdoa, abençoa o amor, unge; mas quem realmente batiza, perdoa, bendiz o amor e unge o enfermo é Cristo.

Por meio dos sinais sacramentais, Cristo transmite ao batizado a graça que chamamos sacramental.

Os sacramentos são para a vida cristã o mesmo que a energia que faz a máquina se mover. Por muito perfeita que esta seja, necessita de sua energia, de seu combustível, para funcionar. Ainda que a nossa natureza humana seja perfeita - como uma bem-projetada máquina - dotada de clara inteligência e enérgica vontade, grande coração e saúde a toda prova, não percorreremos o caminho que leva a Deus. A natureza humana, para que se ponha em marcha, necessita da graça que nos oferecem os sacramentos.

Cada sacramento tem seu momento na vida.

O batismo nos faz nascer como filhos de Deus.

Depois, para alimentar esta vida recém-nascida, temos a eucaristia.

Se a vida sofre rupturas, ou ameaças de morte, pode ser curada e ressuscitada pela penitência.

O cristão, ao crescer e alcançar a maioridade, recebe a confirmação, para vir a ser um cristão adulto na fé.

Quando o cristão une-se à companheira para continuar a espécie e buscar apoio, recebe o matrimônio.

Para suscitar novos ministros, que dispensem os sacramentos, a Igreja tem uma ordem sagrada.

E quando o cristão adoece, Cristo deseja chegar até ele e prestar-lhe auxílio, como tantas vezes fez aos enfermos durante seu ministério na Palestina, pelo sacramento da unção dos enfermos.

Ao examinar o evangelho, não encontramos menção de Jesus haver instituído o sacramento da unção dos enfermos.

Mas é preciso levar em conta o que diz João, ao terminar seu evangelho: "Há, porém, muitas outras coisas que Jesus fez e que, se fossem escritas uma a uma, creio que o mundo não poderia conter os livros que se escreveriam" (Jo 21,25).

Entre as muitas coisas que Jesus havia feito e que não foram consignadas nos quatro evangelhos havia uma, a unção dos enfermos.

Aparece "esboçada" em Mc 6,7.13.

Jesus desejou preparar seus discípulos para a evangelização e, depois de lhes dar instruções concretas, acima de tudo para que não se deixassem cativar pelo apetite do dinheiro, os enviou: "E expulsavam muitos demônios e curavam muitos enfermos, ungindo-os com óleo".

Os poderes curativos recebidos pelos apóstolos são parte da missão de Jesus.

Um dia chegou a Jesus uma comissão enviada por João, que estava encarcerado. Perguntaram-lhe: "És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?" E Jesus respondeu-lhes: "Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os coxos andam, os leprosos são purificados e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados" (Mt 11,4).

Em outra ocasião, visitando seu povoado de Nazaré, assim se expressou: "O Espírito de Deus está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor" (Lc 4,18-19). E logo acrescentou: "Hoje se cumpriu aos vossos ouvidos essa passagem da Escritura" (Lc 4,21).

Na unção ministrada pelos apóstolos e com a qual eles curavam, a Igreja viu uma prefiguração da unção dos enfermos.

A unção não aparece nas curas de Cristo.

Seria costume dos judeus, seus contemporâneos, ungir os enfermos com óleo?

O sacramento aparece em Tiago (5,14-15). Está situado num contexto de recomendações que demonstra ter sido algo que se costumava fazer nas comunidades.

O texto de Tiago é o seguinte: "Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o porá de pé; e, se houver cometido pecados, estes serão perdoados".

Na Igreja primitiva, os "anciãos" ou presbíteros estavam associados à autoridade dos apóstolos e postos á frente das comunidades missionárias com um ofício litúrgico (At 14,23,20,17; 1Tm 5,17,9). Tiago não se referia, portanto, aos carismáticos que possuíam o dom da cura, nem aos médicos ou notáveis da comunidade.

"Que rezem por ele"

O Eclesiástico faz o elogio da ciência médica e acrescenta:

"O Senhor pós na terra remédios e o varão prudente não os desdenha".

Antes de ir ao médico, porém, o enfermo deve recorrer a Iahweh, "pois do Altíssimo provém a cura como uma dádiva que dele se recebe".

Daí a exortação ao enfermo: "Filho, em tua enfermidade, não sejas negligente, mas roga ao Senhor que ele te curará".

"Afasta-te de tuas falhas, endireita as mãos e purifica o coração de todo pecado. Oferece incenso e um memorial de flor de farinha. Faz abundantes oferendas, segundo tuas posses".

"Recorre logo ao médico, pois também a ele o Senhor criou; que não se aparte de teu lado, pois dele tens necessidade" (Ecl 38,1s.).

Tiago, seguindo o Eclesiástico, recomenda a oração com o perdão dos pecados.

"Unjam-no com óleo"

O óleo aparece entre os gregos como agente terapêutico, bem como entre os rabinos, no Antigo Testamento.

O bom samaritano usou óleo para restaurar as feridas do homem que havia sido espancado (Lc 1,34).

"E em nome do Senhor"

Evidentemente não se trata de mais um remédio. O óleo tem conexão com o poder de Jesus, como a água no batismo.

O óleo simboliza o poder curativo de Jesus, o qual se faz presente nesse momento junto ao enfermo, como tantas vezes sucedeu durante seu ministério apostólico.

"E a oração da fé salvará o enfermo"

Não se trata de fórmula mágica empregada pelos magos; é uma oração que provém da fé em Jesus, semelhante à do centurião e à do régulo, ou à do pai do lunático, ou à de Jairo e à da cananéia.

É uma oração que a Igreja faz por seus ministros e expressa sua fé em Jesus ressuscitado e presente na comunidade dos crentes.

"Salvará o enfermo"

Significa a salvação total do homem, em seu corpo e em seu espírito, aliviando suas dores, que não são apenas corporais e afetam-lhe também o espírito, na preocupação pelos seus próximos, por sua solidão, por seu abandono, por sua insegurança... e os pecados que houver cometido lhe serão perdoados.

"A unção dos enfermos, tal como a reconhece e ensina a Igreja católica, é um dos sete sacramentos do Novo Testamento" (Paulo VI, Constituição apostólica sobre a unção dos enfermos).

O Concílio de Trento, ao analisar o texto de Tiago e a constante tradição eclesiástica, definiu a unção dos enfermos como "verdadeira e propriamente um sacramento instituído por Cristo Nosso Senhor e promulgado pelo bem-aventurado apóstolo são Tiago" (BD, 926).

É evidente que o Concílio não quis afirmar que todas as definições teológicas do sacramento se encontram no texto de Tiago.

Tais definições seriam gradualmente estabelecidas pela Igreja em seu caminhar histórico, sob a direção do Espírito Santo, que a guia para a plenitude da verdade (JO 16,12-13).

A práxis da Igreja tem sido sempre a mesma. São elementos deixados por Jesus à livre disposição da Igreja que, preservando sempre o substancial, acomoda a administração dos sacramentos segundo as necessidades dos tempos.

Não se deve, portanto, achar estranhas as variações: antes este sacramento era chamado extrema-unção e era ministrado durante os derradeiros momentos da vida; agora chama-se unção dos enfermos e prescreve-se que seja ministrado quando o enfermo sente a gravidade de seu estado; antes, a unção era feita nos cinco sentidos, agora existem apenas duas unções etc.

Os testemunhos que temos sobre a prática da Igreja na administração da unção dos enfermos, nós os encontramos nas diferentes liturgias e nestas encontramos diversas variações.


Texto retirado das páginas 39 a 46.

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