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MARIA HOJE?
Autor: Justo Asiaín
Editora: Loyola
Páginas: 86
Formato: 21 x 14 cm
Preço: * *

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» APRESENTAÇÃO

O autor apresenta o caminho da fé tal como o viveu Maria - mãe e esposa -, tal como aparece na própria Sagrada Escritura: uma vida vivida entre alegrias, sobressaltos, esperanças, incertezas. Trata-se de uma série de meditações finalizadas com uma reflexão pessoal sobre o modo de nós andarmos pelo nosso caminho.

A sua resposta é, no sentido mais pleno, evangélica: é o convite a receber, ativa e confiantemente, a graça do Senhor "que faz maravilhas", "que dispersa os soberbos", "que derruba dos seus tronos os poderosos e eleva os humildes", "que sacia de bens os famintos e aos ricos despede de mãos vazias". Apresenta-nos Maria na sua particularidade irrepetível, ocupando um lugar único e privilegiado na história do Salvador.

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Maria na Igreja

De Maria podemos dizer, em sua medida, o que o Evangelho nos diz de Jesus: "crescia... em graça diante de Deus e dos homens" (Le 2,52).

Através das características muito calculadas do Evangelho nós a vimos ir crescendo em sua fé e amor; ir compreendendo penosamente e pouco a pouco a plenitude de sua missão, intuida e aceita na entrega que, no começo de sua biografia, nos dá o mesmo Evangelho: "Eis aqui a servidora do Senhor, seja-me feito segundo a tua palavra" (Lc 1,38).

Jesus Cristo é o centro do Evangelho. É o alfa e o ômega. O princípio e o fim de tudo. Junto a ele, na narração de sua vida, atuam, se movem e falam muitas pessoas.

Entre elas está Maria.

E Maria ocupa um lugar especial e único, por ser sua mãe.

Ela está aí. E de tal forma que, se Maria aí não estivesse, as coisas mudariam inteiramente.

E é imprescindível que esteja, segundo a economia da Providência.

Mas está como a esposa e a mãe em sua casa.

Está e quase não se percebe. Mas é necessário que esteja, embora na penumbra.

E, se não estivesse, notar-se-ia a sua ausência.

Assim esteve Maria no começo da obra redentora. Simplesmente está. Mas está, como "Maria, mãe de Jesus" (At 1,14).

Depois da ascensão de Cristo, os apóstolos seguiram a orientação de seu Mestre: "Recomendou-lhes que não saíssem de Jerusalém, mas que aguardassem o cumprimento da promessa do Pai, "da qual - dizia - já vos falei: dentro de poucos dias sereis batizados no Espírito Santo" (At 1,4-5).

"Eles regressaram, então, a Jerusalém, descendo, assim, do chamado Monte das Oliveiras, que dista de Jerusalém uma caminhada de sábado. Entraram e subiram ao andar superior, onde costumavam ficar. Lá estavam Pedro, João, Tiago, André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago filho de Alfeu, Simão o Zelota e Judas filho de Tiago. Todos eles, na mais íntima união, oravam constantemente, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, com seus irmãos" (Mt 1,12-14).

"Naqueles dias Pedro levantou-se no meio dos irmãos - a assembléia constatava de cento e vinte pessoas aproximadamente" (At 1,15).

Ali está a Igreja: os apóstolos, os irmãos, alguns familiares de Jesus, algumas mulheres que o haviam acompanhado e Maria, a mãe de Jesus.

Como eles, ela também é Igreja. Não é possível suprimi-la.

E onde estiver a Igreja ali estarará ela, ainda que em seu lugar. Lugar que o Evangelho nos indica claramente: o da mãe insubstituível, silenciosa e muitas vezes - a maioria - na penumbra.

Sabe-se que está. E isto basta, ainda que não a vejamos.

Ela não procura ocupar o lugar do filho nem o quer. Não pode.

Seu filho não quis que ela faltasse ao seu lado.

Quando alguém quer tirá-la de seu lugar na Igreja faz algo tão antievangélico como quem pretende, de uma forma ou de outra, que ela ocupe o lugar do filho.

Às vezes olhamos para a Igreja como se estivéssemos fora. E cada um de nós é Igreja. Não podemos colocar-nos fora. Ao olhá-la ou julgá-la, estamo-nos olhando a nós, estamo-nos julgando.

E na Igreja temos um lugar. Um lugar insubstituível. Fomos chamados a ser Igreja; e a sê-lo de forma ativa e responsável, colocando nossas aptidões pessoais a serviço de Cristo, aceitando nosso próprio lugar e respeitando o dos outros.

Não existe Igreja que seja apenas mãe; ela é também, por sua vez, nossa filha. Nós a vamos construindo pouco a pouco. Ela será o que for cada um de nós.


Texto retirado das páginas 75 a 80.

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