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OS PADRES DA IGREJA
(Séculos I-IV)

Autor: Jacques Liébaert
Editora: Loyola
Páginas: 190
Formato: 23 x 16 cm
Preço: * * *

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» APRESENTAÇÃO

Este volume se consagra aos pioneiros da reflexão cristã que se seguiu à redação final do Novo Testamento, do séc. I ao séc. IV: de Inácio de Antioquia e Ireneu de Lião a Atanásio e Hilário de Poitiers. O resultado é uma apresentação didática dos principais escritores e pensadores da Antigüidade Cristã, em seu esforço de dizer a mensagem evangélica no seio da cultura e das aspirações de seu tempo, em face dos desafios externos à comunidade cristã e aos problemas internos da Igreja nascente. A leitura deste livro proporcionará elementos indispensáveis para a compreensão do Cristianismo na realidade da História viva.

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» CONTEÚDO

    Prólogo: a atualidade dos Padres da Igreja

  1. Origens do pensamento patrístico
    1. A época dos primeiros Padres (séculos I-II)
    2. Cristianismo e judaísmo: Inácio de Antioquia
    3. O encontro do Cristianismo com o helenismo: Justino, teólogo leigo e filósofo cristão
    4. Cristianismo e gnose: Ireneu de Lião

  2. A primeira eclosão do pensamento patrístico (século III)
    1. Origens do Cristianismo latino: Tertuliano
    2. Grande impulso intelectual: os Padres alexandrinos
    3. Sob o vento da perseguição e dos conflitos na Igreja: São Cipriano
    4. Um humanista latino cristão: Lactâncio

  3. O alvorecer de uma época: os primeiros Padres do séc. IV
    1. A literatura cristã no Oriente ao se iniciar o século IV
    2. O início da crise doutrinal do séc. IV: a fé reexaminada por Ário e a resposta de Nicéia
    3. Uma grande testemunha da Igreja antiga: Eusébio de Cesaréia
    4. Nas origens de uma grande tradição patrística: Eustázio de Antioquia
    5. A irredutibilidade da fé: Atanásio de Alexandria
    6. O Atanásio do Ocidente: Hilário de Poitiers

    Epílogo: para continuar...

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» AMOSTRA

O INÍCIO DA CRISE DOUTRINAL DO SÉCULO IV
A fé reexaminada por Ário e a resposta de Nicéia

AMBIGÜIDADES DA TEOLOGIA DE ORÍGENES

ÁRIO FAZ A SUA PROFISSÃO DE FÉ ANTES DE NICÉIA

  • Profissão de fé dirigida por Ário ao bispo Alexandre de Alexandria (antes do Concílio de Nicéia):

    "A fé que recebemos de nossos antepassados e que aprendemos de ti, bem-aventurado pai, é esta: conhecemos um Deus único não gerado, o único eterno, o único sem princípio, o único verdadeiro, imortal, o único sábio, o único bom, o único onipotente, o único juiz, moderador e governador de todas as coisas, imutável e sem transformação..., que gerou antes dos tempos eternos o seu Filho único, por meio do qual ele fez os séculos e todas as coisas. [Filho] gerado não em aparência, mas em verdade, subsistente por efeito de sua vontade, imutável e sem transformação, criatura perfeita de Deus, mas não como uma das criaturas; criado, mas não como uma das coisas criadas...
    Contudo, como dizemos, ele foi criado com os tempos e antes dos séculos recebeu do Pai a vida, o ser e os esplendores de glória. De fato, dando-lhe a herança de todas as coisas, o Pai não se privou do que tem em si mesmo, de ser sem princípio, porque ele é a origem de tudo.
    Por isso é que há três substâncias: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Deus, que é justamente causa de todos os seres, é de maneira absoluta o único sem princípio. O Filho, gerado pelo Pai fora do tempo, criado e fundado antes dos séculos, não era antes de ser gerado, mas, gerado fora do tempo antes de todas as coisas, semente ele foi criado pelo Pai único. Ele não é eterno, nem coeterno e não partilha o fato de não ser gerado como e com o Pai. Ele não tem a existência com o Pai, como dizem alguns de um e de outro, afirmando dois princípios não gerados. Mas como unidade e princípio de tudo, Deus é antes de todas as coisas. Por isso ele também é antes de Cristo... Na medida, pois, em que seu ser, sua vida e sua glória, e tudo o que lhe foi conferido lhe vêm de Deus, Deus é o seu princípio. Ele lhe é superior como seu Deus e tem seu ser antes dele; ele o recebe de Deus."

O APELO À ESCRITURA CONTRA ÁRIO

  • Antes do Concílio de Nicéia, em uma carta encíclica ao episcopado, o bispo Alexandre de Alexandria refuta as teses de Ário mediante a Escritura:

    "Quem ouviu, alguma vez, semelhantes coisas? Quem, agora que as ouve, não tapará os ouvidos para impedir que essas ignóbeis palavras cheguem até eles? Quem, ouvindo João dizer: 'No princípio era o Verbo' (Jo 1,1), não condenará os que dizem: 'Houve um tempo em que ele não era'? Quem, ainda, ouvindo estas palavras do Evangelho: 'Filho único de Deus' (Jo 1,18) e 'Tudo foi feito por meio dele' (Jo 1,3), não detestará os que afirmam que o Filho é uma das criaturas? Como pode ele ser igual ao que foi feito por ele? Como pode ser Filho único aquele que elencamos com todas as coisas, na categoria destas? Como viria ele do nada, ao passo que o Pai diz: 'De meu seio, antes da aurora, eu te gerei?' (Sl 109,3)? Como seria ele, em sua substância, diferente do Pai, ele que é a imagem perfeita e o esplendor do Pai (2Cor 4,4; Hb 1,3) e que diz: 'Quem me vê, vê o Pai' (Jo 14,9)? Se o Filho é o Verbo e a Sabedoria do Pai, como teria havido um tempo em que ele não existia? É como se dissessem que houve um tempo em que Deus não tinha Palavra nem Sabedoria. Como está sujeito à transformação e à alteração aquele que diz de si mesmo: 'Eu estou no Pai e o Pai está em mim' (Jo 10,38) e 'Eu e o Pai somos um' (Jo 10,30), e que disse pelo profeta: 'Vede-me; eu sou e não mudo' (Ml 3,6)? Mesmo que se pense que essa palavra pode ser dita pelo próprio Pai, seria agora, no entanto, mais oportuno, julgá-la dita por Cristo, porque, tornado homem, ele não muda, mas, como diz o Apóstolo, "Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e pela eternidade' (Hb 13,8). Quem os leva a dizer que é por nós que ele foi feito, enquanto São Paulo diz: 'Para ele e por ele todas as coisas existem' (Hb 2,10)? Quanto à sua afirmação blasfema de que o Filho não conhece perfeitamente o Pai, não seria de causar surpresa, pois, uma vez que eles decidiram a combater Cristo, desprezam também as palavras do próprio Senhor que diz: 'Como o Pai me conhece, eu também conheço o Pai' (Jo 10,15)".

A FÉ SEGUNDO NICÉIA

  • O símbolo de nicéia, comparado ao símbolo batismal de Cesaréia da Palestina, que serviu de base à sua redação (as fórmulas em itálico são as que foram introduzidas contra Ário):

    Credo de CesaréiaCredo de Nicéia
    Cremos em um só Deus,
    Pai todo-poderoso,
    criador de todas as coisas visíveis e invisíveis,
    e em um só Senhor Jesus Cristo, Verbo de Deus,
    Cremos em um só Deus,
    Pai todo-poderoso,
    criador de todas as coisas visíveis e invisíveis,
    e em um só Senhor Jesus Cristo, Filho único gerado pelo Pai, isto é, da substância do Pai,
    Deus nascido de Deus,
    luz nascida da luz,
    vida nascida da vida.
    Filho único, unigênito de toda criatura,
    gerado pelo Pai antes de todos os séculos, por quem tudo foi feito.
    Deus nascido de Deus,
    luz nascida da luz,
    Deus verdadeiro nascido de Deus verdadeiro,
    gerado, não criado,
    consubstancial ao Pai,

    por quem tudo foi feito no céu e na terra.
    Por nossa salvação,
    ele se encarnou e habitou entre nós.
    Sofreu a Paixão,
    ressuscitou ao terceiro dia,
    subiu ao Pai
    e voltará na sua glória para julgar os vivos e os mortos.
    Cremos também em um só Espírito Santo...
    Por nós, homens, e por nossa salvação,
    ele desceu, ele se fez carne e se fez homem.
    Sofreu a Paixão,
    ressuscitou ao terceiro dia,
    subiu ao céu,
    de onde voltará para julgar os vivos e os mortos.
    E [cremos] no Espírito Santo.
    Quanto aos que dizem: houve um tempo em que ele não era; ou: ele não era antes de ser gerado; ou então: ele saiu do nada; ou que o Filhi de Deus é de uma outra substância ou essência; ou que ele foi criado; ou que não é imutável, mas sujeito à mudança - a Igreja os anatemiza.


Textos retirados das páginas 136, 138, 139 e 141.

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