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Ritmos e Tempos da Celebração Organizador: Dionísio Borobio Editora: Loyola Páginas: 542 Formato: 23 x 16 cm Preço: * * * * Apresentação | Conteúdo | Amostra | Maiores Informações | Pedidos via Internet |
» APRESENTAÇÃO
O conteúdo desta obra implica esforço de explicação da
riqueza da vida e da expressão litúrgica da Igreja e resposta
aos problemas que a prática da liturgia enfrenta. São com
certeza muitas as obras publicadas sobre a matéria nos anos
pós-conciliares. A celebração na Igreja não pretende ser
"uma a mais".
Além de oferecer em um único volume o estudo de todos os
pontos e questões importantes sobre a matéria, tratados por
especialistas qualificados e reconhecidos, responde a um
projeto global e unitário sobre a matéria litúrgico-sacramental,
apresenta e
desenvolve os temas de forma logicamente sistemática, a
partir de uma metodologia comum; revela, ao mesmo tempo,
unidade criteriológica básica, dentro da variedade e riqueza
do campo de pesquisa dos diversos autores.
» CONTEÚDO
» AMOSTRA
A quaresma atual é o resultado de um progresso evolutivo ao longo dos
tempos que sempre teve o mesmo objetivo: a preparação para a páscoa.
A questão sobre o jejum terminar no próprio dia 14 de Nisan ou no
domingo seguinte teria dividido os cristãos, comprometidos na controvérsia
pascal das origens cristãs. Em todo caso, não parece que se tenha entendido
esse jejum como preparação para a páscoa, mas antes como luto pela morte
do Senhor.
A prática do jejum do tríduo pascal era muito variada. Sabemos por
Ireneu, ao escrever ao papa Vítor, que alguns criam que se devia jejuar
somente um dia. O jejum da sexta-feira santa foi a prática mais universal.
Outros, diz ele, defendem que se deve jejuar dois dias, e ainda outros mais
dias. Em Roma, como nos permite saber a Traditio Apostolica de Hipólito, o
costume era fazer jejum rigoroso na sexta-feira e no sábado. Em
todo caso, o jejum propriamente pascal era parte integrante da celebração
da festa.
A preparação e a extensão desse jejum são o que aqui nos
interessa como constitutivo do tempo de que nosso estudo se vai ocupar.
a) Semana da paixão
O mais provável é que a primeira preparação para o tríduo tenha
consistido em celebrar a paixão a partir do domingo que a precede.
Esse era o caso na Igreja de Alexandria no séc. III e no início do IV. Já
o bispo Dionisio (§ 265) em sua resposta à carta do bispo Basilides entre outras
coisas fala da duração da quaresma e do jejum dessa semana. Os seis dias que
são para nós a semana santa estavam em pleno vigor nos primeiros anos do
episcopado de santo Atanásio, pois são objeto de sua solicitude pastoral em
suas cartas festivas. As Constititições apostólicas supõem clara a
existência desses dias de jejum: "jejuai nos dias da páscoa começando pela segunda até a
sexta-feira". Entenda-se bem que os primeiros dias eram de jejum bastante
rigoroso, ao passo que o de sexta-feira e do sábado eram de jejum absoluto.
Quanto à Igreja de Roma, os testemunhos em favor da existência
dessa semana são indiretos. Fundam-se na analogia, em outros campos,
com a liturgia alexandrina e no fato de as leituras romanas para o domingo da
paixão, terça-feira santa, quarta-feira santa e sexta-feira santa
constituírem uma unidade litúrgica original; essa originalidade é marcada pelas
particularidades litúrgicas desse ritual, único em todo o ano, como é o caso do esquema
arcaico da sexta-feira santa, reproduzido em outra época na quarta-feira santa.
Essa semana nos tempos do autor de Praedestinatus já é hebdomada maior ou
authentica. É o nome que lhe dá também Egéria.
As três semanas da preparação pascal. Antes da quaresma romana,
de seis semanas, de que não existem testemunhos anteriores ao ano
de 384, Roma pratica a de três semanas. Essas semanas formavam uma
unidade de tempo, como demonstra o fato de a semana imediatamente anterior
ao domingo da paixão ser a hebdomada mediana e o domingo dominica
mediana. As três semanas precedentes à páscoa eram dias de jejum, com
exceção do sábado e do domingo. A liturgia ainda conserva daquela
antiguidade remota o costume de ler passagens evangélicas semícontínuas segundo
são João.
O jejum romano de seis semanas ou a quaresma propriamente dita.
O jejum dos quarenta dias institucionalizou-se no séc. IV. Junto do
testemunho de santo Atanásio está o de Eusébio em sua obra Solemnitate
paschali, o de são Cirilo de Jerusalém e outros. Em Roma o texto mais antigo
conhecido é o da carta de são Jerônimo a Marcela, do ano de 384, que permite
retroceder pelo menos ao ano de 350. Para Chavasse esses quarenta dias romanos,
anteriores ao tríduo pascal, teriam sido adotados em Roma entre os anos de
354-394. A quarentena era de jejum e envolvia antes de são Leão (§ 461)
uma reunião alitúrgica na quarta e na sexta-feira. No tempo desse papa
havia reunião oficial também na segunda-feira. Não se pode dizer com
segurança se em Roma as reuniões litúrgicas desses três dias implicavam a
celebração eucarística. Nos inícios do séc. VI certamente nesses dias, além de na
terça-feira e no sábado, com exceção dos da quinta semana, celebrava-se a
eucaristia.
Doravante trataremos da eucaristia romana, de que estamos mais
informados. Então era importante para as Igrejas o número de
dias, mas fazia-se o cálculo de formas muito diferentes, como é o caso da de
Jerusalém entre outros.
A Igreja de Roma excluia do cálculo a sexta-feira santa, uma
vez que ela já entrava na celebração pascal. Os dias da preparação do
primeiro domingo à quinta-feira santa são, portanto, quarenta, como na quaresma
atual.
Quinquagésima. Aparece a tentativa de prolongar o jejum por
cinqüenta dias, contra a prática mais antiga dos quarenta. Todavia, o
nome de Quinquagésima surgirá mais tarde, não antes do séc. VI.
Na hipótese de Chavasse, o fenômeno seria devido à influência
da Igreja bizantina e à maneira de contar a quaresma nas Igrejas
do Oriente: para elas a semana santa ficava fora dos quarenta dias.
Contando a partir da sexta-feira antes do domingo da paixão e retrocedendo quarenta
dias, resultava que a quaresma se alargava por mais uma semana. O
simbolismo dos quarenta dias ficava intacto, mas a novidade encontrou forte
oposição fora de Roma, como é o caso de são Máximo de Turim e do concilio de
Orleans (511): antes da páscoa há de haver uma quaresma, e não uma
quinquagésima.
Convém ter em mente um fato novo. Em fins do séc. V, a quarta e
a sexta-feira imediatamente anteriores ao primeiro domingo da
quaresma surgem como prolongamento do jejum das seis semanas. Nossa atual
quarta-feira de cinzas no antigo sacramentário gelasiano leva o nome de
IIII feria mane in
capite Quadragesimae na rubrica sobre os penitentes. Pelo ano
de 530 Roma observava um jejum pré-pascal de sete semanas.
De fato, o nome de quinquagésima aparece depois de o Liber
pontificalis falar da quarentena de sete semanas, e mais além do tempo do
cativeiro do papa Vigilio entre os anos 537-538, que também as conheceu. Só
se encontra esse nome a partir do velho sacramentário gelasiano, entre os
anos 560-590.
A organização da quinquagésima limita-se antes de tudo às
reuniões litúrgicas da quarta e da sexta-feira. A transladação do jejum
a essa primeira semana obedeceu antes a uma tentativa de ordem ascética. Assim
aparece pelo menos no sacramentário gelasiano, que apresenta o primeiro
domingo da quaresma como o que inicia esse tempo, mas o começo do jejum se
adianta uma semana, começando como o domingo que depois em Roma e em
outras partes havia de chamar-se quinquagésima.
Mais tarde, durante o séc. VI, vai-se debilitando a noção do
mistério pascal distinto da quaresma, e a contagem retrospectiva dos
dias de jejum far-se-á desde a quinta-feira santa até a quarta-feira anterior à
primeira semana da quaresma. O resultado será 43 dias, mas, descontando os sete
domingos em que não se jejuava, obtêm-se 36. Se acrescentarmos a isso
os quatro que vão desde a quarta-feira (de cinzas), obteremos o número 40.
Sexagésima e septuagésima. O domingo da sexagésima surgiu em
Roma um pouco antes do papa são Gregório (590-604). Para Chavasse, a
sexagésima do sacramentário gelasiano constitui interpolação. Para
Vogel, já teria havido um testemunho no epistolário de Vítor de Cápua (646).
Ignoramos a influência ou as causas que levaram Roma a aceitá-la.
Parece que não existia em Roma a septuagésima no tempo do papa
Gregório. Dão testemunho disso os lecionários romanos do séc.
VII. Como a sexagésima foi obtida antepondo-se uma semana à quinquagésima, a
septuagésima seguiu o mesmo processo. Segundo Pacher, são
Gregório teria conhecido os três domingos anteriores à quaresma.
Os três escrutínios dominicais. Na primitiva quaresma romana de
três semanas, os respectivos domingos eram os dias destinados aos
escrutínios batismais. O terceiro, a traditio symboli, teria lugar,
portanto, no domingo anterior à páscoa. Roma nesse caso participaria da tradição de outras
Igrejas ocidentais como Milão, Gália, Espanha, que o praticavam no mesmo domingo.
Ao passar à quaresma de seis semanas, Roma adiantaria os três
escrutínios por uma semana, passando respectivamente a ocupar o
terceiro, quarto e quinto domingo da quaresma. Os respectivos evangelhos, a
samaritana, o cego de nascimento e a ressurreição de Lázaro, que seguramente lhes
correspondiam, ocupariam, pois, o mesmo lugar que recuperaram no atual
lecionário dominical do ciclo A, como já o faziam então outras Igrejas do
Ocidente.
Sete escrutínios batismais. Na segunda metade do séc. VI, os
três escrutínios dominicais realizam-se durante a semana. O fato ocorre
ao se generalizar o batismo de crianças. Numa primeira etapa vieram a
ocupar a quarta-feira, a sexta-feira e o sábado da quarta e quinta semanas.
Nesse momento os formulários da missa são adaptados à nova situação, e as
três grandes perícopes evangélicas, escolhidas precisamente por seu conteúdo
batisnial, passam aos dias de escrutínio feriais.
Nessa última grande transformação do rito batismal romano, os
escrutínios passam a sete. Iniciavam-se na quarta-feira da terceira
semana e terminavam no sábado santo pela manhã. A entrega do Credo
celebrava-se na quarta quarta-feira, e a do Pater no quarto sábado. Por essa
razão, esses dias tinham ademais uma leitura do Antigo Testamento. Em todo caso,
no Ordo Romanus XI (séc. VII) esses elementos reúnem-se no terceiro,
que se chama in aurium aperitione e tinha importância especial. Durante a
missa com leituras próprias, além dos exorcismos e da entrega do credo e do
pai-nosso, fazia-se a entrega dos evangelhos. Os outros exorcismos, com
exceção do terceiro e do sétimo - com o rito do "Effetá" e a recitação do
símbolo dos apóstolos - eram uma repetição dos exorcismos e da missa do
primeiro.
Essa disciplina, que se entende para o batismo de crianças,
perdurou de certa forma até o novo ritual do batismo do ano de 1969 e
inspira em parte o ritual de batismo de adultos de 1973.
Os formulários da missa. quando os evangelhos dos três domingos
batismais passaram aos dias do meio da semana, foi necessário
arrumar evangelhos para esses domingos. Na época do papa são Leão (440-461) lia-se
a paixão domingo, quarta e sexta-feiras santas, seguramente conforme a
seguinte ordem: Mateus, Lucas e João. Nos tempos desse papa já se lia o
evangelho das tentações segundo são Mateus no primeiro domingo e o da
transfiguração, segundo o mesmo evangelista, no segundo domingo, ou melhor, na
missa que terminava na aurora desse domingo, considerado "vacans" até
fins do séc. VIII.
Antes de são Leão, a quaresma envolvia, aliás como os outros
dias de semana do ano, a reunião litúrgica dos domingos e a reunião
alitúrgica da quarta e da sexta-feira, e em sua época existia também a da
segunda-feira. Mais tarde aparecem as da terça-feira e do sábado. As da
quinta-feira são do tempo do papa Gregório II (715-731). Caberia falar ainda de
alguns dias especiais, como o são a quinta-feira e o sábado anteriores à
primeira semana,
o segundo domingo da quaresma ou os mesmos dias das quatro
têmporas na quaresma.
Igrejas estacionais na quaresma romana. O missal, vigente até a
reforma vaticana atual, caracterizava-se primeiro pelos domingos e
depois, a partir da quarta-feira de cinzas, pelo culto estacional. Não nos
ocuparíamos desse fato se não se tratasse de fenômeno que remonta pelo menos ao séc.
V. A mais antiga lista de Igrejas estacionais deve-se ao Comes de
Würburg, composto por volta de 600.
Sem dúvida a origem é anterior. Por uma carta do papa Inocêncio
I do ano de 416, sabemos que aos domingos enviava-se o "fermentum"
aos títulos. É o testemunho mais antigo que temos, e dá a denominação de
título a certos lugares eclesiásticos. Essa liturgia papal nas paróquias da
cidade - assim poderíamos traduzir os tituli com certa aproximação - no tempo
do papa Inocêncio seria dominical.
Uma primeira organização quaresmal mais coerente seria
modificada pela passagem dos escrutínios para os dias da semana. Segundo o
Liher pontificalis, o papa Hilário (461-468) interveio na organização
da liturgia estacional da quaresma em 25 igrejas, pelo que deduzimos que é
anterior ao papa são Leão.
Em sua origem, tratava-se de reunir-se em lugar conveniente
para a liturgia quaresmal presidida pelo bispo de Roma, que honraria
sucessivamente com sua presença as comunidades mais significativas sobre as
quais exercia sua jurisdição litúrgica. Muitas vezes tiveram influência na
escolha dos textos da missa e relacionam-se com o culto ao santo titular da
igreja.
b) Sobre alguns dias em particular
Quarta-feira dc cinzas. Em fins do séc. V, quando o jejum desse
dia, juntamente com o da sexta-feira seguinte, passa a formar parte
da quinquagésima como preparação ascética à páscoa, de modo algum era
tida como início da quaresma mas unicamente como preparação. No
sacramentário gelasiano intitula-se In ieiunio prima statione. Será nos
antifonários e nos sacramentários do séc. VIII que se chamará caput ieiunii.
Quando logo se transferiu o começo da quaresma para essa
quarta-feira, também se fez coincidir com o começo da penitência. No tempo em
que os penitentes eram admitidos à penitência pública oficial,
celebrava-se nesse dia a imposição das cinzas e do cilício.
A atual bênção das cinzas é relativamente recente. A imposição
procede do rito de expulsão dos penitentes como se acha no pontifical
germânico do
séc. X, ainda que sem dúvida o rito seja anterior. A
denominação feria IV cinerum só aparece no missal romano em 1474.
O domingo da paixão "in palmis". A menção dominica in palmis está
ausente em todos os epistolários e evangeliários romanos dos
sécs. VII e VIII. Encontramo-lo no sacramentário gregoriano.
A origem seria um costume popular do séc. V, em Jerusalém, que
na tarde do domingo fazia uma procissão solene para comemorar a
entrada de Jesus na cidade. A peregrina Egéria conta-nos os detalhes dessa
celebração dramática de marcado caráter local.
Essa semana maior ou autêntica tinha nesse dia a abertura do
que é na realidade a semana santa. O rito dos ramos estendeu-se primeiro
no Oriente e mais tarde no Ocidente.
Quanto à Espanha e à Gália, era no séc. VI o dia da unção dos
catecúmenos e da entrega do Símbolo, e por isso tinha todo
sentido ler a unção de Betânia (Jo 12,1-11); os versículos seguintes (12-14)
são precisamente os da aclamação de Jesus com as palmas. Facilmente se
passou do dito anteriormente à denominação in palmis.
Pelo que se disse em outro lugar, sabemos que historicamente é
o grande dia da Paixão, e que o rito dos ramos constitui acréscimo. O
sacramentário gelasiano formula muito bem o sentido quando encabeça os
formulários desse dia com a expressão Dominica in palmis de passione Domini. No
tempo de são Leão era o domingo de Passione, título que desapareceu mais
tarde ao se começar o tempo da paixão no quinto domingo da quaresma.
A procissão dos ramos teria sido admitida primeiramente no
ambiente galicano por volta do séc. VII, e os ramos reais com sua bênção
estariam atestados no missal de Bobbio do séc. VIII. Ainda que as
primeiras pegadas no Ocidente se encontrem em Isidoro de Sevilha, adquiriu grande
impulso nas Gálias - Teodulfo de Orleans (+821) compôs o hino Gloria
laus - e difundiu-se rapidamente. Pelo ano de 950 a organização da festa
no Pontifical romano-germânico influiu no missal romano. Roma talvez tenha
aceitado a procissão nos títulos já no séc. X. O Ordo Lateranense
transmite-nos como se celebrava no séc. XII.
Quinta-feira santa. Seria trabalhar em vão buscar na história
das origens cristãs uma festa da quinta-feira santa, e muito menos no
sentido em que hoje a celebramos. Pela resposta de Agostinho a Januário, que
entre outras questões lhe perguntara sobre a conveniência de celebrar a missa
pela manhã ou pela tarde e qual seria o momento de interromper o jejum,
chega-nos uma informação precisa. Por um lado a existência na África de uma
missa vespertina in Cena Domini, nome que encontramos no concilio de
Cartago do ano de 397. Em segundo lugar, fala-se na carta a Agostinho dessa
quinta-feira, que leva o nome comum de feria quinta, como a última da
quaresma.
Na Igreja antenicena não se diz nada sobre esse dia. É inútil
buscá-lo na Didascália dos apóstolos, que supõe a celebração da ceia na
terça-feira da semana santa.
Pela carta de Inocêncio III ao bispo de Gúbbio (a. 410) somos
informados do costume romano de reconciliação penitencial nesse dia, que
remonta ao séc. IV.
Para o Sacramentário Gelasiano esse dia é o de Orationes in
quinta feria da antiga missa matutina que punha fim ao jejum quaresmal.
Segundo o testemunho do mesmo sacramentário, existiria outra missa pela
tarde nos "títulos" de Roma.
No Laterano, pelo menos a partir do séc. VII, celebrava-se uma
única missa na qual o papa benzia o crisma ao meio-dia. Nem essa
missa nem a dos títulos tinham liturgia da Palavra, o que não deixa de implicar
certos problemas, que escapam à presente síntese.
O resultado final é que o sacramentário gelasiano do séc. VII
organiza as duas missas, a dos títulos e a crismal do Laterano,
construindo um conjunto de três missas para a quinta-feira santa: a primeira para a
reconciliação dos pecadores, a segunda para a consagração dos óleos e a terceira
como comemoração da Ceia do Senhor.
Os diversos nomes e maneiras de celebrar que, como acabamos
de ver, a história atribui à quinta-feira santa falam-nos de certa
vacilação no conteúdo preciso dessa festa, mas coincidem todos em ver nela o dia da
conclusão da quaresma ou jejum quaresmal. É essa precisamente a razão pela
qual terminamos a história deste tempo quaresmal com a quinta-feira da
semana santa.
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A Evolução Histórica da Quaresma
Texto retirado das páginas 143 a 150.
r. 1822 nº 347 - Ipiranga
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