LIVROS - Dicionário Cultural do Cristianismo

DICIONÁRIO CULTURAL DO CRISTIANISMO
Autores: Nicole Lemaitre / Marie Thérèse Quinson / Véronique Sot
Editora: Loyola
Páginas: 342
Formato: 23 x 16 cm
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» APRESENTAÇÃO

Esta obra visa pôr ao alcance do leitor o vocabulário essencial do Cristianismo em suas três componentes fundamentais: catolicismo, protestantismo e ortodoxismo; permitindo compreender as raízes religiosas de nossa cultura, dentro do respeito ao pluralismo, às opções religiosas ou filosóficas das várias tradições, esclarecendo os aspectos essenciais do patrimônio cultural e espiritual do Ocidente.

A obra se dirige aos estudantes que não adquiriram o conhecimento do vocabulário cristão e a todos os que, independentemente da idade, pretendem compreender palavras de todos os dias. Assim, cada verbete propõe:

Artigos sobre todos os aspectos do Cristianismo (ensinamentos, figuras, fatos, ritos e práticas, objetos de culto etc.).

Referências lingüísticas, literárias, iconográficas, musicais e cinematográficas.

Cronologia da história do Cristianismo.

Oito mapas com a expansão do Cristianismo no mundo.

Índices.

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As grandes datas do Cristianismo

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Verbetes sobre Liturgia

LITURGIA - (Do gr., "serviço público, serviço do culto".) Culto oficial prestado a Deus. Em sentido estrito, ordenação do culto. A liturgia pode variar segundo as regiões e as épocas: fala-se de liturgia grega, de liturgia romana ou de liturgia galicana. Hoje, frequentemente, os católicos designam com esse termo a celebração da eucaristia. Os ortodoxos chamam liturgia eucarística ou divina liturgia seu rito fundamental.

LITURGIA EUCARÍSTICA - Celebração no decurso da qual dá-se a eucaristia. A liturgia eucarística, ou "divina liturgia", designa o rito fundamental do culto ortodoxo. Os ortodoxos tem uma só liturgia eucarística por dia e por igreja, posto que a eucaristia é o sacramento da unidade. Se vários padres estão presentes, eles concelebram. A celebração se compõe de três partes. A preparação dos celebrantes e dos santos dons (pão e vinho) faz-se no santuário, estando fechadas as portas do iconostase. A liturgia dos catecúmenos ou liturgia da Palavra está centrada na leitura da Epístola (leitura do Apóstolo) e do Evangelho, seguida da pregação. Outrora, os catecúmenos se retiravam, pois eles não podiam participar do mistério eucarístico; não deviam permanecer na igreja onde os batizados comungavam. A liturgia dos fiéis e a parte principal, aquela na qual são consagrados o pão e o vinho, trazidos solenemente durante a Grande Entrada. A anáfora (gr., "oferenda") é uma longa oração eucarística compreendendo o prefácio, a anamnese (relato da Ceia) e a epiclese pela qual o pão e o vinho tornam-se o Corpo e o Sangue do Cristo. A comunhão se faz sob as duas espécies. Não se conserva pão consagrado, tendo o padre distribuído o Cordeiro em tantas parcelas quantos são os comungantes. Como entre os luteranos e anglicanos, não há em seguida a adoração ao Santissimo Sacramento.

A divina liturgia de São João Crisóstomo:

Preparação dos celebrantes e dos Dons:

Preparação dos elementos do sacrifício:

Liturgia dos catecúmenos ou da Palavra:

Ecteni (orações circunstanciais) e antífonas:

Liturgia dos fiéis:

Literatura: Tolstoi, Guerra e Paz, 1867, III, 1, 18: Natacha segue a liturgia de intercessão pela Rússia invadida.

LITURGIAS ORIENTAIS - Elas são numerosas. A liturgia grega de Alexandria, chamada "liturgia de São Marcos", é tambem empregada pelos coptas (que a chamam "liturgia de São Cirilo"); ela é celebrada em copta, em grego ou em árabe. A liturgia grega de Antioquia-Jerusalém ou "liturgia de São Tiago", nascida no século V, difundiu-se até a Índia e ainda é utilizada pelos maronitas; sua língua é a siríaca. A liturgia bizantina desenvolveu-se em Constantinopla no século V a partir da de Antioquia. Foi no século XVI que ela atingiu sua forma atual. Compõe-se das liturgias de São Basílio (a mais antiga), São João Crisóstomo (a mais empregada) e São Gregório (para os dias ordinários). Foi traduzida para grande número de línguas, dentre as quais o eslavônio, romeno, albanês e árabe.

LITURGIA ROMANA - No século IV, as liturgias oriental e romana começam a se diferenciar. A liturgia romana se elabora entre os séculos IV e XII, fundindo-se com os costumes locais, chamados "galicanos" (de Gália), sob a influência de Pepino o Breve e de Carlos Magno. Papas tentaram impor os costumes romanos na cristandade: assim, Gregório VII (1073-1085), com o apoio da ordem de Cluny, impôs o rito romano em detrimento do rito mozárabe na Espanha. Algumas igrejas puderam, contudo, conservar seus ritos particulares, como a Igreja de Milão (rito ambrosiano). No século XIII, os Franciscanos propagaram com sucesso o rito romano. 0 movimento acelerou-se à epoca do cativeiro de Avignon, quando se difundiu a liturgia da Cúria Romana. Entre 1568 e 1614, para concluir a unificação, Roma impôs livros litúrgicos às dioceses que não possuíam liturgias anteriores há dois séculos. Entretanto, uma real uniformidade não fol alcançada senão no século XIX. Durante muito tempo, as principais características da liturgia romana foram a utilização do pão ázimo, a variedade dos prefácios, o emprego do latim e do canto gregoriano. A Constituição do Concílio Vaticano II (4 de dezembro de 1963) sobre a liturgia tende a torná-la mais acessível aos fiéis: missa em língua vernácula, comunhão "recebida na mão", participação mais ativa nas celebrações do batismo ou do matrimônio. Se as línguas vernáculas têm agora largo emprego na liturgia, a possibilidade de utilizar o latim para celebrar a missa e recitar certas orações (Sanctus, Pater ou Agnus Dei) está entretanto conservada. 0 novo missal romano data de 1970. 0 latim foi empregado na liturgia ocidental até o século XX. Tertuliano (155-220) foi um dos artífices da criação do latim litúrgico, pois os cristãos das províncias ocidentais não conheciam mais o grego, que era até então a língua da liturgia e da teologia, no Oriente e no Ocidente. No século XVI, as Igrejas re- formadas adotaram a língua vernácula, enquanto a Igreja católica conservou o latim até o Concílio Vaticano II (1965).

Locuções & Provérbios: Latim de pároco. Latim de Igreja.

Texto retirado das páginas 182 a 184.

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