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Curso de Profecia Hebraica Autor: John Eaton Editora: Loyola Páginas: 220 Formato: 21 x 14 cm Preço: * * * Apresentação | O Autor | Conteúdo | Amostra | Maiores Informações | Pedidos via Internet |
» APRESENTAÇÃO
É pensamento corrente que os profetas só podem ser entendidos por especialistas
acostumados a decifrar os textos áridos e complexos que só circulam entre os
estudiosos. Este livro levará os leitores a ver os profetas hebraicos com novos olhos,
com inédita compreensão.
» O AUTOR
John Eaton foi professor de Estudos do Antigo Testamento na
Universidade de Birmingham. Escreveu também "The Circle of Creation.
Animal in the Light of the Bible".
» CONTEÚDO
Depois de descrever a natureza da profecia hebraica
e seu contexto histórico, sua poesia e seus padrões, John Eaton dedica um
capítulo a cada profeta na ordem histórica que se convencionou adotar,
começando com Amós e acabando com Daniel, no momento de transição para a
literatura apocalíptica.
Os capítulos foram pensados para servir de curso, incluindo muitas sugestões
de pesquisa, discussão e redação de textos sobre a profecia hebraica. Além
disso, o texto apresenta muita informação e material compartivo. Um capítulo
final resume e sistematiza os conhecimentos recém-adquiridos sobre cada
profeta.
» AMOSTRA
GRANDES ESPÍRITOS RESPONDEM À CATÁSTROFE
No século VIII aC, os dois reinos hebraicos (Israel e Judá), com suas
capitais Samaria e Jerusalém, passaram da prosperidade para a catástrofe.
Perto do fim do século, a máquina militar do vasto império assírio esmagou
a Samaria e reduziu terrivelmente Jerusalém. Mas das ruínas foram preservadas
palavras de quatro profetas radicais - Amós, Oséias, Isaías e Miquéias. Nada
parecido com eles foi conhecido em tempos anteriores. A profundidade da
crise parece ter evocado uma extraordinária profundidade de ministério. Seu
trabalho deve ter sido preservado precisamente porque revelava significado
nas trevas da destruição e deportação.
A queda final de Jerusalém veio no começo do século VI [aC]. O império
babilônio vencera os assírios, e foi para assentamentos na Babilônia que os
sobreviventes das classes dirigentes de Jerusalém foram encaminhados e
ficaram exilados por meio século ou mais.
Jeremias esteve ativo para além das últimas décadas do reino de Jerusalém.
Ezequiel pregou para os exilados. Os sucessores de Isaías (Is. 40-66)
cobriram o período em que o império persa substituiu os babilônios e restaurou
a comunidade (mas não a monarquia) em Jerusalém e à sua volta.
O FIM DE UMA ERA PROFÉTICA
Outros ministérios proféticos deixaram depósitos - menores, mas notáveis -
na coleção de livros proféticos, entre eles Sofonias, Naum e Habacuc, no
século VII [aC], e Ageu, Zacarias e Malaquias do século VI ao V [aC]. Mas
as grandes séries de vozes morreram com a mudança das condições. O fim do
Estado real independente, a ascenção de uma classe sacerdotal governante, a
construção de uma escritura volumosa, o pano de fundo do império persa e,
depois, grego, tudo isso pode ter contribuído para o fim da grande seqüência
profética.
Mas, na forma de livros, as palavras radicais sobreviveram. Nessa forma
perdurável, elas ainda tinham o poder de acelerar impulsos e movimentos
religiosos.
A VELHA VERDADE LEVADA A SÉRIO
Ao avaliar a grandeza de figuras como Amós, Isaías ou Jeremias, os estudiosos
modernos costumavam apresentá-las como pensadores originais, marcos no
progresso ascendente da sensibilidade e do entendimento religiosos. Tais
profetas eram vistos como gênios individuais, erguendo-se acima da religião
da massa para declarar pela primeira vez o caráter único de Deus, sua justiça
e sua demanda por justiça e compaixão, em vez de sacrifício.
Tornou-se gradualmente aparente, porém, que em tudo isso os profetas estavam
fazendo uso de ensinamentos mais antigos. Deles foi o mérito de ver e
expressar-se claramente numa época de corrupção e confusão. Foram porta-vozes
corajosos, radicais e oportunos da verdade. Acima de tudo, viram e viveram
para a aplicação da antiga verdade, sua relação com a sociedade e a política
de seu tempo.
CESSAI DE TRAZER OFERENDAS VÃS!
Os grandes profetas às vezes falavam de forma contundente sobre certos
lugares e maneiras de culto, em especial a oferenda de sacrifícios. Em todo
o Oriente Próximo, as idéias relacionadas ao sacrifício podiam muitas vezes
ser toscas, como se os deuses dependessem disso para ter alimento. Mesmo
sem essa crueza, os cultuadores em Israel podiam facilmente resvalar para o
sentimento de que, por meio de sacrifícios, estavam fazendo que Deus ficasse
em dívida para com eles. Esse era um erro fundamental que os profetas
perspicazes, zelosos da soberania de Deus, incluíam em suas denúncias. Mas,
como veremos, eles não estavam, necessariamente, propondo um culto
completamente sem oferendas.
Sua condenação de santuários, cultos e ofícios sagrados faz com que os grandes
profetas pareçam inconformistas individuais, leigos e extra-oficiais que se
lançavam contra as instituições religiosas e os homens e mulheres profissionais
do culto sagrado. Mas críticas severas ainda mais mordazes podem surgir dentro
da instituição, devido a seu conhecimento interno. As origens sacerdotais de
Jeremias e Ezequiel foram mencionadas em seus livros e, se a maior parte dos
grandes profetas tivesse alguma associação com os centros sagrados e as pessoas
vinculadas a eles, seria mais fácil compreender seu domínio da linguagem e
da tradição sacras, suas oportunidades de pregar em festas e a preservação de
seus ensinamentos depois de sua morte - não por seitas isoladas, mas por
canais oficiais, para, no fim, tornarem-se escrituras nacionais.
Uma confusão desnecessária é causada por algumas traduções modernas de Am.
7,14 como "Eu não sou profeta...". Antecipando nosso estudo de Amós, podemos
julgar que as traduções mais antigas eram mais sensatas, com "Eu não era
porfeta, nem filho de profeta, mas era vaqueiro...". Amós, então, está se
referindo a seu chamado para se tornar um profeta e mudar seu modo de vida
como uma evidência de que o Senhor, agora, de fato fala por intermédio dele
(poderíamos compará-lo ao argumento de Paulo em Gál. 1,11-14).
A BOCA E A PENA
"Eis aqui" é um começo típico dos pronunciamentos dos profetas e, de fato,
os indícios geralmente demonstram que um profeta falaria ou cantaria, face a
face, sua mensagem, que já teria vindo a ele em forma artística num período
de intensa concentração. Os profetas não eram escritores que ajustavam e
poliam suas palavras. A história de Jer. 36 mostra como declarações guardadas
na memória por mais de vinte anos poderiam, em circunstâncias especiais, ser
ditadas pelo profeta a um assistente hábil na arte da escrita. Na verdade,
esse escrito específico logo desapareceu, solenemente cortado e queimado pelo
rei, mas, graças à memória do profeta, as palavras ainda não estavam perdidas
e puderam ser ditadas novamente. Esse foi um caso especial, mas é um exemplo
do fato de que, de uma forma ou de outra, com um propósito ou outro, as
tradições dos pronunciamentos dos grandes profetas acabaram sendo registradas
por escrito.
EDIÇÃO E SUBEDIÇÃO
Processos de organização e ampliação dos pronunciamento ocorreram antes que
os livros alcançassem sua forma atual. Os traços daqueles que manipularam as
tradições e os documentos aparecem de vários modos. Repare como eles se
referem ao profeta na terceira pessoa em Am. 1,1-2; 7,12-14. Similarmente
em Os. 1,1-6 e com freqüência em outros livros proféticos.
No livro de Isaías, há vários títulos de editores e sinais de desenvolvimento
ao longo de vários séculos. No livro de Jeremias, sua poesia sensível é
incorporada em muitos trechos de prosa em estilo pesado e extensa biografia.
No livro de Ezequiel, há duplicações e sinais de muitas anotações feitas por
editores com preocupações sacerdotais.
CÍRCULOS E DISCÍPULOS
A história da forma acabada dos livros proféticos não está registrada. Só
podemos procurar pistas no caráter do material. Não há nenhum relato para nos
dizer claramente quem foram os círculos identificados pelos estudiosos
modernos com nomes como "os deuteronomistas", "levitas", "a escola de
Isaías".
Há algumas referências a discípulos ou assistentes dos grandes profetas
(Is. 8,16-22; 50,4; Jer. 36; cf. 1Sam. 19,20, 1Rs. 19,19-21; 2Rs. 2). Esses
indícios esparsos tornam-se significativos quando se leva em conta o papel
dos discípulos, de forma geral, no antigo Oriente Próximo. É fato bem
conhecido, por exemplo, que os poetas árabes e rabis judaicos faziam uso de
um sistema de confiar suas composições ou ensinamentos a discípulos, para
que fossem solenemente transmitidos de uma geração a outra. Esta era a
maneira apropriada de estender e prolongar seu trabalho. Parece provável
que um serviço semelhante de discípulos tenha formado uma ponte entre as
primeiras pregações dos grandes profetas e o surgimento de seus livros.
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Grandes Crises, Grandes Profetas
SOLITÁRIOS E LEIGOS?
Em Am. 1,1, Amós é descrito como tendo
sido um dos noqdim de Teqoa (alguns quilometros ao sul de Belém). A
única outra ocorrência desse termo na Bíblia refere-se ao rei de Moab (que
seria uma figura sagrada) como sendo criador de rebanhos (2Rs. 3,4). Fora de
Israel, o termo ocorre na costa do norte da Síria, onde um homem era chefe
dessas pessoas e também dos sacerdotes. Na Mesopotâmia, o termo indicava
criadores de grandes rebanhos que poderiam estar ligados a templos. Com base
nisso, o proeminente estudioso sueco Ivan Engnell concluiu que noqdim
em Am. 1,1 provavelmente referia-se a um grupo de pastores do templo, servos
do templo de Jerusalém, que administravam seus rebanhos e propriedades no
distrito de Teqoa. (v. Engnell, Critical Essays on the Old Testament,
p. 133).
Em meu livro
"Festal Drama in Deutero-Isaiah" (p. 70), apresento a seguinte interpretação
para Is. 50,4, um versículo em que a palavra limmudim, 'discípulos',
ocorre duas vezes: "Os limmudim aqui, como em Is. 8,16, são jovens
profetas, aprendizes do círculo do mestre, que ele envia para estender seu
ministério. Sua 'língua' é portadora de um oráculo de Deus destinado a
fortalecer a fé. Quanto às 'manhãs', o sentido seria de que o círculo
profético reunido pratica longas vigílias de concentração na vontade de
Deus, mais ou menos como a meditação conjunta dos monges budistas. No
amanhecer, especialmente, Deus faz surgir sua palavra oracular no ouvido de
um deles".
Texto retirado das páginas 19 a 24.
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