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APROFUNDANDO OS CONHECIMENTOS...
"Autores da Celebração Litúrgica"

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AUTORES DA CELEBRAÇÃO LITÚRGICA

pe. Serginho Valle (scj)

ed. Loyola

160 páginas

Formato: 21 x 14 cm

Preço: * *

Apresentação

 

 

Já vai longe o tempo em que o padre fazia tudo sozinho nas celebrações litúrgicas. Desde o Concílio Vaticano II, quando aconteceu a reforma da Liturgia, os ministérios litúrgicos retomaram o seu valor e sua função celebrativa.

É este um dos objetivos do livro "Autores da Celebração Litúrgica": procurar ressaltar a importância e o valor de cada um dos ministérios litúrgicos que toda comunidade deveria ter, de modo particular durante a celebração litúrgica.

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O Autor

pe. Serginho Valle (scj) nasceu em 1955, em Brusque-SC. É formado em Estudos Sociais, bacharel em Teologia e licenciado em Liturgia pelo Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo de Roma, e em Comunicações Sociais pelo SPICS de Roma. É professor de Liturgia e Comunicação Social no Instituto Teológico SCJ de Taubaté-SP. É diretor do Centro Dehoniano de Comunicação (CDC) e diretor da revista "Ir ao Povo". É jornalista, apresentador e roteirista da Rede Vida de Televisão.

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Conteúdo

Nesta obra, o autor pretende discutir o papel e as tarefas de cada um dos ministérios existentes na celebração eucarística:

  1. A Equipe de Acolhida
  2. A Assembléia Litúrgica
  3. O Padre: Presidente, mas não animador de auditório
  4. O Diácono na liturgia e celebração
  5. O Comentarista
  6. O Leitor
  7. O Salmista
  8. O Intercessor (Oração dos Fiéis)
  9. Os Músicos
  10. Os Corais
  11. Os Ministros Extraordinários da Eucaristia
  12. O Cerimoniário
  13. Os Coroinhas
  14. O Sacristão
  15. Os Arranjadores da Igreja

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Amostra

MINISTROS DA DISTRIBUIÇÃO DA EUCARISTIA

Aconteceu comigo numa comunidade de cidade grande. Fui convidado pelo pároco da comunidade a presidir a missa das 19 horas. Aceitei com muito gosto, mesmo porque estava dando um curso de liturgia naquele local e seria bom sentir o pulso da comunidade durante a celebração.

O pároco me explicou que três ministros acompanhariam a celebração para ajudar na distribuição da comunhão. Tudo dentro da normalidade, disse-me o padre. Mas não era.

Assim que cheguei à sacristia para me paramentar, um dos ministros se aproximou de mim e começou a explicar como eu deveria celebrar a missa. Calado, ouvia tudo. Indicações simples: entraríamos pelo fundo da igreja, faríamos inclinação para o altar, eu deveria subir e beijar o altar... tudo o que o rito da missa prescreve.

Antes que ele me explicasse como celebrar a missa inteira, combinamos que, se acontecesse algo diferente da normalidade, ele chamaria minha atenção. Na hora ele concordou, mas, durante a missa, não houve jeito. Para tudo ele tinha alguma indicação ritual: agora o senhor faz o ofertório, agora é hora de lavar as mãos etc.

A certa altura não agüentei mais. Chamei-o e susserrei no seu ouvido: "Daqui para a frente eu sei tudo de cor, está bem?" Ele fez uma inclinação profunda para o altar e foi caminhando solenemente para seu canto.

No começo foi um "Deus nos acuda", um verdadeiro "bafafá". Recordo bem. Foi lá pelo ano de 1964, quando nosso pároco, numa das missas, anunciou que leigos ajudariam o padre na distribuição da comunhão. Argumentou que o Vaticano dera licença, que o bispo havia aprovado os nomes indicados. Nada disso adiantou. O pessoa da comunidade não queria nem saber. "Onde já se viu, 'homens comuns' - isto é, que não eram padres - distribuindo a comunhão", diziam. Vi gente jurando que nunca comungaria com aqueles senhores. Dar a comunhão, só padre.

Depois, com o passar do tempo, a agitação foi serenando e tudo normalizou, quer dizer, quase tudo. Ainda hoje conheço pessoas que, por princípio, não comungam com ministros que distribuem a Eucaristia.

"Ministério da Eucaristia" na missa?

A pergunta não é fora de propósito. Em quase todas as comunidades se diz: "Ministros da Eucaristia". Um nome nada apropriado. Ministros da Eucaristia são, por direito e por ordenação, o bispo e o padre. Por isso, não estaria errado quem protestasse contra tal título de "Ministros Extraordinários da Eucaristia".

Se o nome é assunto para um debate teológico, o ministério para distribuir a comunhão na missa deve ser visto pelo lado prático. Depois do Concílio Vaticano II e com a mudança da teologia da Eucaristia, as comunhões dos fiéis aumentaram. Nada mais sensato, portanto, que haja pessoas que ajudem o presidente da celebração a distribuir a comunhão aos fiéis. Hoje, portanto, os leigos - homens e mulheres - podem ajudar a distribuir a comunhão à assembléia durante a missa ou em outras celebrações.

Com "mudança da teologia da eucaristia", evidentemente estou me referindo à dimensão de comunhão-banquete.

Antigamente, a Eucaristia podia ser tocada somente por bispos e padres. Essa prática se fundamentava no conceito teológico de que a hóstia e o vinho consagrados eram reservados para alguns: aqueles que tinham as mãos consagradas. Por causa disso, a comunhão devia ser dada na boca, já que os leigos não poderiam tocar com as mãos a hóstia consagrada.

Isso mudou. Cristo se fez alimento para todos. Todo batizado, portanto, tem o direito de tocar no Corpo e no Sangue de Cristo. Todo batizado tem o direito de distribuir o Corpo e o Sangue do Senhor a seus irmãos. Da mesma forma, a celebração da missa deixa claro que a eucaristia é para ser comida e bebida de toda a assembléia. Um alimento que eu toco, que vejo e sinto. Não se trata de uma comunhão de desejo, ou comunhão espiritual, como se escuta um pouco aqui e ali.

"Todos" não significa "qualquer um"

Quando acima flava "todos", na prática queria dizer todos mesmo. Numa missa com grande afluência de povo, estando o padre sozinho, ele pode chamar alguém para ajudá-lo a distribuir a eucaristia para a assembléia. Mesmo assim, existem alguns princípios litúrgicos a seguir.

Um dos princípios - básico no meu entender - é que aquele ou aquela que forem escolhidos para distribuir a comunhão da missa tenham uma vida que não mereça reprovação moral na comunidade. O mesmo princípio deve ser aplicado em casos de necessidade. Por isso, o padre terá o bom senso de escolher alguém que seja testemunho de vida cristã na comunidade. Não é de bom senso que, estando necessitado, o padre chame o primeiro que vê pela frente. É conveniente que seja uma pessoa conhecida de todos na comunidade e com prática de vida cristã.

Outro critério para que o ministro extraordinário da Eucaristia assuma seu ministério é a formação. Não que se faça necessário um curso de teologia, digamos assim, mas que tenha noções básicas da doutrina cristã e da Bïblia.

Por fim, a não ser por disposição contrária da diocese, o exercício desse ministério, mesmo que seja extraordinário, necessita da aprovação do bispo diocesano, mediante indicação do pároco.

Depois de falar da necessidade desse ministério em nossas comunidades, de modo particular na ajuda que se presta na distribuição da eucaristia aos doentes da comunidade, vamos analisar seu papel e sua função na missa.

O exercício do ministério na missa

O que deve e o que pode fazer um ministro extraordinário da Eucaristia na missa? Essa pergunta, pela simplicidade da resposta, sempre deixa o interrogador com um ar de espanto. Na prática, o ministro extraordinário da Eucaristia tem a função de ajudar na distribuição da comunhão na missa. Só isso!

Às vezes, tenho observado que o ministro extraordinário da eucaristia não se contenta com sua função. Quer fazer as vezes do coroinha, do leitor e exercer o papel de cerimoniário da celebração. Para isso, existem outros ministérios.

O mesmo se diga com relação a seu lugar no presbitério. O ministro ou ministros extraordinários da eucaristia que irão atuar na celebração entram com o padre na procissão de entrada. Durante a celebração permanecem no presbitério, mas num lugar próprio e não no altar, junto ao padre.

Com isso entenda-se que o ministro extraordinário da eucaristia não beija o altar, nem no início nem no final da celebração. Também não lhe compete ficar ao lado do padre, nem na cadeira, nem no altar durante a liturgia eucarística. Nem mesmo preparar o cálice no momento da preparação das oferendas. Isso é função do diácono e, na falta deste, do padre.

Tudo isso parece formalismo, mas depende do modo de ver as coisas. No meu entender isso significa valorizar os ministérios. Cada um faz o que lhe compete. É assim que a Instrução Geral do Missal Romano define a variedade dos ministérios na missa, como tantas vezes repetimos ao longo de nossa conversa.

Uma veste ministerial

Algumas dioceses e paróquias aboliram a veste celebrativa do ministro extraordinário da eucaristia. Tiveram suas razões.

Pessoalmente, considero simpático uma veste que os distinga pelo ministério que exercem na missa. Hoje, muitas paróquias estão adotando vestes celebrativas para leitores, cantores, por exemplo. Também o ministro extraordinário pode ter a sua em vista da ministerialidade que exerce.

Mas não há necessidade de que seja uma túnica. Esta é uma veste litúrgica do presidente da celebração e do diácono. Reservo-me o direito de não opinar quanto ao modelo da veste, mesmo porque muitas confecções que trabalham com vestes litúrgicas têm propostas interessantes nesse sentido. O fato de ser leigo, como se argumenta, não significa que a veste celebrativa seja desnecessária.

O momento de distribuir a comunhão

Seriedade e respeito são coisas que nem é preciso aconselhar para quem exerce este ministério na missa. Recordaria apenas o que tenho visto em alguns lugares quanto à fórmula no momento de distribuir a comunhão.

A liturgia pede que se diga apenas "O Corpo de Cristo" e nada mais. Fórmulas inventadas como "Jesus te ama", "Olha o amor de Deus", "Jesus vem te visitar"... não fazem parte da liturgia e seria bom evitá-las.

A fórmula litúrgica da distribuição da comunhão "O Corpo de Cristo" tem um sentido muito bonito explicado por Santo Irineu, no século III. Explica esse grande teólogo do início da nossa Igreja o seguinte: "Ao receberes a comunhão, o presbítero dirá: 'O Corpo de Cristo'. Tu responderás: 'Amém', em sinal de aceitação. Logo em seguida deverás comungar. Vê o que fazes: ao dizer 'amém', tu recebes o Corpo do Senhor. Procure viver o que recebes para que tu também te tornes Corpo de Cristo no meio do mundo".

Você pode dizer: "A gente não sabe de tudo isso". Foi por isso que falei da necessidade da formação para quem exerce esse ministério. Caso contrário, alguns ministros ficarão tão eufóricos que se sentirão no papel de padre, mesmo sem terem recebido a ordenação.

Dificuldades à parte, não podemos negar a graça e a riqueza das comunidades terem tantos ministros.

Algumas perguntas

  • Em sua comunidade, ministros da distribuição da eucaristia distribuem a comunhão respeitosamente, ou alguns não agem com o devido respeito, e fazem a distribuição automaticamente?

  • No momento de distribuir a comunhão, os ministros de sua comunidade inventam fórmulas ou dizem aquilo que a liturgia pede?

  • Em sua comunidade, os ministros ficam num local a eles reservado no presbitério, ficam no meio da assembléia ou ficam o tempo todo ao lado do padre?


Texto retirado das págs. 119 à 125.

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