A g n u s D e i

O GRANDE JUBILEU DO ANO 2000
d. Murilo S.R. Krieger (scj)
25.01.1999

PRÁTICAS CARACTERÍSTICAS DO JUBILEU

25. Quais são as práticas características do Jubileu?

O Ano Jubilar (Ano Santo) tem várias práticas que o caracterizam: a peregrinação, a porta santa e a indulgência. A peregrinação "reproduz a condição do homem, que gosta de descrever a sua própria existência como um caminho. (...) Submetendo-se voluntariamente à Lei, também Jesus, com Maria e José, foi como peregrino à cidade santa de Jerusalém (cf. Lc 2,41). (...) [A peregrinação] lembra o caminho pessoal do fiel seguindo as pegadas do Redentor: é exercício de ascese ativa, de arrependimento pelas faltas humanas, de vigilância constante sobre a própria fragilidade, de preparação interior para a conversão do coração. Por meio da vigilância, do jejum e da oração, o peregrino avança pela estrada da perfeição cristã, esforçando-se por chegar, com a ajuda da graça de Deus, "ao estado de homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo" (Ef 4,13)." (IM 7).

26. O que se entende por porta santa?

Outro sinal característico do ano jubilar é a porta santa, que "evoca a passagem do pecado à graça, que cada cristão é chamado a realizar. Jesus disse: "Eu sou a porta" (Jo 10,7), para indicar que ninguém pode ter acesso ao Pai senão por Ele. (...) O sinal da porta lembra a responsabilidade de todo fiel quando atravessa o seu limiar." Passar por uma das quatro grandes basílicas de Roma - S. Pedro, S. João do Latrão, Santa Maria Maior e S. Paulo - "significa confessar que Jesus Cristo é o Senhor, revigorando a fé nele para viver a vida nova que nos deu. É uma decisão que supõe a liberdade de escolher e ao mesmo tempo a coragem de abandonar alguma coisa, na certeza de adquirir a vida divina (cf. Mt 13,44-46)" (IM 8).

27. O que se entende por indulgência jubilar?

A indulgência "manifesta a plenitude da misericórdia do Pai, que vem ao encontro de todos com o seu amor, expresso primariamente no perdão das culpas. Ordinariamente Deus Pai concede o seu perdão por meio do sacramento da Penitência e da Reconciliação. (...) A realização da reconciliação com Deus não exclui a permanência de algumas conseqüências do pecado, das quais é necessário purificar-se. É precisamente nesse âmbito que ganha relevo a indulgência, por meio da qual se manifesta o "dom total da misericórdia de Deus". Pela indulgência é concedida, ao pecador arrependido, a remissão da pena temporal devida pelos seus pecados já perdoados quanto à culpa. (IM 9).

28. O que nos ensina a doutrina sobre as indulgências?

A doutrina sobe as indulgências "ensina em primeiro lugar quão triste e amargo é ter abandonado o Senhor Deus (cf. Jer 2,19). Com efeito os fiéis, quando lucram as indulgências, compreendem que com as suas próprias forças não seriam capazes de reparar o mal que, pelo pecado, causaram a si mesmos e a toda a comunidade; conseqüentemente, sentem-se estimulados a realizar atos salutares de humildade" (cf. IM 10).

29. No Ano Jubilar, poderemos obter graças especiais também para os outros?

Sabemos que o amor superabundante de Cristo salva-nos a todos. Faz parte também da grandeza do amor de Cristo não nos deixar na condição de destinatários passivos, mas chamar-nos a colaborar na sua obra salvífica e, de modo particular, na sua paixão. Assim o exprime o conhecido texto da carta aos Colossenses: "Completo o que falta aos sofrimentos de Cristo na minha carne, em favor do seu Corpo que é a Igreja"(1,24). (IM 10). Em Cristo e por Cristo, a vida do cristão "encontra-se ligada por um vínculo misterioso à vida de todos os outros cristãos. (...) A santidade de um aproveita aos outros numa medida muito superior ao dano que o pecado de um pôde causar aos demais. Há pessoas que deixam atrás de si uma espécie de saldo de amor, sofrimento suportado, pureza e verdade, que atrai e sustenta os outros" (id.).