A g n u s D e i

O GRANDE JUBILEU DO ANO 2000
d. Murilo S.R. Krieger (scj)
25.01.1999

A BULA: "O MISTÉRIO DA ENCARNAÇÃO"

16. O que é uma bula?

A bula é um documento do Papa de caráter solene, que contém ordens e instruções e que concede certos benefícios. Em vista do Ano 2000, o Papa João Paulo II escreveu a bula Incarnationis Mysterium (O mistério da encarnação - IM - 29.11.98). Ela proclama solenemente o Grande Jubileu do Ano 2000. Suas primeiras palavras, são: "Tendo o mistério da encarnação do Filho de Deus diante dos olhos, a Igreja está para cruzar o limiar do terceiro milênio".

17. Onde acontecerá a celebração do Grande Jubileu do Ano 2000?

"Trata-se de um evento que será celebrado simultaneamente em Roma e em todas as Igrejas Particulares [= Dioceses] espalhadas pelo mundo e terá, por assim dizer, dois centros: um será a Cidade onde a Providência quis colocar a sede do Sucessor de Pedro e o outro, a Terra Santa onde o Filho de Deus nasceu como homem, tomando a nossa carne de uma Virgem, chamada Maria (cf. Lc 1,27). Por isso o Jubileu, além de ser celebrado em Roma, será celebrado também, com igual dignidade e importância, naquela Terra justamente chamada ‘santa’ por ter visto nascer e morrer Jesus." (IM, 2)

18. Qual o apelo mais forte deste Grande Jubileu do Ano 2000?

O Ano Jubilar, também chamado de Ano Santo, será um tempo em que se fará sentir mais intensamente o convite de Jesus à conversão (cf. IM 5). Precisaremos tomar consciência do mal que causamos com nosso pecado, que "impediu a ação do Espírito Santo no coração de muitas pessoas. A nossa pouca fé fez cair na indiferença e afastou muitos de um autêntico encontro com Cristo" (IM 11). Os cristãos serão convidados a assumir, perante Deus e os homens ofendidos pelos seus comportamentos, as faltas que cometeram. No ano jubilar, ninguém queira excluir-se do abraço do Pai. O Pai misericordioso não levará em conta os pecados de que verdadeiramente estiverem arrependidos (cf. Is 38,17) (cf. IM 11). Além disso, "de toda a Igreja elevar-se-á o hino de louvor e ação de graças ao Pai que no seu amor incomparável, nos concedeu em Cristo a graça de sermos "concidadãos dos santos e membros da família de Deus" (Ef 2,19)" (IM 6).

19. Como viver o ecumenismo no Ano Jubilar?

É de se esperar que o Ano Jubilar seja vivido "por todos aqueles que, tendo recebido o mesmo Batismo, partilham a mesma fé no Senhor Jesus. O caráter ecumênico do Jubileu seja um sinal concreto do caminho que, sobretudo nestes últimos decênios, estão a realizar os fiéis das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais. É a escuta do Espírito Santo que nos deve tornar, a todos, capazes de chegar a manifestar visivelmente, na plena comunhão, a graça da filiação divina inaugurada pelo Batismo: todos somos filhos de um único Pai. (...) Acorramos todos, vindos das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais espalhadas pelo mundo, para a festa que se prepara; tragamos conosco aquilo que já nos une, e o olhar fixo unicamente em Cristo permita-nos crescer na unidade que é fruto do Espírito Santo.(...) Que a ocorrência bimilenária do mistério central da fé cristã seja vivida como caminho de reconciliação e como sinal de genuína esperança para todos os que levantam seu olhar para Cristo e para a sua Igreja" (IM 4).

20. Que lugar terão os pobres e marginalizados no Ano Jubilar?

No Jubileu do Ano 2000, os cristãos serão chamados a ter uma particular atenção para a caridade, expressivo sinal da misericórdia de Deus. "O gênero humano tem pela frente novas formas de escravatura, mais sutis do que as conhecidas no passado; para muitas pessoas, a liberdade continua a ser uma palavra destituída de conteúdo. Numerosas nações, especialmente as mais pobres, vivem oprimidas por uma dívida que assumiu tais proporções que o seu pagamento se tornou praticamente impossível.(...) Deve-se criar uma nova cultura de solidariedade. (...) Não deve ser prorrogado ulteriormente o tempo em que também o pobre Lázaro possa sentar-se ao lado do rico para partilhar do mesmo banquete". Remediar a pobreza "é trabalhar pela justiça e, conseqüentemente, pela paz. O Jubileu... recorda que não se deve dar prioridade aos bens da terra, porque não são Deus" (IM 12).

21. Por que, no Ano Santo, será feita uma memória especial dos mártires?

No Ano Santo será feita uma memória especial dos mártires porque ela é um sinal "particularmente eloqüente da verdade do amor cristão. (...) Os mártires anunciaram o Evangelho, dando a vida por amor. O fiel que tenha considerado seriamente a sua vocação cristã, dentro da qual o martírio aparece como uma possibilidade preanunciada na Revelação, não pode excluir essa perspectiva do horizonte da própria vida. (...) O martírio é a prova mais eloqüente da verdade da fé." (IM 13).

22. Quando começará e terminará o Grande Jubileu do Ano 2000?

"O Grande Jubileu do Ano 2000 terá início na noite de Natal de 1999, com a abertura da porta santa da Basílica de S. Pedro, do Vaticano, e antecederá de poucas horas, tanto a celebração inaugural prevista em Jerusalém e em Belém, como a abertura da porta santa nas outras Basílicas Patriarcais de Roma. Quanto à Basílica de S. Paulo, a abertura da porta santa fica adiada para o dia 18 de Janeiro seguinte." O encerramento do Ano jubilar "será no dia da Epifania de Nosso Senhor Jesus Cristo, a 6 de janeiro do ano 2001" (IM 6).

23. O Grande Jubileu do Ano 2000 será celebrado também nas Dioceses?

"Estabeleço que a inauguração do Jubileu nas Igrejas Particulares [= Dioceses] seja celebrada no dia santíssimo do natal do Senhor Jesus, com uma solene Liturgia Eucarística presidida pelo Bispo diocesano na catedral.(...) Que o Natal de 1999 seja, para todos, uma solenidade radiante de luz, o prelúdio duma experiência particularmente profunda da graça e misericórdia divina." (IM 6)

24. Qual a relação de Maria Santíssima com o Ano Jubilar?

"A alegria jubilar não seria completa se o olhar não se voltasse para aquela que, com plena obediência ao Pai, para nós gerou na carne o Filho de Deus. (...) Chamada a ser a Mãe de Deus, Maria viveu plenamente a sua maternidade, desde o dia da concepção virginal até achar o seu coroamento no Calvário aos pés da cruz. (...) Jamais os povos se cansarão de invocar a Mãe da misericórdia, e sempre encontrarão refúgio sob a sua proteção" (IM 14). "Há dois mil anos que a Igreja é o berço onde Maria depõe Jesus e o confia à adoração e contemplação de todos os povos." (IM 11).