»» Patrística

EPÍSTOLA DE SANTO INÁCIO DE ANTIOQUIA
AO FILADÉLFOS

IV. FUGIR DO JUDAÍSMO

5. Meus irmãos, transbordo todo de amor para convosco e em meu júbilo procuro confortar-vos. Não eu, mas Jesus Cristo. Estando preso em Seu Nome, temo tanto mais achar-me ainda imperfeito. No entanto, vossa prece me aperfeiçoará para Deus, com o intuito de conseguir a herança na qual obtive misericórdia, buscando refúgio no Evangelho, como na carne de Jesus, e nos Apóstolos como no presbitério da Igreja. Amemos igualmente os Profetas, por terem também eles anunciado o Evangelho, terem esperado n'Ele e O terem aguardado. Foram salvos por Lhe terem dado fé, e, unidos a Jesus Cristo, se tornarem santos dignos do nosso amor e admiração, aprovados pelo testemunho de Jesus Cristo, sendo enumerados no Evangelho da comum esperança.

6. Se, no entanto, alguém vier com interpretações judaizantes, não lhe deis ouvido. É melhor ouvir doutrina cristã dos lábios de um homem circuncidado do que a judaica de um não-circuncidado. Se porém ambos não falarem de Jesus Cristo, tenha-os em conta de colunas sepulcrais e mesmo de sepulcros, sobre os quais estão escritos apenas nomes de homens. Fugi pois das artimanhas e tramóias do príncipe deste século, para que não venhais a esmorecer no amor, atribulados pela sagacidade dele. Todos vós, porém, uni-vos num só coração indiviso. Agradeço a Deus, porque gozo de consciência tranqüila a vosso respeito e porque não há motivo de ninguém gloriar-se, nem oculta nem publicamente, por lhe ter sido eu um peso em coisa pequena ou grande. Faço votos que todos a quem falei assimilem minhas palavras, não porém em testemunho contra si mesmos.