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MISTÉRIO ABSOLUTO
É razoável que perguntemos, "Qual é o propósito de Deus para o dom de falar em línguas?"
Primeiro, tomemos em consideração o que S.Paulo fala a respeito do assunto: "aquele que
fala em línguas, não fala aos homens, mas a Deus. Ninguém o entende, pois ele, em espírito,
enuncia coisas misteriosas." (1Cor 14,2).
Ao mesmo tempo, S.Paulo fala do dom de línguas como o menor dos dons. E ele convoca
seus irmãos de Corinto a aspirar os dons mais altos: profecia e, o maior de todos, a caridade
(implícito neste tratamento de S.Paulo está a distinção entre os dois tipos de graça:
carismática e santificante. Os dons carismáticos são para o bem dos outros (veja 1Cor 12,7).
Os dons de santificação é para a própria salvação e crescimento em santidade. A Igreja não
cresce sem o primeiro, mas ninguém alcança o céu sem o último. Na verdade, alguém pode possuir
a graça carismática e carecer de graça santificante (veja Mt 7,21-23)).
Isto resolve o "o quê" a respeito do dom de línguas, mas ainda resta o "por quê", e
neste caso, S.Paulo oferece uma explicação curiosa.
"Está escrito na lei:" - diz ele - "Falarei a esse povo por homens de outra língua e
por lábios estrangeiros, e mesmo assim não me escutarão, diz o Senhor. Por conseguinte, as
línguas são um sinal não para os que crêem, mas para os que não crêem. A profecia, ao contrário,
não é para os incrédulos, mas para os que crêem" (1Cor 14,21-22).