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PENTECOSTES: NOVO E ANTIGO
Até mesmo crianças em idade escolar deveriam saber que a festa de Pentecostes foi um
acontecimento do Novo Testamento. Cinquenta dias depois da Páscoa - dez dias depois que Jesus
subiu ao céu - o Espírito Santo veio em poder sobre os apóstolos, fazendo com que eles falassem
em línguas e profetizassem.
Ainda assim, poucos cristãos sabem que até mesmo este dia teve seus precedentes - que
Deus tinha enviado Seu Espírito de forma similar, em circustâncias parecidas, no tempo do
Antigo Testamento, e com resultados surpreendentemente parecidos. Ambos Pentecostes, o antigo
e o novo, podem nos ajudar a entender nossa própria época do Espírito.
O Pentecostes foi primeiro uma festividade israelita, celebrado cinquenta dias depois
da Páscoa dos Judeus (Ex 12, 21-28), comemorando a lei recebida no Monte Sinai. Mas algo mais
do que tábuas de pedra foi dado a Moisés no deserto do Sinai.
Moisés precisava de ajuda para suportar o fardo da liderança, então Deus "tomou do
Espírito que repousava sobre ele e o colocou nos setenta anciãos" (Num 11, 25).
Com o poder de Deus, estes anciãos começaram a profetizar. Moisés proclamou seu desejo
de que "todo o povo de Iahweh fosse profeta, dando-lhe Iahweh o seu Espírito" (Num 11,29).
Com estas graças especiais, você poderia imaginar que Israel teria começado um período
de paz e fidelidade. Mas ao contrário, eles se rebelaram, instigando uma série de revoltas
contra as autoridades, em todos os níveis. O povo, os sacerdotes, os anciãos - até mesmo o
próprio Aarão - se rebelaram. Embora este novo período tenha começado com grandes bençãos, ele
logo degenerou-se em imoralidade, idolatria, e discórdia. O fiel comum achou difícil se
ajustar a esta nova situação. A quem eles seguiriam? Como eles saberiam em quem confiar? Assim,
eles vagaram por quarenta anos, até que o último dos incrédulos tivesse perecido no
deserto.
Qual foi o benefício feito pelo derramamento do Espírito Santo?
Julgando pelas aparências, você pode dizer que isto não fez mais do que provocar
confusão. Todavia, numa análise mais de perto, veremos que as bençãos não foram a causa da
confusão, mas sim suprimento para ajudar os fiéis a passar por tudo aquilo. Deus tinha
previsto a confusão que viria com a rebelião. Ele derramou o Seu Espírito sobre Moisés e os
setenta anciãos, para que o povo que realmente quisesse ouvir a Palavra de Deus pudesse
ouvi-la.