1. As Virtudes Morais

   Deus nos permite, através do livre arbítrio, optar por aquilo que desejamos para a nossa alma. Se a abrirmos à ação do Espírito Santo poderemos sentir a transformação que em nós Ele quer operar.

   Precisamos porém colaborar com a sua ação e livremente não impedir que Ele se manifeste em nós. Precisamos estar atentos e desenvolvermos algumas coisas:

   • Virtude - é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Permite a pessoa não só praticar atos bons, mas dar o melhor de si. Com todas as suas forças sensíveis e espirituais, a pessoa virtuosa tende ao bem, persegue-o e acolhe-o na prática. O objetivo da vida virtuosa é tornar-se semelhante a Deus. Sob a ação do Espírito Santo devemos trabalhar intensamente para desenvolver em nós as Virtudes Cardeais (Morais) que são a origem de todas as outras virtudes.

   • Prudência - é a virtude que dispõe a razão prática a discernir, em quaisquer circunstâncias, nosso verdadeiro bem e escolher os meios adequados de realizá-lo.

   • Justiça - é a virtude moral que consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido. O justo busca sempre o bem comum e a ninguém beneficia em detrimento de outro.

   • Fortaleza - é a virtude moral que nos dá segurança nas dificuldades, firmeza e constância na procura do bem. Ela firma a resolução de resistir as tentações e superar os obstáculos na busca do bem.

   • Temperança - é a virtude moral que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da vontade sobre os "instintos" e mantém os desejos dentro dos limites da honestidade.

2. As Virtudes Teologais

   As virtudes teologais são infundidas por Deus na alma dos fiéis para serem capazes de agir como seus filhos e merecerem a vida eterna. São o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano. As três virtudes teologais são:

   • Fé - é a virtude pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos disse e revelou, e que a Santa Igreja nos propõe crer, porque Ele é a própria verdade (Rm 1,17; Gl 5,6; Tg 2,26; Mt 10,32-33).

   • Esperança - é a virtude pela qual desejamos como nossa felicidade o Reino dos Céus e a Vida Eterna, pondo nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não em nossas próprias forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo (Hb 10,23; Tt 3,6-7; Rm 4,18; 1Ts 5,8; Rm 12,12).

   • Caridade - é a virtude através da qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e ao próximo como a nós mesmos, por amor a Deus (Jo 13,1; 15,9; 15,12; Rm 5,10; Mt 5,44).

OS DONS E OS FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO

A vida moral dos cristãos é sustentada pelos dons do Espírito Santo. Estes são disposições permanentes que tornam o homem dócil para seguir os impulsos do mesmo Espírito. Devem ser usados para a glória de Deus e para o bem dos homens, deixando em nós a consciência de que nada somos e nada podemos, mas Deus é quem realiza tudo para o bem de todos.

Os sete dons do Espírito Santo são: Sabedoria, Inteligência, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus (Is 11,2-4).

São doze os frutos que o Espírito Santo modela em nós como primícias da glória eterna: a caridade, alegria, paz, paciência, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência e castidade (Gl 5,22-23).

A ação do Espírito Santo em nós, produz todos esses efeitos acima de acordo com a nossa abertura.

Na prática da vida cristã, esses dons se manifestam de acordo com a vontade de Deus para o bem da Igreja. Sempre que isso ocorre podemos perceber nessas pessoas, que são instrumentos de Deus, diversos carismas (dons carismáticos).