Organizadores:
André (Andarilho), Cledson, Marcos (Maverick-JP), Angela (Pretty-Woman),
Manuela (MoNaLiZa-JP), Luiz Junior (Luiziinho) e Raquel (Keka-ETERnaMENTE)
Participação especial:
Jesus@Deus.ES
Publicação quinzenal. Assinatura gratuita; basta remeter nome, e-mail, aniversário, movimento e cidade para andrelin@zaz.com.br
Neste ano a Igreja inovou, lançando a campanha da fraternidade de uma forma diferente. Ecumenicamente, sete igrejas cristãs mobilizar-se-ão no intuito de discutirem um tema bastante importante: a exclusão social e a dignidade humana.
Todos nós somos convidados a seguir o consagrado roteiro utilizado nas Campanhas da Fraternidade: ver (observarmos o problema ao nosso redor), julgar (encontrarmos as causas) e agir (agirmos no sentido de revertermos a situação).
Vamos, juntos, unirmo-nos aos irmãos cristãos no sentido de apaziguar os problemas que são alvo da Campanha da Fraternidade 2000.
Texto: Sete Igrejas Julgam o Brasil
A Campanha da Fraternidade 2000 terá início na Quarta-Feira de Cinzas, 8 de março, sob o tema "Novo milênio sem exclusões" e o lema "Dignidade humana e paz". Pela primeira vez, será uma promoção ecumênica. Ao lado da Igreja católica, que a criou em 1964, neste ano participam as Igrejas Anglicana, Metodista, Luterana, Cristã Reformada, Presbiteriana Unida e Ortodoxa Siriana. As setes Igrejas fazem parte do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil), fundado em 1982.
No texto-base, distribuído às paróquias e comunidades, fotografam-se os "porões da vida" com sérias denúncias: "Em pleno final do século XX, há trabalhadores escravizados no Brasil" (p. 37). Em 1998, em Perolândia-GO, 39 homens trabalhavam na carvoaria da fazenda Campo Limpo em regime de escravidão. Nas fazendas Colorado, em Sapucaia, e Santa Helena, em Água Azul do Norte, ambas no Pará, 60 peões viviam como escravos. No Pará e no Amapá, "70 grandes fazendas, adotando trabalho escravo, foram flagradas, em 17 anos, pelos órgãos federais responsáveis pela fiscalização" (p. 39).
Em seu primeiro ano de mandato, o presidente FHC prometeu acabar com o trabalho escravo no Brasil. A Campanha da Fraternidade demonstra que ele, por enquanto, fracassou nesse propósito. Não bastasse isso, agora seu governo quer mudar o artigo 7º da Constituição, privando os trabalhadores de direitos sociais, como o 13º salário, Fundo de Garantia, férias remuneradas etc.
Quanto ao trabalho infantil, as sete Igrejas denunciam que "havia no Brasil, em 1996, uma mão-de-obra invisível, um silencioso exército de 7,5 milhões de crianças e adolescentes trabalhando como adultos" (p. 43). São os meninos cortadores de cana em Pernambuco, carvoeiros no Mato Grosso do Sul, sapateiros no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Cinqüenta mil crianças e adolescentes chafurdam nos lixões em busca da sobrevivência.
À luz dos 500 anos de colonização do Brasil, as Igrejas denunciam o genocídio indígena. Na Amazônia, onde habitam 60% dos povos indígenas do Brasil, "atuam verdadeiros cartéis da exploração ilegal de madeira, caça e minérios em terras indígenas" (p.67). A biopirataria age através de falsos missionários, que patenteiam no exterior conhecimentos e recursos tradicionais da medicina indígena. Os Guarani-Kaiowá foram expulsos de suas terras, pelo latifúndio, em dezembro de 1998. Em 13 anos, ocorreram 319 casos de suicídio entre os Guarani do Mato Grosso do Sul, devido à falta de terra e más condições de trabalho.
O documento da Campanha da Fraternidade trata, ainda, da discriminação do negro e da mulher, e censura o governo por abrir "de forma irresponsável o mercado interno aos produtos estrangeiros, forçando a produção nacional a adotar os critérios técnicos de produção das multinacionais. Como o processo é apoiado em capitais internacionais, a política de juros e de câmbio é definida para atraí-los" (p.96). Em nosso país, "os 20% mais ricos controlam mais de 64% da renda, enquanto os 20% mais pobres sobrevivem com 2,5% da renda" (ONU/98).
A Campanha não se restringe ao diagnóstico. Propõe engajamentos: "Criar grupos e movimentos dispostos a assumir a causa do menor abandonado e explorado; colaborar com os sindicatos; participar dos Conselhos Paritários; favorecer cooperativas; apoiar a luta pela terra, a reforma agrária; organizar trabalhos comunitários; lutar por políticas democráticas de comunicação; colocar os meios de comunicação das Igrejas a serviço das causas populares; apoiar e participar de movimentos sociais" (pp. 61-62).
A situação social do Brasil é tão dramática, e agravada pelo fracasso do governo FHC, que até o PFL fala em lutar contra a pobreza. O FMI, coerente com a sua política genocida, mas revestido da prepotência que a subserviência de nosso governo lhe imprime, expressou sua discordância, através de Lorenzo Pérez, seu representante no Brasil. Aliás, não se conhece um só país do mundo, gerenciado pelo FMI, onde os ricos tenham ficado um pouco menos ricos e os pobres menos pobres.
Façamos do olhar lúcido e profético das sete Igrejas cristãs o nosso guia na escolha dos candidatos às eleições municipais deste ano. Votemos por um Brasil sem exclusões.
Associação do Senhor Jesus - http://www.asj.org.br
Site da Associação do Senhor Jesus, onde todos poderão conhecer melhor esta obra de evangelização que atualmente evangeliza através dos meios de comunicação, principalmente com a TV Século XXI.
Livro: Campanha da Fraternidade 2000
Indico o livro-base da Campanha da Fraternidade 2000. Ele encontra-se disponível nas principais livrarias do país e é repleto de subsídios que nos levam a ver a situação do país, julgá-la e agir diante dos fatos apontados.
Ó Deus, que nos criaste à tua imagem,
diante de Ti trazemos
as vítimas deste nosso País,
vítimas de um sistema que exclui
pobres, índios, negros,
mulheres e crianças.
Senhor, eis-nos aqui,
pedindo perdão
por todas essas exclusões das quais também somos culpados.
Senhor, eis-nos aqui,
pedindo a tua graça
para resgatarmos
a dignidade humana ferida e contruirmos um novo milênio
de fraternidade e de paz.
Por Jesus Cristo,
Nosso Senhor ressuscitado,
que por seu Calvário
venceu todos os calvários.
Amém!
Participe da lista de discussão do #EJC para discutir os temas do Informativo. Para inscrever-se na lista, siga os passos abaixo:
Você também pode participar do Informativo do #EJC enviando notícias da sua comunidade, 'dicas' e textos. Participe!!!