Nunca tinha acontecido que um Jubileu fosse celebrado entre dois milênios. Jamais acontecera que, além de tão grande número de pessoas interessadas, a sociedade humana dispusesse de meios de transporte e de acolhimento como nos dias de hoje.
O Jubileu cristão relaciona-se com o hebraico, mesmo possuindo características totalmente diferentes. Para os hebreus, o Jubileu, que acontecia a cada 50 anos, era chamado ano da remissão, em que eram remidas as dívidas e libertados os escravos (Lev 25, 8...). Tinha, portanto, um cunho social. Para os cristãos, pelo contrário, a celebração do Jubileu tem um significado unicamente espiritual. Faz parte da disciplina penitencial e implica a remissão dos pecados e a libertação das penas devidas à justiça divina.
Como começou
É interessante conhecer o início do Jubileu, por causa de dois motivos convergentes. Em 1300, era Papa Bonifácio VIII. No início do novo centenário, uma grande multidão se reuniu em festa embaixo das janelas da residência papal. O Pontífice estava disposto a conceder algo de novo. Estava disposto porque (recordemos um fato pouco conhecido), um tio seu, franciscano, verdadeiramente santo, o Beato Andrea Conti, tinha-lhe sugerido propor um ano particular de oração e de penitência, destinado a promover a santificação dos costumes. Assim o Papa concedeu indulgência plenária a quem, durante aquele ano, fosse a Roma em peregrinação e rezasse nos túmulos dos dois grandes apóstolos, Pedro e Paulo.
O Jubileu tornou-se uma instituição periódica, antes a cada 50 anos e, depois, a cada 25 anos. A esses jubileus regulares, chamados Anos Santos, juntaram-se outros extraordinários, concedidos em momentos especiais.
Características do próximo Jubileu
Será celebrado contemporaneamente em Roma e em todas as Igrejas do mundo. Terá início na noite de Natal de 1999, com particular solenidade em Roma, Jerusalém e Belém. Ao mesmo tempo, começará em todas as catedrais. Na Basílica de São Paulo, a abertura da Porta Santa será feita em 18 de janeiro, início da semana de oração pela unidade dos cristãos. O encerramento será no dia da Epifania do ano 2001. Assim, o tempo do Natal, que festeja o nascimento do Redentor, será o coração do Ano Santo.
A Característica fundamental é a reconciliação com Deus, (confissão, comunhão, orações particulares) e a obtenção da indulgência plenária.
Lembremo-nos de que a indulgência jubilar pode ser adquirida uma só vez por dia (todos os dias) e poderá ser aplicada à própria pessoa ou em sufrágio das almas das pessoas falecidas. As condições são: fundamentalmente, a confissão e a participação na Eucaristia, (estas são necessárias para cada indulgência), e a oração pelas intenções do Papa, o que testemunha também a comunhão com a Igreja. Juntam-se, a estas, outras condições particulares.
Outra novidade: Dado que a alma do Jubileu é o espírito de penitência, pode-se adquirir indulgência jubilar também com um generoso ato de penitência, como: renunciar, pelo menos por um dia, ao tabaco, às bebidas alcoólicas, jejuando..., ou fazendo generosas obras de caridade. Naturalmente, são sempre necessárias as condições gerais: a confissão, a eucaristia e oração pelas intenções do Papa.
O verdadeiro objetivo
É claro que de tal amplitude de possibilidades, espera-se deste Ano Santo uma nova ordem para a própria alma frente a Deus e um impulso para viver, em plenitude e coerência, os compromissos da vida cristã. Todas essas práticas foram ensinadas por Jesus Mestre para o nosso bem, isto é, para a salvação eterna, onde o "Jubileu" será total e para sempre. Eis porque o Jubileu é oferecido a todos: a ricos e pobres, sãos e doentes. Longe de reduzir-se a uma excursão, abre a alma a um caminho de verdadeira conversão, com o arrependimento e a remissão de todas as penas do passado e com o propósito de, no futuro, começar uma "vida nova".