"Quando, pois, deres esmola..." (Mateus 6,2)
Jesus continua a ressaltar o valor de nossa motivação. Neste trecho em que Ele fala sobre a maneira de contribuir, descreve como os hipócritas dão as suas esmolas. Eles tocam ou mandam tocar trombetas nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem vistos pelos homens. Sabemos que a palavra "hipócrita" tem a sua origem no uso teatral. Um "hipócrita" era um "ator" que representava um papel no palco. Ele se esforçava muito para que os espectadores o aplaudissem entusiasticamente pelo seu bom trabalho. Quanto mais aplausos, mais sentia-se recompensado.
Para os judeus, esmolas, orações e jejuns eram os principais deveres da sua religião. Os árabes acreditam que estes três deveres são os fundamentos da lei. Através deles, prestamos a nossa homenagem e nosso serviço a Deus: o espirito ora, o corpo jejua e, dos bens acumulados, o homem contribui.
Jesus não condena nenhum desses deveres; pelo contrario, o homem sincero participa de tudo, porque e motivado por um grande amor a Deus e ao próximo. Ele vê um necessitado, compadece-se dele e atende-o, sem chamar a atenção de outros. Aquele que da esmola, ou mesmo o dizimo, e pratica atos de caridade para receber o louvor de seu próximo, jamais será recompensado por Deus. Os aplausos dos seus semelhantes constituirão a sua recompensa. Cuidemos da tendência de darmos grandes quantias de dinheiro só para o nosso nome aparecer na pagina impressa de revistas e sermos parabenizados pelos homens.
Por outro lado, Jesus afirma que aquele que der esmola por amor a Deus e ao próximo, e não para vangloriar-se pelo ato, será recompensado por Deus. Não receberá os aplausos dos espectadores, porque não fez o papel de ator, porém, o Pai, que tudo vê em secreto, encherá essa vida de gozo e o recompensará na vida além.
Sejamos católicos autênticos e não atores em nossas contribuições e em todos os nossos atos de misericórdia!