Em Santos, como em outras partes do Brasil, faz-se grande campanha contra a violência. Nada mais oportuno. É assustador o aumento de vários tipos de violência: brigas, surras, torturas e, agora, assassinatos sem conta.
São muitas as causas da violência. Nem vamos enumerá-las. Nas reuniões que se multiplicam nas várias áreas sociais, elas são suficientemente apontadas: os jornais, as rádios e os canais de televisão as noticiam.
No entanto, não basta apontar as causas. É preciso corrigi-las, acabar com elas. Sabemos, porém, a realidade é complexa. Nem tudo se pode corrigir logo, de imediato. Muita coisa levará mais tempo. O que se exige é vontade, decisão e perseverança para eliminar a origem de tanta tragédia.
Já se tem falado de muitas decisões concretas. Por exemplo, o desarmamento geral (é possível que até adolescentes e jovens andem armados?!), a proibição de bebidas alcoólicas para menores de idade, proibição de menores, a sós ou em grupos, andarem desacompanhados pelas ruas, praças e praias, depois de determinadas horas da noite, prisão perpétua, com trabalhos obrigatórios para os assassinos, prisão por tempo largo (também com trabalhos obrigatórios) para seqüestradores e torturadores, e outras mais...
Refletindo sobre esse problema, nos mais variados aspectos, cheguei à conclusão que pouco ajudará qualquer proposta para acabar com a violência, se cada um não amar a paz e não criar um coração novo - um coração pacífico, ou seja, sem ódios, rancores, animosidades. E isso a começar de nós, as chamadas autoridades: bispo, prefeitos, delegados de polícia, comandantes de tropa, juízes... Diante das situações, devemos agir com energia, com temor, mas controlando nosso espírito, para que não nos deixemos levar pelo espírito de ódio ou vingança. Essa postura, no coração de todos os responsáveis, criará um clima de maior segurança e unidade nas decisões, com saudáveis reflexos nos imediatos encontros em cada área.
Nada disso é utopia ou sonho, se a principal e absoluta referência for Deus. Sem Ele, nada. É o Salmista quem o afirma: "Se Deus não construir a casa, em vão trabalham os seus construtores; se Deus não guardar a cidade, em vão vigiam os guardas" (Sl 127,1).