A g n u s D e i

RECONCILIAR-SE COM OS IRMÃOS
por: pe. Edson Damian
Assessor do Setor de Vocações e Ministério - CNBB
fonte: Semanário "O Domingo" nº 20 - 11.04.1999

Manifestamos nossa reconciliação com os semelhantes quando vivemos a alegria da fraternidade. Contemplando Jesus nos Evangelhos descobrimos que ele é o irmão de todos. Através de gestos, atitudes e palavras ele nos ensina que a fraternidade é uma urgente necessidade.

A fraternidade é uma urgente necessidade porque ninguém vive sem amor. Amar e ser amado constitui a dupla via do amor. O coração fraterno se expressa de mil maneiras: dar, receber, pedir, agradecer tempo, coisas, atenção, conselho, consolo, amizade... Amar com transparência, sem controlar, sem possuir. Na homilia de ação de graças pela recuperação de dom Luciano de Almeida, após aquele grave acidente, em 1990, dom Serafim Fernandes pronunciou essas tocantes palavras: "Dom Luciano ama a cada pessoas com a mesma naturalidade com que toma uma copo de água"!

A fraternidade é o maior sonho de Deus, que coincide também com o sonho de cada pessoa: ser e viver como irmão! A sociedade piramidal, classista e excludente em que vivemos é uma antítese do Cristianismo. O novo céu e a nova terra que sonhamos é mesa redonda com espaço igual para todos, onde os bens são repartidos.

A fraternidade é uma humilde experiência que vai se tecendo no dia a dia de nossa existência. É uma história de criaturas carentes e frágeis que sabem repartir o riso e as lágrimas, os êxitos e os fracassos, os sonhos e as esperanças. Na fraternidade aprendemos a respeitar os outros em suas diferenças. "Se pensas diferente, tu me enriqueces", diz dom Hélder Câmara.

A fraternidade é um precioso dom que devemos suplicar ao Senhor todos os dias. Carlos de Foucauld tinha uma idéia fixa: chegar a ser irmão universal de cada pessoa, acima de qualquer cor, idade, sexo, cultura, religião. Por isso disse que o dia mais feliz de sua vida foi quando chamaram sua cabana de "fraternidade" e a ele de "irmão universal".

Retornar