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Sou católico, tenho 65 anos de idade e sempre fique intrigado com o título "Mãe de Deus" aplicado à
Virgem Maria. Se Deus sempre era, sempre é e sempre será o mesmo, como pode ter uma mãe?
Por outro lado, se você negasse este título a Maria não estaria também negando a divindade de Jesus
Cristo? Talvez você nunca tenha tido tal dúvida, porém muitas pessoas no séc. V d.C. tinham. Assim, esse título
tornou-se oficial como forma de declarar a divindade de Jesus.
"Mãe de Deus" é a tradução popular do título grego "Theotokos" (literalmente, "portadora de Deus"). A
obra em inglês "A Concise Dictionary of Theology", de autoria de Gerald O’Collins (sj) e Edward Farrugia (sj),
informa que este título era usado desde o início do séc. III d.C.. Os autores acrescentam que "quando
Nestório de Constantinopla questionou este título popular, foi condenado pelo Concílio de Éfeso (431) ,
que sustentou a unidade da pessoa [divina] de Cristo proclamando a legitimidade de uso do título
'Theotokos'".
O que está em jogo aqui não é a honra prestada a Maria, mas o firme reconhecimento da unidade especial
de Jesus - uma pessoa divina que possui toda a natureza de Deus e toda a natureza do homem. De fato, Nestório
negava que em Jesus existisse uma só pessoa; por isso achava que Maria deveria ser chamada de
"Christotokos" (=portadora de Cristo), mas não "Theotokos".
O Concílio de Éfeso discordou porque percebeu que o título sugerido por Nestório favorecia a dúvida sobre a divindade de
Cristo.
Atualmente, a festa de Maria Mãe de Deus é celebrada no dia 1º de janeiro.