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Alguém, percorrendo o catálogo dos Santos, colheu a impressão de que nele só
existem padres e freiras e que a santidade não é possível senão nos
conventos ou nas fileiras clericais. Enganar-se-ia quem assim pensasse.
Antes do mais, convém citar o Catecismo da Igreja Católica, que em seu nº
2.360, diz o seguinte:
Donde se vê que o matrimônio abençoado por Deus é um estado de vida que
santifica os cônjuges. Deus concede aos esposos a graça necessária para que,
atendendo aos afazeres e compromissos respectivos, mais e mais se unam ao
Senhor e cheguem à perfeição cristã.
A própria história atesta que houve Santos e Santas, de grande vulto, também
entre as pessoas casadas. Um exame atento do catálogo dos Santos dissipa a
impressão contrária. Eis alguns nomes dentre os vários que poderiam ser
citados:
"Todos os fiéis cristãos, nas condições, tarefas ou circunstâncias de sua
vida, e através disso tudo, dia a dia mais se santificarão, se com fé tudo
aceitarem da mão do Pai celeste e cooperarem com a vontade divina,
manifestando a todos, no próprio serviço temporal, a caridade com que Deus
amou o mundo" (ib. nº 41).
"Todos os fiéis cristãos são convidados e obrigados a procurar a santidade e
a perfeição do próprio estado" (ib. nº 42).
"No casamento a intimidade corporal dos esposos se torna um sinal e um
penhor da comunhão espiritual. Entre os batizados os vínculos do matrimônio
são santificados pelo sacramento".
O Concílio do Vaticano II, ainda uma vez, há poucos decênios (1965),
lembrava a vocação de todos os cristãos à santidade, removendo a impressão
de que somente em alguns estados de vida se pode chegar à perfeição cristã:
"É evidente que todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são
chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade" (Lumen
Gentium nº 40).