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O sexo tem duas dimensões, finalidades: unitiva e procriativa.
Deus fez do casal humano "a nascente da vida", disse o Papa Paulo VI; e
assim deu ao homem a missão de gerar e educar os filhos. Nenhuma outra é
mais nobre do que esta.
Se é belo construir casas, carros, aviões ..., mais belo ainda é gerar é
educar um ser humano, imagem e semelhança de Deus. Nada se compara à missão
de ser pai e mãe.
Um dia os computadores vão deixar de calcular, os carros de rodar, os
aviões de voar... mas jamais o ser humano acabará, pois tem uma alma
imortal.
Na aurora da humanidade Deus disse ao casal: "multiplicai-vos".
"A dualidade dos sexos foi querida por Deus, para que o homem e a
mulher, juntos, fossem a imagem de Deus", disse certa vez o Papa Paulo VI.
É através da atividade sexual que o casal se multiplica e se une
profundamente; isto é um desígnio de Deus.
O ato sexual é o ato "fundante" da geração do filho, porque é por ele
que a doação amorosa do casal acontece. É por isso que a Igreja não aceita
outra maneira de gerar a vida humana.
Por outro lado, a relação sexual une o casal mais fortemente.
Há muitas maneiras de se manifestar o amor: um gesto atencioso, uma
palavra carinhosa, um presente, uma flor, um telefonema..., mas a mais forte
manifestação de amor entre o casal, é o ato sexual.
Ali cada um não apenas dá presentes ao outro, nem só palavras, mas se dá
ao outro fisicamente e espiritualmente.
Ora, você só pode entregar a sua intimidade profunda a alguém que o ama
e que tem um compromisso de vida com você.
Qual é a diferença entre o sexo no casamento, realizado com amor e por
amor, e a prostituição? É o amor.
Se você tirar o amor, o sexo se transforma em prostituição, comércio.
Já chegaram até ao absurdo de querer legalizar a "profissão" de
prostituta.
Aquele que tem uma relação sexual com a prostituta está preocupado
apenas com o prazer, e não tem qualquer compromisso com ela. Acabada a
relação, paga e vai embora. Não importa se amanhã esta mulher está grávida,
doente, ou passando fome, não lhe interessa, ele pagou pelo "serviço".
Veja, isto é sexo sem amor, sem compromisso de vida, sem uma aliança. É
o desvirtuamento do sexo, a prostituição.
No plano de Deus o sexo é diferente, é manifestação do amor conjugal; é
uma verdadeira liturgia desse amor, cujo fruto será o filho do casal.
Na fusão dos corpos se celebra profundamente o amor de um pelo outro: a
compreensão recíproca, a paciência exercida, o perdão dado, o diálogo
mantido, as lágrimas derramadas... é a festa do amor conjugal. Por isso é o
ato fundante da vida.
O ato sexual vai muito além de um mero ato físico; a união dos corpos
sinaliza a união dos corações e dos espíritos pelo amor.
Não deveriam se unir fisicamente aqueles casais que não tivessem os
corações unidos. É por causa disto que há tanto desastre na vida sexual de
certos casais; unem os corpos sem unir as almas.
Nesta "festa" do amor conjugal, o casal se une fortemente, e no ápice do
seu prazer, Deus quis que o filho fosse gerado. Assim, ele não é apenas
carne e sangue dos seus pais, mas amor do seu amor.
É por isso que a Igreja ensina que o ato sexual, para não ser
desvirtuado, deve sempre estar aberto à geração da vida, sem que isto seja
impedido por meios artificiais.
Ora, se o ato sexual gera a vida de um novo ser humano, ele precisa ser
acolhido em um lar pelos seus pais. É um direito da criança que vem a este
mundo.
Nem o namoro, nem o noivado oferece ainda uma família sólida e estável
para o filho. Não existe ainda um compromisso " até que a morte os separe".
É por isso que o sexo não deve ser vivido no namoro e no noivado.
Ao contrário do que acontece hoje comumente, a última entrega ao outro
deveria ser a do próprio corpo, só depois que os corações e as vidas
estivessem unidas e compromissadas por uma "aliança" definitiva.
Se você apanhar e comer uma maçã ainda verde, ela vai fazer mal a você,
e se estragará.
Se você viver a vida sexual antes do casamento, você só terá problemas e
não alegrias.
O sexo é belo e puro quando vivido segundo a lei de Deus; todos nós
viemos ao mundo por ele.
Se ele fosse sujo, a criança recém nascida não seria tão bela e
inocente.
O que deturpa o sexo é o seu uso antes ou fora do casamento.
O livro do Gênesis assegura que ao criar todas as coisas Deus "viu que
tudo era bom" (Gen. 1,25). Portanto, tudo o que Deus fez é belo, também o
sexo.
O mal, muitas vezes, consiste no uso mau das coisas boas. Por exemplo,
uma faca é uma coisa boa; sem ela a cozinheira não faz o seu trabalho. Mas,
se um criminoso usar a faca para tirar a vida de alguém, nem por isso a faca
se torna má. Não. O mal é o uso errado que se fez dela.
Da mesma forma o sexo é algo criado por Deus e maravilhoso.
No plano de Deus a vida sexual só tem lugar no casamento. São Paulo há
dois mil anos já ensinava aos Coríntios: "A mulher não pode dispor do seu
corpo: ele pertence ao seu marido. E também o marido não pode dispor do seu
corpo: ele pertence à sua esposa" (1 Cor 7,4).
O Apóstolo não diz que o corpo da namorada pertence ao namorado, e nem
que o corpo da noiva pertence ao noivo. A união sexual só tem sentido no
casamento, porque só ali existe um "comprometimento" de vida conjugal, vida
a dois, onde cada um assumiu um compromisso de fidelidade com o outro para
sempre. Cada um é "responsável pelo outro" até a morte, em todas as
circunstâncias fáceis e difíceis da vida. Sem este "compromisso de vida" o
ato sexual não tem sentido, e se torna vazio e perigoso.
As conseqüências do sexo vivido fora do casamento são terríveis: mães e
pais solteiros; filhos abandonados, ou criados pelos avós, ou em orfanatos.
Muitos desses se tornam os "trombadinhas" e delinqüentes que cada vez mais
enchem as nossas ruas, buscando nas drogas e no crime a compensação de suas
dores.
Quantos abortos são cometidos porque busca-se apenas egoisticamente o
prazer do sexo, e depois elimina-se o fruto, a criança! Só no Brasil são 4
milhões por ano. Quatro milhões de crianças assassinadas pelos próprios
pais!
As doenças venéreas são outro flagelo do sexo fora do casamento. Ainda
hoje convivemos com os horrores da sífilis, blenorragia, cancro, sem falar
do flagelo moderno da AIDS.
Por causa dessa desvalorização da vida sexual, e da sua vivência de modo
irresponsável e sem compromisso, assistimos hoje esse triste espetáculo de
milhões de meninas adolescentes de 12 a 15 anos, grávidas.
A nossa sociedade é perversa e irresponsável. Incita o jovem a viver o
sexo de maneira precoce e sem compromissos, e depois fica apavorada com a
tristeza das meninas grávidas. Isto é fruto da destruição da família, do
chamado "amor livre", e do comércio vergonhoso que se faz do sexo através da
televisão, dos filmes eróticos, das revistas pornográficas e, agora, até
através do telefone e da internet.
Como não acontecer que milhões de jovens - quase meninas - fiquem
grávidas?
Quando se põe fogo na palha seca, é claro que ela queima ...
E o que serão dessas crianças criadas por essas meninas, sem o pai ao
lado, sem uma família que a acolha amanhã?
Muitos jovens viciados no "crack" e nas drogas, assaltantes e ladrões,
estão nesta vida porque faltaram-lhes os pais, faltou uma família.
Veja jovem, quanta tristeza causa o sexo fora e antes do casamento.
Quantos lares foram também destruídos por causa dos adultérios!
Quantos filhos abandonados e carentes porque os pais viveram aventuras
sexuais fora do casamento e se separaram!
Não há hoje como negar que o triste espetáculo dos jovens carentes,
abandonados, drogados, metidos na violência, no álcool e no crime, é fruto
da destruição familiar, que acontece porque viveu-se o sexo fora do
casamento.
Quantos rapazes engravidaram a namorada, e tiveram de mudar totalmente o
rumo de suas vidas! Às vezes são obrigados a deixar os estudos para
trabalhar; vão morar na casa dos pais ... sem poderem constituir uma família
como convém.
Se você quiser formar uma família bem constituída, que lhe dê alegria e
realização, então, "não passe o carro na frente dos bois".
A sua futura família começa a ser bem edificada no seu namoro, não
vivendo nele a vida sexual para não estragar os seus alicerces.
É preciso dizer aqui que a parte que mais sofre com a vida sexual fora
de lugar, é a mulher.
A jovem, na sua psicologia feminina, não esquece os menores detalhes da
sua vida amorosa. Ela guarda a data do primeiro encontro, o primeiro
presente, etc...; será que ela vai esquecer a primeira relação sexual?
É claro que não!
Esta primeira relação deve acontecer num ambiente preparado, na lua de
mel, onde a segurança do casamento a sustenta.
A vida sexual de um casal não pode ser começada de qualquer jeito, às
vezes dentro de um carro numa rua escura, ou mesmo num motel, que é um antro
de prostituição.
Além do mais, quando o namoro termina, as marcas que o sexo deixou ficam
no corpo da mulher para sempre. Para o rapaz tudo é mais fácil.
Então, como é que você quer exigir da sua namorada o seu corpo, se você
não têm um compromisso de vida assumido com ela, para sempre.
Não é justo e nem lícito exigir o corpo de uma mulher antes de colocar
uma aliança --prova de amor e de fidelidade - na sua mão esquerda.
O namoro é o tempo de conhecer o coração do outro, e não o seu corpo; é
o momento de explorar a sua alma, e não o seu físico.
Para tudo tem a hora certa, onde as coisas acontecem com equilíbrio e
com as bênçãos de Deus.
Espere a hora do casamento, e então você poderá viver a vida sexual por
muitos anos e com a consciência em paz, certo de que você não vai complicar
a sua vida, a da sua namorada, e nem mesmo a da criança inocente.
A melhor proposta para o namoro é uma vida de castidade, que é a melhor
preparação para o casamento.
Sem dúvida, um casal de namorados que souber aguardar a hora do
casamento para viver a vida sexual, é um casal que exercitou o autocontrole
das paixões e saberá ser fiel um ao outro na vida conjugal.
Também os noivos não estão aptos ainda para a vida sexual. O Catecismo
da Igreja diz que:
"Os noivos são convidados a viver a castidade na continência. Nessa
provação eles verão uma descoberta do respeito mútuo, uma aprendizagem da
fidelidade e da esperança de se receberem ambos da parte de Deus" (§ 2350).
E ensina que a vida sexual é legítima e adequada aos esposos.
"Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente são
honestos e dignos. Quando realizados de maneira verdadeiramente humana,
testemunham e desenvolvem a mútua doação pela qual os esposos se enriquecem
com o coração alegre e agradecido". (CIC, 2362; GS, 49).
Caro jovem, eu sei que esta proposta não é fácil, pois eu também passei
por ela na minha juventude; mas eu quero dizer-lhe que é muito bela.
Eu sei que o mundo lhe diz exatamente o contrário, pois ele não quer
"entrar pela porta estreita" (Mt 7,14), mas que conduz à vida.
Peço que você faça esta experiência: veja quais são as famílias bem
constituídas, veja quais são os casamentos que estão estáveis, e verifique
sob que bases eles foram construídos. Você verá que nasceram de casais de
namorados que se respeitaram e não brincaram com a vida do outro.