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As 'correntes' que se difundem por e-mail com promessas de obter benefícios
'assegurados' em troca de cumprir determinados atos ao pé da letra,
constitui um comportamento contrario a fé católica, segundo explicou um
expert.
O Dr. Gustavo Sánchez, doutorado em teologia e diretor da revista 'Revista
Teológica Limense' que publica na Faculdade de Teologia Pontifícia e Civil
de Lima, assinalou que as correntes que atualmente pululam por correio
eletrônico são só uma versão em internet das que já existiam, usualmente
escritas a mão e despachadas por debaixo das portas.
O caso típico destas 'correntes' se vê refletido em uma mensagem que
recentemente circulou por muitos e-mails com a seguinte mensagem:
Agora faz um último e final desejo a respeito do desejo que escolhestes.
Depois de ler isto, tens uma hora para mandá-lo a quinze pessoas e o que
pedistes se fará realidade em uma semana. Quanto maior a quantidade de
pessoas a quem o mande, mais forte se realizará seu desejo. Se você escolher
ignorar esta mensagem, o contrário do desejo te sucederá, ou não realizará
seu desejo jamais."
'Estas correntes que oferecem bens garantidos que se recebem caso se cumpra
ao pé da letra o estipulado ou incluem ameaças caso não se cumpra, se opõem
claramente à fé cristã no que se refere à oração', explica o Dr. Sánchez. 'A
corrente expressa uma convicção mágica em um determinado rito de 'faça-o
tantas vezes ou diga tantas vezes' em que no fundo implica uma precedência
de Deus', acrescenta o expert; e explica que 'já não é Deus que concede um
Dom que se perde na oração porque nos descobrimos necessitados, pois como
disse Sto. Agostinho, quando oramos somos mendigos de Deus'. 'Mas estas
correntes 'obrigam' a Deus a fazer algo por um rito'.
Esta conduta, segundo explica o Dr. Sánchez, estão descritas e censuradas no
Catecismo da Igreja Católica quando se aborda o tema do Primeiro Mandamento,
em parte referida à 'vida em Cristo'.
'Também o Catecismo quando fala da oração fala da liberdade de Deus,
assinalando que nossa oração nunca obriga a Deus, assim como Deus tampouco
submete a liberdade do homem'.
'Estas práticas, portanto tem que ser desprezadas como alheias ao espírito
da Igreja, pois no melhor dos casos se trata de superstição e sincretismo'.
"Correntes" não são uma brincadeira
Explicou o diretor da Revista Teológica Limense mesmo para quem entende este
envio de correntes como uma mera diversão ou uma 'brincadeira inocente'; ou
como algo que se faz sem real intenção ou 'por acaso'.
Adverte Dr. Sánchez, 'a oração ou pedir algo que se deseja não é uma
brincadeira. Para o católico o único caminho para obter o desejado é
solicitar a Deus na oração. Quando este 'solicitar desejos' se banaliza, o
que fazemos é tirar o valor da oração, e em consequência banalizar também
aquele a quem se dirije a oração'.
'Uma pessoa que vive, sem rezar vive como se Deus não existisse, mesmo que
diga que crê, sua vida cai num agnosticismo funcional; e passa a ter mais
confiança nos caprichos e na magia do que na Providência de Deus'.
Como deve responder um cristão a essas 'correntes'?
Segundo o Dr. Sánchez a resposta de um cristão deve ser a firmeza serena. Se
recebe uma dessas mensagens por via eletrônica cabe a ele não continuar a
corrente, e mandar uma pequena resposta corrigindo o erro, anunciando a
verdade, inspirado no Catecismo da Igreja Católica,especialmente nos números
2117 e do 2559 ao 2565".
"Repita
para você mesmo do nome do único rapaz ou moça com quem queira estar (três
vezes). Pense em algo que queira fazer na próxima semana e repita-o para
você mesmo(a) (seis vezes). Pensa em algo que queira que passe entre você e
a outra pessoa (que disseste no número 1) e diga a ti mesmo(a) (doze vezes).