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CAVERNA DAS DROGAS
Autor: dr. Dirceo Antonio Leme de Melo
Fonte: Lista "Tradição Católica"
Transmissão: Antonio Xisto Arruda

A história da humanidade relata fatos que, analisados, traçando um paralelo, faz o ser humano raciocinar e entender seus caminhos e descaminhos.

Platão em "A República" (v.II p. 105 a 109) fala do "Mito da Caverna", diálogo ocorrido entre Sócrates, Glauco e Adimanto, relatando por parábola a vida humana dentro de uma caverna num confronto entre a instrução e a ignorância, a imaginação e a realidade, os degraus do aprendizado e o medo do desconhecido, o mundo sensível e o mundo inteligível.

Como reflete uma negativa atividade humana, a drogadicção encaixa na conduta humana expressada pelo "Mito da Caverna".

Primeiro, porque o ser humano correndo atrás das drogas psicotrópicas, começa a cavar o seu próprio buraco, a sua própria caverna.

Acorrentado pelo vício, não enxerga a luz do sol, a luz divina, passando a viver (ou sofrer) em plena escuridão das trevas.

Escravizado, não tem estímulo nem vontade para começar a caminhada, buscando a saída pois, cada dia (ou noite) que passa a morte anunciada fica mais próxima.

Com baixa-estima, não acredita que é possível sair dessa, voltar a ver o sol que ilumina na mais tenebrosa noite, sentir os efeitos da vida saúdavel, da luta do dia-a-dia, do "eu" mais "eu" se transformando em "nós".

Mas, a caverna é implacável... Afasta o ser humano do convívio social, afeta sua aparência, muda completamente seus hábitos e sua personalidade, estraga sua saúde, arrasa seus conceitos éticos e morais, transformando um ser social num problema social.

A canção "Into the darkness" diz: "Na escuridão em breve mergulharás. Que está fazendo? O que andarás pensando? Todos os amigos tentaram avisá-lo de que alguns dos teus demônios anseiam por puxá-lo para o fundo."

A Bíblia Sagrada, numa de suas passagens, relata: "Se estais nas trevas, procurais a luz."

Com ajuda mútua, auxílio dos familiares, amigos, o ser humano vai eliminando a cegueira da visão proporcionada pelas DROGAS.

Começa a enxergar o calor humano, a simplicidade de um orvalho caindo da pétala de uma flor, das lágrimas escorrendo nos rostos felizes dos paisante o milagre, a salvação de um filho ou uma filha, deixando assim, a morte certa de lado, para a busca da vida.

No retorno para a vida podem ocorrer alguns tropeços, mas o ser humano sempre "tropeça para frente", nunca para trás.

As drogas atingem diretamente a auto-estima do ser humano. Entregar-se aos caprichos dela significa odiar a si mesmo, marcando um autêntico gol contra a existência terrena.

Quem não gosta do seu próprio "ego" não gosta de ninguém. O jovem precisa se espelhar em comportamentos que decididamente colaboram com o aperfeiçoamento, amadurecimento e robustecimento de sua personalidade, não cedendo, em hipótese alguma, aos encantos da serpente e aos papos furados dos enganadores de plantão.

A ética comportamental e as relações interpessoais sadias fazem com que a juventude pise em terreno sólido, preparando-se para a batalha da vida com armaduras intransponíveis.

A sociedade deve olvidar todos os esforços buscando a prevenção primária contra os malefícios das DROGAS.

As medidas devem ser direcionadas para cinco princípios básicos fundamentais na prevenção, ou seja: o educacional, o social, o cultural, o econômico e o espiritual.

Os pais devem sempre ter em mente o que diz o livro dos Provérbios(22,6): "Instrui ao menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele." Na mesma linha de pensamento Pitágoras preleciona: "Educa as crianças, para que não seja necessário castigar os adultos."

Não precisa exercer uma marcação cerrada na vida dos filhos. O importante é sempre estar na hora certa, naquela hora em que o jovem precisa de apoio, de compreensão e de afeto. Aí é o momento em que a ausência do apoio dá lugar aos vendedores de ilusões, aproveitadores do vácuo aflorado no momento em que o jovem vira presa fácil.

A partir disso, o caminho para a dependência é por demais rápido.

A perda da auto-estima leva o indivíduo à desagregação do seu próprio "eu", traduzindo-se numa forma crônica e irresponsável de suicídio. Uma coisa é morrer; outra, bem diferente, é se matar.

Viver em harmonia é fundamental, aumentando e solidificando a auto-estima, mostrando para a sociedade que é de suma importância o engajamento desta na luta por uma vida melhor, combatendo sempre o mal das DROGAS, esse mal que corrói e dilacera aqueles que ousam andar por seus caminhos íngremes e tortuosos. Caminhar sempre para frente, rumo a um ideal de vida.

Como frisou Holmes: "O importante não é o ponto onde vos encontrais, mas sim a direção em que caminhais os vossos passos e a vida que vos propondes seguir.

O ambiente que vos rodeia, o ponto de onde partistes e o trecho do caminho já percorrido, não são tão importantes como a atitude mental com que vos resolveis continuar a marcha e o rumo que haveis de dar."

Para sair da "Caverna das DROGAS" primeiro é preciso querer, ter força de vontade e acreditar em si mesmo pois, tudo é possível com amparo "Daquele que nos fortalece."