A g n u s D e i

ESPÍRITO DO NATAL
por: pe. Joaquim Ximenes Coutinho
fonte: Paróquia do Senhor dos Passos

Gente, o que é mesmo Espírito do Natal?

Já em outubro, começam os acenos do rádio, da televisão e do comércio: músicas, jingles, faixas, papai noel por todos os cantos, formaturas, festas de escolas, de clubes e, em meio a tudo isso, muita compra, muito consumismo.

Vai alguém dizer que o tempo do Natal não é gostoso? Músicas e cantos evocativos de uma porção de emoções vividas! Como as músicas são evocativas! Elas chamam de volta o passado, e a gente se imagina no mesmo lugar, com as mesmas pessoas e nas mesmas circunstâncias daquele dia e daquela festa... Uma grande e gostosa saudade de coisas passadas que a música traz de volta em gostosa mentira (mesmo sendo mentira, é gostosa).

Fico a pensar: será que o Espírito do Natal fica só nisso? Não! Fica pior: desce a coisas menos sentimentais e muito, muito materiais (aqui, me surpreendo dizendo uma tolice: espírito material). Um paradoxo, um engano.

É este o paradoxo e este é o engano de muita gente: fala-se tanto de espírito do Natal e acaba-se fazendo um Natal sem espírito: natal-compra, natal-venda, natal-ceia, natal-bebidas, etc., etc..

Mais uma vez, me questiono: Natal de quem, mesmo? Natal do Messias, Natal do Salvador, Daquele cujo Espírito é o próprio Espírito Santo.

O Natal dos que só compram e só vendem envolve mais um conflito, na sequência dos paradoxos: é um espírito mortal - nasce em outubro e morre no finzinho de dezembro. Agora, me pergunto: por que não tomar como motivação ou ponto de partida o próprio Espírito de Jesus Cristo? Que tal, se recitássemos uma oração ao Espírito Santo nas três últimas noites antes do Natal? Por que não rezar ao menos na hora da ceia, convidando o Aniversariante a participar de sua festa? Depois da oração, um canto ou uma oferta simbólica da ceia, reservando já um pratinho (o primeiro) para uma pessoa pobre. Depois, os cumprimentos, a troca de presentes, a ceia.

O próprio Espírito de Deus inspiraria a festa, encheria os corações de alegria e marcaria, na memória de todos, a lembrança de um Natal feliz. Com algumas vantagens a mais: Ele é imortal, ensina que a fraternidade e a misericórdia devem ser exercidas o ano inteiro. Ensina também que os pobres envergonhados não entram nas filas para ser fotografados portando cestas básicas. E ensina muito mais: moderação nos gastos, nas bebidas e na agitação, trazendo-nos do passado só evocações gostosas (porque há muito Natal amargo, de evocações tristes: Natal sem Jesus Cristo, Natal da cara cheia, da imprudência no trânsito, da precipitação e da pressa nas estradas, do desrespeito à vida; aquele natal que morre no finzinho de dezembro, levando consigo uma porção de gente!).

Descobrir e ajudar um pobre envergonhado em pleno mês de março, outro em julho, mais outro e mais outros, seria um modo prático de eternizar o Natal, celebrando-o todos os dias.

Um violeiro nordestino, exaltando o culto do verdadeiro Espírito do Natal, desse Natal que se projeta pelo ano e pela vida inteira, conclui seu poema com chave de ouro:

"Natal é qualquer momento,
Belém é qualquer lugar!"


Oração para Antes da Ceia:

- Invoquemos o Senhor que nos dá o pão de cada dia. Pai Nosso...
- Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém.
- Protegei-nos, ó Senhor, nosso Deus, e prestai o auxílio necessário à nossa fraqueza. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Oração para Depois da Ceia:

- Bendito é Deus em todos os seus dons, e santo em todas as suas obras. Ele vive e reina para sempre. Amém.
- Dignai-vos, Senhor, recompensar com a vida eterna a todos os que nos fazem bem por causa do vosso nome. Amém.


* F e l i z * N a t a l ! *

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