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Maomé, o fundador do Islamismo nasceu no ano 570 AD na cidade de Meca, a
mais sagrada cidade do Islamismo, natural da tribo Quraysh. Ele começou a
ter visões com a idade de 40 anos. De acordo com a tradição islâmica, o Anjo
Gabriel apareceu a ele no Monte Hira, próximo de Meca, e fê-lo memorizar o
conteúdo de um rolo. Esse rolo continha o começo da Sura 96 do Alcorão
(Koran), intitulado "Coágulos de Sangue" porque o homem supostamente teria
sido criado dessa substância. Gabriel ordenou a Maomé que recitasse:
"Recite!" O Alcorão é designado como um livro de 114 revelações, cada um
contendo uma "Sura" ou capítulo. N. J. Dawood, cuja tradução do Alcorão foi
publicada como um clássico da Editora Pingüim em 1956, explica o
desenvolvimento do "livro revelado":
"As revelações corânicas seguem-se umas às outras em breves intervalos que
foram inicialmente confiadas à memória de "memorizadores profissionais".
Durante o curso de vida de Maomé os versos eram escritos em folhas de
palmeiras, pedras ou qualquer outro material que se encontrasse à mão. Sua
coleção foi completada durante o Califado de Omar, o segundo Califa e uma
versão autorizada foi estabelecida durante o Califado de Otoman, seu
sucessor (644-56). Até os dias atuais essa versão é considerada pelos fiéis
como a autêntica "palavra de Deus".
De acordo com a Sura II, vs. 98, "Gabriel revelou o Alcorão como um guia que
viesse a confirmar as escrituras precedentes, ou seja, o Antigo e o Novo
Testamento da Bíblia". E mais ainda: "Deus agora revelou o melhor das
escrituras, um Livro... livre de qualquer defeito" (Sura XXXIX,vs.23). Deus
diz a Maomé: "Não te digo nada que não foi dito aos outros apóstolos que
vieram antes de ti"(Sura XLI,vs.42). Os próprios apóstolos admitiam que eles
traziam uma fé mais iluminada - e o mesmo se dá com Maomé, o maior de todos
os apóstolos (Sura XLI).
Nós aceitamos o seguinte desafio do Alcorão: "Eles não meditarão sobre o
Alcorão? Se ele não tivesse vindo de Deus, certamente eles teriam encontrado
nele muitas contradições"(Sura IV, vs. 82).
Pois nós lemos o Alcorão e encontramos muitos ensinamentos que contradizem
frontalmente as doutrinas da Igreja Católica, a única Instituição na face da
terra que recebeu diretamente de Deus o mandato de ensinar (Mt. 29,19),
governar (Mt. 18,18) e santificar (Lc 22, 19) toda a humanidade. Todo o
inteiro conjunto de verdades reveladas, ou seja, tudo o que Jesus Cristo
ensinou (Mt 28, 19-20) foi confiado à Igreja para a iluminação das nações.
É portanto dever da Igreja, preservar, interpretar e proclamar essas
verdades da revelação. Nenhuma outra organização ou pessoa recebeu esse
encargo.
A primeira contradição diz respeito à criação. As Sagradas Escrituras
asseguram: "No início Deus criou céu e terra"(Gen.1,1). Isso é o mesmo que
dizer: no princípio dos tempos, quando apenas Deus existia. "Criar"
significa trazer, conceber do nada: ex-nihilo. Em outras palavras, apenas
Deus cria. Apenas Ele pode estabelecer uma ponte entre infinitas distâncias
ou o vácuo entre o ser e o não-ser. Ao contrário, o homem pode fazer coisas
apenas a partir de algo pré-existente. Ele não pode criar. Ele é uma
criatura, algo que existe fora de Deus. Mas o Alcorão declara que Deus criou
o homem a partir de uma matéria pré-existente:
"Homem, se você duvida da Ressurreição, lembre-se que primeiramente Nós o
criamos do pó, depois de um germe vivo, depois de um coágulo de sangue e a
partir de então de uma dobra de carne que começava a se formar..." (Sura
XXII, vs.5).
Como nós citamos logo acima, a Sura XCVI, vs. 1 afirma: "Recite em nome do
seu Senhor que criou o homem a partir de coágulos de sangue". Já aqui temos
uma narração completamente diferente: "Eu estou criando o homem do barro, de
uma massa negra modelada..."(Sura XV, vs. 19).
Antes que Deus tivesse criado o homem, "Ele criou Satanás de um fogo sem
fumaça" (Sura XV, vs.19), e Satanás vangloriou-se: "Eu sou mais nobre do que
ele. Vós criaste-me do fogo, mas ele foi criado a partir da lama"(Sura
XXXVIII, vs.76).
Nós acreditamos que Satanás pecou pelo orgulho. Ele desejava ser igual a
Deus e recusava-se a submeter-se à Vontade Divina e por esse motivo foi
expulso do Céu para sempre. O Alcorão sustenta que Satanás foi expulso do
Céu porque se recusava a adorar o homem: "Quando eu tiver formado o homem e
soprado nele o Meu espírito, ajoelhem e se prostrem diante dele". Os anjos
então se prostraram um a um, exceto Satanás. Ele recusou-se a prostrar-se
junto com os demais... Vá-te Satanás!- Disse Deus - "Sede maldito. Minha
maldição estará contigo até o dia do Julgamento" (Sura XV, vss 19-32).
O Alcorão nega outra verdade fundamental do Catolicismo: a Divindade de
Jesus Cristo. O Salmista descreve o Messias dizendo: "Tu és meu filho, eu
hoje te gerei" (Salm. 2,7). Além disso o Messias partilha do trono de
Yahweh: "Assenta-te a minha direita, até que eu faça de teus inimigos, o
escabelo de teus pés"(Salm 109,1). Ele é o Emanuel, Deus-Conosco (Is.
7,14), e é também chamado El Gibbor (Deus Poderoso), um título que o Messias
compartilha com Yahweh (Is. 9,6; 10,20).
Pelo menos cinco vezes nos Sinóticos, Jesus explicitamente declara ser Ele
mesmo o Filho de Deus (Mt. 11, 25-27; Mc.12, 1-9; 13, 32; 14, 61-62) e
implicitamente muitas outras vezes. Os Judeus compreenderam plenamente as
divinas prerrogativas de Nosso Senhor Jesus Cristo e por isso mesmo buscavam
matá-lo: "Eu e o Pai somos Um"(Jo.10,30). Os Judeus queriam apedrejá-Lo por
blasfêmia... "Não é por alguma boa obra que te queremos apedrejar, mas por
uma blasfêmia, porque, sendo homem, te fazes Deus". (Jo. 10,33).
Uma das mais marcantes provas da pré-existência de Nosso Senhor como divino
Filho de Deus é encontrada no prólogo do Evangelho de São João: " No
princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 No
princípio ele estava com Deus. 3 Todas as coisas foram feitas por meio dele
e sem ele nada foi feito". (Jo 1, 1-3).
Não obstante todas as evidências tanto no Antigo como no Novo Testamento de
que Jesus Cristo é o "Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos
os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,
gerado, não criado, consubstancial ao Pai, por meio do qual todas as coisas
foram feitas..."(Credo Niceno), o Alcorão insiste que Nosso Senhor é
simplesmente uma criatura: "Jesus é como Adão aos olhos de Deus. Ele o criou
do pó e então disse-lhe: "Seja" e ele "foi feito"(Sura III, vs. 51-59).
"Deus proíbe", exclama o Alcorão, "que se diga que Ele tenha gerado um
Filho"(Sura XIX,vs.29). "Aqueles que acreditam que Deus gerou um filho,
pregam uma monstruosa falsidade" (Sura XIX, vs. 88), pois "Deus é Um..., e
Ele não gerou ninguém" (Sura CXII, vs. 1). O Alcorão então conclui dizendo:
"Assim, creiam em Deus e em seus apóstolos e não digam: Três"(Sura IV, vs.
174).
Segue-se que Maria também não é Mãe de Deus: "O Messias, Jesus, o filho de
Maria, não era mais do que um simples apóstolo de Deus e Sua palavra com a
qual Ele formou Maria, era um espírito proveniente Dele". (Sura XL, vs.
171).
"Infiéis são aqueles que dizem: "Deus é o Messias, o filho de Maria" (Sura
V, vs. 70).
Que a Bem Aventurada Virgem Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, todos
sabemos! Este é um dogma de fé definido pelo Concílio de Éfeso no ano 431.
Isso de modo algum significa que Maria, uma criatura de Deus, tivesse
existido antes de Deus ou precedido a Divindade. Por sua completa aceitação
dos planos de Deus, comunicados a ela na Anunciação, Maria se tornou a
partir de então, a mãe do Deus que existia antes mesmo que o tempo fosse.
Cristo tomou a Sua forma humana e Sua natureza humana de Sua mãe Maria; Ele
era verdadeiramente "o Filho de Maria" (Mc 6,3). Os muçulmanos, seguindo o
que declara o Alcorão, rejeitam esse artigo de Fé porque estão convencidos
de que isso significa que Maria produziu também a natureza divina de Jesus.
A divina maternidade é a raiz de todos os privilégios de Maria. Um desses
privilégios é a sua Imaculada Concepção: um privilégio único pelo qual Ela,
em vista dos futuros méritos de seu divino Filho, foi concebida isenta da
mancha do pecado original no ventre de sua mãe Santa Ana. Esse dogma foi
definido como artigo de Fé em 8 de dezembro de 1854, pelo Papa Pio IX, em
sua Bula Ineffabilis.
Um outro privilégio de Maria é a sua Perpétua Virgindade: ela permaneceu
virgem durante toda a sua vida - antes, durante e depois do nascimento de
Jesus Cristo.
A Assunção da Bem-Aventurada Virgem é ainda outro privilégio: no final de
sua vida terrestre, ela foi assunta ao Céu , glorificada no corpo e na alma.
Esta doutrina foi solenemente definida pelo Papa Pio XII no dia 1 de
novembro de 1950 (Constituição Apostólica Munificentissimus Deus).
Uma vez que o Alcorão nega a fé na divina maternidade de Maria,
automaticamente desacredita em todos os demais privilégios que emanam dele,
inclusive o fato de Maria não ter passado pelas dores do parto. Se Maria
ficou isenta da mancha do pecado original, e se as dores do parto são uma
das conseqüências do pecado original (Gen 3. 16), então é óbvio que a Bem
Aventurada Virgem concebeu Nosso Senhor sem ter que passar pelas dores
associadas ao nascimento de um filho.
A seguinte descrição que faz o Alcorão, das circunstâncias que envolveram o
nascimento de Cristo, claramente vão contra tudo o que descreve as Sagradas
Escrituras e a Doutrina Católica:
"Logo depois de o ter concebido ela se retirou para um lugar isolado. E
quando ela sentiu que estava no meio do trabalho de parto, ela se deitou em
um tronco de palmeira gritando: "Oh quisera eu ter morrido e caído no
esquecimento! "Mas uma voz vinda de debaixo gritou para ela: "Não se
desespere. O seu Senhor providenciou uma fonte que jorra em teus pés e se
você sacudir o tronco dessa palmeira, ela derrubará doces e frescos frutos
(dátiles) à sua volta. Portanto coma-os e se alegre; e se você encontrar
pela frente qualquer mortal, diga-lhe: "Eu fiz um voto ao Misericordioso, de
jejuar e por isso não falarei com nenhum homem no dia de hoje". (Sura XIX,
vs. 22).
Onde é que está a saudação do Anjo Gabriel a Maria? "Ave, cheia de graça, o
Senhor é contigo"(Lc 1,28)? Nem sequer se menciona São José! Nem ali e nem
no resto de todo o livro, pelo contrário, toda uma Sura de nove páginas é
dedicada a José, o filho de Jacó. A miraculosa natureza da concepção de
Maria é completamente rejeitada: "O Espírito Santo descerá sobre ti, e a
força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que
nascer de ti será chamado Filho de Deus." (Lc 1, 35). Isabel, a prima de
Maria também proclama que Maria é Mãe de Deus: "Donde me vem esta honra de
vir a mim a mãe do meu Senhor?" (Lc1,43).
Além do mais, a Virgem Maria deu a luz a Nosso Senhor num estábulo e o depôs
numa manjedoura envolvido em faixas. Ela não estava deitada debaixo de
nenhuma palmeira. Imaginem que cena absurda: Nossa Senhora passando por
dores tão insuportáveis que preferia morrer e cair no esquecimento! Mas
ainda assim o Alcorão afirma: "Tal era Jesus, o filho de Maria. Esta é toda
a verdade e eles ainda duvidam"(Sura XIX, vs.29).
Além de tudo isso, a Virgem Maria parece ser confundida com Miriam, a irmã
de Moisés e Aarão:
"Carregando a criança ela veio até o seu povo que disse a ela: "Maria , isso
é de fato uma coisa muito estranha! Irmã de Aarão..."(Sura XIX, vs. 28). Em
um pequeno rodapé, o ensaio de Dawood tenta proteger a integridade do texto:
"Os comentaristas muçulmanos negam a acusação de que existe uma confusão
entre Miriam, irmã de Aarão, e Maryam (Maria), a mãe de Jesus. "Irmã de
Aarão, nesse contexto simplesmente significa: "mulher virtuosa".
De qualquer forma, não existe tal referência nas Sagradas Escrituras
concernente a Nossa Senhora, muito embora no Novo Testamento, Isabel, a mãe
de João Batista e portanto prima de Maria, é apresentada como descendente de
Aarão (Lc 1,5). A palavra freqüentemente é usada em seu sentido literal (Mt.
9,19; Mc 5,35), mas era também freqüentemente usada para uma mulher de certa
raça ou religião como uma das filhas os Hebreus (Jud. 10,12) ou como um
termo carinhoso de cunho familiar (Mt.9,22) . Os profetas por exemplo
freqüentemente se referem a Jerusalém como "Filha de Sião"(Is 37,22; Jer
4,31, Miq. 4,10). Mas "Maria" e "Filha de Sião" nunca são encontradas juntas
nas Sagradas Escrituras.
O Alcorão acusa os Católicos de adorarem Maria como um deus (Sura V, vs.
1,14) o que é patentemente falso. Nenhuma pessoa ou coisa pode tomar o lugar
de Deus ou ser honrado de um modo reservado exclusivamente a Deus, pois isso
é idolatria e Deus o proíbe com extremo rigor. Todo o culto que não é
dirigido diretamente a Deus deve ser subordinado a Ele (Êxodo 20,3-5).
Hiperdulia é a honra ou veneração dedicada à Virgem Maria devido à sua
suprema dignidade como Mãe de Deus e sua conseqüente e única santidade:
"cheia de graça". Mas isso é bem diferente da adoração que é devida apenas a
Deus (latria), pois reconhecemos que Maria é apenas criatura. Uma vez que
Maria é mais santa e mais nobre do que todos os santos e anjos, a honra que
ela merece também é maior do aquela tributada a eles (dulia). Hiperdulia
implica a reverência amorosa de um filho de Deus por Sua mãe e também nossa
mãe, bem como a confiança em seu poder de intercessão junto ao Divino Filho.
Da mesma forma, o Alcorão insiste que nós Católicos deificamos os santos
(Sura XVII, vs. 52). A veneração dos santos, contudo, é indiretamente um
culto a Deus, O qual os criou e os santificou tornando-os Seus amigos.
A santidade, o triunfo e a glória desses santos não são outra coisa senão o
reflexo dos atributos de Cristo, seu Modelo e Mediador. Uma clássica
resposta à acusação de que os Católicos deificam os santos, pode ser
encontrada no "Martírio de Policarpo". Quando os Judeus apelaram aos
magistrados para que não entregassem o corpo de Policarpo aos Católicos,
eles disseram "tão logo eles abandonam o outro Crucificado, eles começarão
logo a adorar esse ai". Mas, Marcion respondeu: "Isso foi feito por
instigação e insistência dos judeus, os quais também assistiram quando nós
íamos tirá-lo do fogo. Ignorando que nós jamais poderemos esquecer Cristo, o
qual sofreu pala salvação de todo o mundo e daqueles que já foram salvos.
Por mais inocentes que sejam os pecadores, não podemos cultuá-los mais do
que Jesus. Pois nós amamos os Mártires como discípulos e imitadores do
Senhor, merecidamente assim, por sua insuperável devoção ao seu Rei e
Mestre. Que isso possa também ser a nossa porção para sermos seus
companheiros e discípulos amigos!" (17, 1-3).
O divórcio é um outro assunto que contraria totalmente o ensinamento da
Igreja Católica. Nosso Senhor restaurou o Matrimônio em sua dignidade
primitiva ao insistir na indissolubilidade do laço matrimonial promulgada
pela Santíssima Trindade logo no início da história humana: "Portanto não
separe o homem, aquilo que Deus uniu".
Comparem agora essa declaração de Nosso Senhor com aquela encontrada no
Alcorão:
"E quando Zayd (o assim chamado filho adotivo de Maomé) divorciou-se de sua
mulher, Nós a demos a você (Maomé) em casamento, de forma que se torne
legítimo para os verdadeiros fiéis, se casarem com as esposas de seus filhos
adotivos se eles se divorciarem delas". (Sura XXXIII, vs. 37).
"Não será nenhuma ofensa para você se divorciar de suas mulheres antes que o
casamento tenha sido consumado ou o dote estabelecido"(Sura II, vs. 236). Um
claro caso de poligamia é assegurado na Sura IV, vs. 126: "Por mais que você
tente, você não pode tratar todas as suas esposas imparcialmente". E
novamente:
"Lícitas a você, Maomé, são as mulheres crentes e as mulheres livres
daqueles a quem foi dado O Livro antes de você (judias e cristãs).
Providencie para que você dê a elas seus dotes e as honrem, não cometendo
fornicação e nem tomando-as como amantes". (Sura V, vs. 5)
"Crentes, não se aproximem das orações quando vocês estiverem bêbados, mas
esperem até que vocês estejam conscientes de suas palavras; nem quando vocês
estiverem poluídos: se vocês se aliviaram (masturbação) ou tiveram relações
com uma mulher enquanto estavam viajando e se encontravam num lugar onde não
tinha água, tomem um pouco de areia limpa e esfreguem em suas faces e em
suas mãos" (Sura IV, vs. 43).
"O adúltero pode se casar apenas com a adúltera ou uma idólatra; e a
adúltera pode se casar apenas com um adúltero ou idólatra. Aos verdadeiros
crentes são proibidos tais casamentos (Sura XXIV, vs.1). Crentes, se vocês
se casarem com mulheres crentes e divorciarem delas antes que o casamento
tenha sido consumado, vocês estão dispensados de observar o período de
espera (Sura XXXIII, vs. 45).
E de acordo com o Alcorão, essas orgias continuam no Paraíso onde a
concupiscência não conhece limites:
"Eles, os verdadeiros crentes sentar-se-ão junto a tímidas virgens de olhos
negros, tão castas quanto os ovos chocados pelas avestruzes"(Sura XXXVII,
vs.48).
"Reclinando-se sobre macios divãs, eles não sentirão nem o calor escorchante
nem o frio cortante. Árvores espalharão em volta deles as suas sombras e
frutos ficarão dependurados em cachos sobre eles. Eles serão servidos em
pratos de prata, copos finos e grandes cálices... Eles serão servidos por
jovens agraciados com a eterna juventude cujos olhos ao contemplá-los serão
como pérolas espalhadas. Quando você contemplar essas cenas, você estará
contemplando um reino maravilhoso e glorioso" (Sura LXXVI, vs. 13-20).
Concluindo, temos que concordar com essa passagem do Alcorão que questiona:
"Quem é mais malicioso do que o homem que inventa uma falsidade sobre Deus
ou nega Sua revelação"(Sura VI, vs. 21)? Bem como com a resposta que se
encontra no próprio Livro: "Ele (Maomé), o qual inventou o Alcorão" (Sura
XLVI, vs.7).
O QUE SIGNIFICA "TER O MESMO DEUS"?
Ter o mesmo Deus, é crer no mesmo Deus; crer as mesmas coisas sobre Deus. O
que significa - dado que "Deus em pessoa ninguém jamais viu" e que "o Filho
único que está no seio do Pai no-Lo revelou" - que é necessário aceitar o
testemunho que Deus próprio deu de si mesmo na sua única revelação.
Conseqüentemente, só pode haver uma única verdadeira Fé em Deus, do mesmo
modo que é único o verdadeiro Deus e é única a sua Revelação: "unus Deus,
una fides" (Ef 4,5).
PODEMOS DIZER QUE TEMOS O MESMO DEUS QUE JUDEUS E MUÇULMANOS?
Evidentemente não temos o mesmo Deus que eles:
Não. O monoteísmo Cristão, à luz da Revelação divina, afirma Deus tal qual
Ele é realmente: Um em sua Natureza e Trino nas suas Pessoas. O monoteísmo
judeu-muçulmano e também o dos filósofos pagãos afirmam Deus um em natureza
e um em pessoa.
Por isso, a Igreja, a começar pelos Santos Padres, introduziu o termo
TRINDADE como "nome substantivo próprio ao verdadeiro Deus... por causa da
necessidade de distinguir o Deus da Revelação do deus da filosofia, dos
judeus e dos pagãos" (Padre Ceslão Pera O.P. na Suma Teológica dos
Dominicanos da Itália vol.III,p.112, nº 1).
Uma comparação ajuda a compreender. Assim não podemos dizer que quatro e
três são o mesmo número, pela simples razão de que três está contido em
quatro; assim também não podemos dizer que o Deus da Revelação.
Nosso Deus, é o deus dos judeus e muçulmanos, pelo simples fato de que têm
em comum a unidade de natureza.
Mais ainda, judeus e muçulmanos não se limitam a afirmar a unidade de
natureza, mas afirmam também a unidade de pessoa em Deus, se colocando em
aberta oposição à Revelação divina. O deus que eles adoram não existe; é um
falso deus.
MAS A IGREJA ENSINA QUE PODEMOS CHEGAR AO CONHECIMENTO DE DEUS PELA LUZ
NATURAL DA RAZÃO; ORA, ESSE CONHECIMENTO NÃO CHEGA À TRINDADE DE PESSOAS
A Igreja afirma a possibilidade de se conhecer com certeza a existência de
Deus por meio das coisas criadas (Vaticano-I, Denz 1806); e ao mesmo tempo
afirma:
A Igreja ensina que a Fé "é um ato sobrenatural, pelo qual a inteligência,
sob a influência da graça, adere à verdade revelada por Deus"(Vaticano-I
Denz. 1789).
Por isso Santo Tomás afirma que "mesmo os infiéis acreditam em Deus. No
entanto, para os infiéis crer em Deus não deve ser tido como um ato de Fé
(II II q.2 a2).
Se certas verdades acessíveis à razão humana (existência de Deus, unidade de
Deus) são aceitas sob o testemunho de Deus, são objetos da Fé. Se ao
contrário são aceitas pelo testemunho da razão, não são mais objeto do
conhecimento da Fé, mas simples conhecimento racional (filósofos pagãos).
Ora, os muçulmanos aceitam certas verdades religiosas naturais sob o
testemunho de um homem, Maomé, que não somente não é uma testemunha
acreditada por Deus, como também espezinhou toda a Divina Revelação,
adulterando-a e corrompendo-a.
Para os muçulmanos, portanto, as verdades religiosas são objetos de simples
crença humana, que nada tem a ver com a Fé sobrenatural fundada sobre o
testemunho verdadeiro e acreditado por Deus, a Fé Católica.
Dizer ao muçulmanos que eles têm o mesmo Deus que nós significa
bloquear-lhes, se ela existe, a procura sincera da Verdade revelada e
fechar-lhes o caminho da salvação, porquanto o conhecimento natural de Deus
ou a crença humana em Deus são absolutamente insuficientes para a salvação.
E QUANTO AOS JUDEUS?
Devemos distinguir os Judeus do Antigo Testamento - Patriarcas e Profetas -
dos judeus de hoje.
MAS OS PATRIARCAS E PROFETAS NÃO CHEGARAM AO CONHECIMENTO DA TRINDADE.
PODEMOS DIZER QUE TEMOS O MESMO DEUS QUE ESSES SANTOS HOMENS?
Evidentemente, temos o mesmo Deus que os Patriarcas e Profetas do Antigo
Testamento.
Assim a Revelação primitiva ou adâmica e a Revelação mosaica continham já em
germe o Cristianismo. No Antigo Testamento temos a plena e perfeita
revelação da unidade de Deus. A Trindade de Pessoas, no entanto, é somente
indicada de maneira velada, porque o Povo de Deus, em meio aos pagãos, não
suportaria o jugo do monoteísmo, se lhes fosse revelada a Trindade de
Pessoas. Ao mesmo tempo, Deus os preparava para a Revelação plena e perfeita
do Novo Testamento.
Nesta Fé sobrenatural dos Patriarcas e Profetas estavam implicitamente
contidos todos os artigos do nosso Credo. Na Suma Teológica, II IIae. q. 1
a. 7, Santo Tomás de Aquino afirma que a Revelação divina não recebeu nenhum
acréscimo essencial, mas somente tornou explícito: como a realidade na sua
figura.
Os Judeus do Antigo Testamento, aceitando de Fé explícita as verdades até
então reveladas por Deus, aceitavam de Fé implícita tudo aquilo que seria
revelado de maneira singular e circunstaciada aos Apóstolos. "Se credes em
Moisés, afirmava o Nosso Senhor, credes em mim também" (Jo 5,46).
Além disso, os Patriarcas e Profetas sabiam muito bem que a Revelação divina
não estava encerrada (Deut.18,14-20) e viviam na espectativa daquele ao qual
fora reservada a revelação da Trindade. E São Paulo afirma: "É na Fé que
eles morreram, sem ter obtido o objeto das promessas, o qual viram e
saudaram de longe" (Heb 11,13).
Aquilo que eles "viram na Fé" e "de longe", nós abraçamos com um olhar de Fé
explícita. Por isso, os Patriarcas e Profetas são nossos Pais na Fé.
PODE-SE DIZER O MESMO DOS JUDEUS DE HOJE?
Os judeus depois da vinda do Salvador não estão mais no mesmo caso dos
Patriarcas e Profetas, porque uma coisa é ignorar aquilo que Deus ainda não
revelou, outra coisa é rejeitar explicitamente como injúria e heresia aquilo
que Deus revelou, sustentando contra a Revelação divina que Deus é um em
pessoa como em natureza.
Por isso Jesus disse aos judeus que não queriam aceitar a Revelação: "Se eu
não tivesse vindo e se não lhes tivesse falado, estariam sem pecado; mas
agora seu pecado é sem excusa" (Jo 15,22), "Se fosseis cegos, não teríes
pecado. Mas, de fato, dizeis: "nós vemos"! e o vosso pecado permanece" (Jo
9,41).
Recusando acreditar em Jesus Cristo eles recusaram a Fé, não em um homem,
mas em Deus, no mesmo Deus no qual acreditavam os Patriarcas e Profetas.
"Deus tendo nos falado outrora por muitas vezes e de muitos modos a nossos
pais pelos profetas, ultimamente, nestes dias, falou-nos por meio de seu
Filho..." (Hb.1,1-2).
Portanto, os judeus de hoje, "trocaram de Deus" e, por isso, a Igreja os
chama "pérfidos" que quer dizer aquele que renega a Fé.
Portanto, não há nada mais falso e contrário à Fé Católica do que dizer a
judeus e muçulmanos que compartilhamos com eles a mesma Fé no Deus único.
Lembremo-nos de que a Igreja já se pronunciou sobre esse ecumenismo: "Os
esforços (ecumênicos) não têm direito à aprovação dos Católicos, porque eles
se apoiam sobre essa opinião errônea de que todas as religiões são mais ou
menos boas e louváveis, nisto que revelam e traduzem todas igualmente, ainda
que de modo diferente, o sentimento natural e inato que nos leva a Deus e
nos inclina ao respeito diante de seu poder..." (Pio XII na Encíclica
Mortalium Animus).
Em resumo, temos o mesmo Deus, quando acreditamos nas mesmas coisas sobre
Deus, e cremos nas mesmas coisas sobre Deus, somente quando cremos na sua
única Revelação.
É ENTÃO, CORRETA A CLASSIFICAÇÃO: CRISTÃOS, JUDEUS E MUÇULMANOS, COMO
RELIGIÕES DE IDÊNTICO MONOTEÍSMO?
É CERTO DIZER QUE JUDEUS E MUÇULMANOS CRÊEM NO DEUS UNO?
A Revelação divina, de fato, foi progressiva e contínua, em seu núcleo
primitivo, naquilo que havia sido revelado anteriormente.