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"UM BREVE CATECISMO SOBRE O SACERDÓCIO FEMININO"
Autor: John Vennari
Fonte: Jornal "Catholic Family News" (fev./2001)
Transmissão: Gercione Lima

Qual o ensinamento da Igreja sobre o Sacerdócio Feminino?

O constante ensinamento da Igreja pode ser resumido em três pontos:

  1. O próprio Deus determina quem exercerá a função sacerdotal na liturgia pública. Nem mesmo Cristo como homem toma essa honra para Si mesmo, e aos Apóstolos Ele deixou bem claro: "Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí." [Jo 15,16]

  2. Deus escolheu exclusivamente homens para o sacerdócio tanto no Antigo como no Novo Testamento.

  3. Apenas homens devem exercer o sacerdócio ministerial representando toda a humanidade perante Deus e nas coisas pertinentes a Deus.

Existe algum fundamento para o sacerdócio feminino no Antigo Testamento?

Nenhum em absoluto. Desde o início Deus escolheu apenas homens para oferecer o sacrifício. Adão criado antes de Eva, é a cabeça de Eva e de toda a raça humana. Ele foi o primeiro sacerdote oficial através do primado de sua criação a oferecer sacrifício a Deus. Foi também de Adão que o pecado atingiu todo o gênero humano. Se apenas Eva, e não Adão, tivesse pecado, a raça humana não teria sucumbido ao pecado. Noé ofereceu o sacrifício ao sair da arca. Melquisedeque, Rei de Salem e sacerdote do Altíssimo ofereceu sacrifício de pão e vinho. Abraão, a quem Deus chamou para ser "pai de muitos" ofereceu o sacrifício. Sob Moisés, Aarão foi escolhido por Deus como Sumo-sacerdote. O sacerdócio levítico (os filhos de Aarão) continuou até o Advento de Cristo que aboliu todo o sacerdócio antigo ao instituir o da Nova Aliança. Não existe portanto nenhum registro de mulheres oferecendo o sacrifício no Antigo Testamento.

Existe algum fundamento para o sacerdócio feminino no Novo Testamento?

Nenhum em absoluto. Cristo, o Novo Adão, através do Qual nasceram todos os filhos de Deus segundo a ordem sobrenatural, ofereceu-se a Si mesmo como Sacerdote e Vítima. Cristo escolheu apenas homens como Apóstolos para atuarem in persona Christi, ou seja, para atuarem na pessoa de Cristo, particularmente no Sacramento da Santa Eucaristia.

Existe algum fundamento para o sacerdócio feminino na Sagrada Tradição da Igreja?

Nenhum em absoluto. Tanto Santo Irineu como Tertuliano condenaram as seitas heréticas que tentaram admitir mulheres na ordem sacerdotal.

Existe algum fundamento para o sacerdócio feminino [sacerdotisas] na história do mundo?

Sim, mas no paganismo e na bruxaria das eras pré e pós-cristã, bem como em algumas seitas heréticas condenadas pela Igreja. Vale a pena ressaltar que toda vez que o termo paganismo ou bruxaria é usado nas Escrituras, é sempre mencionado como algo mal e digno de condenação. Eis porque atualmente as "teólogas" e "teólogos" feministas abertamente declaram sua simpatia pelos pagãos ao mesmo tempo em que criticam e condenam Cristo e os Padres da Igreja.

Existe a possibilidade de que Cristo não tenha instituído o sacerdócio feminino por causa da cultura, costumes e preconceito de Sua época?

Cristo não era um pacifista conformista. É evidente que Jesus Cristo quebrou muitas das convenções daquela época. Ele purificou o templo da comercialização profana e revogou a conveniente prática do divórcio, (o que pode ser visto como regra n.1 do manual: "Como se tornar impopular"). Ele falava com samaritanos e mulheres ignorando o costume legal dos fariseus. Portanto, Cristo sendo Deus, não se conformou ao tempo, mas ordenou que o Seu tempo (como todas as eras) se conformasse a Ele.

Mas São Paulo disse que "Em Cristo não existe nem homem e nem mulher", portanto as mulheres não teriam também direito ao sacerdócio?

Essa passagem da Carta Paulina (a qual verdadeiramente se refere à graça santificante recebida no Batismo e não às Sagradas Ordens) é frequentemente citada pelos advogados do sacerdócio feminino como um argumento infalível baseado nas Sagradas Escrituras. O interessante é que "essas e esses" feministas fazem questão de ignorar o mesmo Apóstolo Paulo quando ele diz de modo inequívoco em outra passagem da Sagrada Escritura: "Como em todas as igrejas dos santos, as mulheres estejam caladas nas assembléias: não lhes é permitido falar, mas devem estar submissas como também ordena a lei. Se querem aprender alguma coisa, perguntem-na em casa aos seus maridos, porque é inconveniente para uma mulher falar na assembléia" [1 Cor. 14,34-35]

Mas a Igreja Primitiva não teve Diaconisas?

Sim, mas é consenso unânime nos documentos da Igreja Primitiva de que o termo "diaconisas" não tem absolutamente nada a ver com o Sacramento das Sagradas Ordens. Santo Epifânio dá um testemunho inquestionável a respeito da não-ordenação de mulheres "diaconisas". Haviam apenas mulheres-anciãs e não sacerdotizas no verdadeiro sentido da palavra, e sua missão era simplesmente desempenhar funções de cuidados com outras mulheres [Haer. 1,29,3]

Mas será que a não admissão de mulheres ao sacerdócio não tem algo a ver com "inferioridade" e "superioridade?"

Não tem nada a ver em absoluto com "inferioridade" ou "superioridade", mas com papéis que Deus ordenou para homens e mulheres. De acordo com o Plano Divino, Deus não chamou as mulheres ao sacerdócio do mesmo modo como também não chamou os homens à maternidade. Depois de Jesus Cristo, Nossa Senhora foi o ser mais perfeito que já caminhou sobre essa terra . No entanto por mais que sua excelência supere a todas as demais criaturas de Deus, ainda assim Nosso Senhor não a escolheu para o sacerdócio e sim doze homens semi-analfabetos dentre os quais um o traiu.

Existe algum outro exemplo que nos ajude a compreender melhor a Ordem Divina?

O exemplo da Sagrada Família que em tudo espelha a Ordem Divina. São José era o puro e justo cabeça da Sagrada Família. Nossa Senhora era docilmente obediente a São José e Nosso Senhor era submissmo a ambos, muito embora em ordem de excelência era exatamente o contrário. Cristo era mais excelente que Nossa Senhora e ela enquanto Imaculada Conceição era mais excelente que São José. Todavia, o Céu reconhecia José como cabeça da família e exatamente por isso os Anjos eram enviados a ele para comunicar-lhe instruções a respeito da Sagrada Família: "Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito, fica lá até que eu te avise.."; "Levanta-te, toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel porque morreram os que atentavam contra a vida do menino..." (Mt 2, 13, 20) . Infelizmente, praticamente não existe mais uma compreensão cristã sobre a ordem divina estabelecida para o homem, a mulher e a família nesse mundo moderno e ateu. E é isso que faz com que seja difícil para as mentes modernas compreenderem a ordem sobrenatural da Igreja de Cristo e seu Sacerdócio. Não obstante, é o mundo moderno que está errado e não Cristo.

Será que algum desses argumentos convencerão as feministas de que elas ou eles estão errados?

Não, porque eles não se baseiam nas Sagradas Escrituras e nem na Sagrada Tradição da Igreja, a qual foi estabelecida por Cristo, para fazerem suas reinvindicações. "Teólogos" e "teólogas" feministas não acreditam na Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, nem nas Sagradas Escrituras como Palavra de Deus e nem tampouco numa Igreja Infalível instituída pela Divina Autoridade, ou seja por Deus, o Pai. (aliás é de praxe na linguagem inclusiva substituir a fórmula "Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" por "Em nome do Criador, do Redentor e do Santificador". Alguns sacerdotes feministas estão usando essa fórmula para o Batismo, o que torna inválido o Sacramento além de cometerem o pecado mortal de sacrilégio).

Afinal, em que os teólogos e teólogas feministas baseiam a sua "teologia"?

Numa lamentável fantasia, na desobediência e arrogância do modernismo e em algumas práticas do ocultismo.