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Os fiéis sempre invocavam o nome de Maria com a esperança de que
Ela os ajudasse a resolver seus problemas pessoais. Assim este
título não é novo, pois a Mãe de Deus na liturgia romana tem
sido denominada "Esperança dos desesperados".
Algumas vezes Ela também é invocada e identificada como a
Senhora do Amor Divino, da Expectação, ou do Ó, pois em alguns
lugares esta devoção se referia à Esperança do Parto, pelo qual
a Virgem Maria daria à luz brevemente o filho de Deus. Neste
caso ela era representada grávida, tendo sobre o seio a pomba
Divina, símbolo do Espírito Santo.
O mais antigo santuário de Nossa Senhora da Esperança de que se
tem notícia é o da cidade de Mezières, na França, construído no
ano de 930. Depois dele vários outros foram erigidos, espalhando-
se este orago por toda a Europa.
Em Portugal, este culto desenvolveu-se muito na época das
grandes descobertas marítimas, figurando entre os seus devotos o
comandante Pedro Álvares Cabral, que possuía uma bela imagem da
Padroeira em sua residência, trazendo-a consigo em sua feliz
viagem às Índias. O Brasil foi portanto descoberto sob o olhar
terno e protetor da Mãe da Esperança. Esta efígie histórica
mostra a Virgem Santíssima com o Menino Jesus sentando em seu
braço esquerdo e apontando para a pomba, que repousa sobre o seu
braço direito. Ela está atualmente na cidade de Belmonte, numa
capela onde se diz ter sido batizado o descobridor do Brasil, e
foi trazida novamente ao nosso país durante o Congresso
Eucarístico Internacional do Rio de Janeiro, em 1955.
Nos tempos modernos a devoção a Nossa Senhora da Esperança foi
revivida em Saint Brieuc, na Bretanha, e espalhou-se de maneira
excepcional após a aparição da Virgem Maria em Pontmain, nos
dias terríveis da invasão prussiana, quando o inverno, a fome e
a guerra se uniram para castigar o povo francês. (...)
Foram inúmeras as graças alcançadas no lugar da aparição e pouco
depois ergueu-se ali uma bela basílica, que foi entregue aos
cuidados dos padres Oblatos de Maria Imaculada, ordem para a
qual entrou posteriormente José Barbedette, um dos pequenos
videntes.
A Ordem dos Oblatos, instituída na França em princípios de do
século XIX, espalhou-se pelo mundo devido à sua admirável obra
missionária, chegando ao Brasil em 1946. Oito anos depois, os
padres estabeleceram-se em Poços de Caldas, no bairro operário
de Vila Cruz, onde formaram um colégio para crianças pobres.
Ali, através da modesta igreja de São Sebastião, lançaram a
semente do Seminário Menor, que depois foi magnificamente
instalado numa colina próxima à cidade, recebendo como protetora
a Virgem da Esperança de Pontmain. Devido à crise que atingiu a
organização tradicional dos seminários, a dos Padres Oblatos de
Poços de Caldas encerrou suas atividades e foi adquirido, em
1973, pela Prefeitura local, que o transformou em centro de
ensino superior. Porém a imagem de Nossa Senhora da Esperança de
Pontmain, com seu lindo manto azul semeado de estrelas, tendo na
mão o crucifixo vermelho, ali continua para proteger todos os
estudantes que freqüentam aquela casa de estudos e de difusão
cultural.
Iconografia:
A imagem clássica portuguesa da Senhora da Esperança representa
a Virgem Maria de pé com o menino Jesus sentado em seu braço
esquerdo, segurando com a mão direita o pezinho dele. O Divino
Infante aponta com a mãozinha direita para uma pomba (símbolo do
Espírito Santo), que repousa sobre o braço direito de sua Mãe.
A Nossa Senhora de Pontmain é alta e esguia, está de pé vestida
com um manto azul-marinho semeado de estrelas douradas e segura
com a mão direita levantada um crucifixo vermelho. Usa uma coroa
aberta sobre a cabeça.