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CRITÉRIOS E NORMAS PARA AS ELEIÇÕES
Origem: Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro-RJ
Transmissão: José Augusto

NOTA DA CÚRIA

Com o objetivo de orientar o eleitorado católico nas próximas eleições, a Arquidiocese do Rio de Janeiro, após ouvir os Bispos Auxiliares, os Vigários Episcopais, o Conselho Presbiteral e o Secretariado de Pastoral, elaborou os seguintes critérios e normas para formar a consciência dos eleitores.

A Cúria Metropolitana exorta os Párocos, Reitores de igreja, Comunidades Religiosas e Irmandades a acolherem, observarem e divulgarem amplamente este documento.

CRITÉRIOS E NORMAS PARA AS ELEIÇÕES

Antes de tudo "valorize o seu voto" que, somado aos demais, decidirá o destino da sua cidade nos próximos anos.

O seu voto é precioso e decisivo. É inaceitável toda forma de indução, "compra de voto", corrupção eleitoral ou uso indevido da máquina administrativa.

Portanto, é importante votar conscientemente, participando, como cristão, da vida social e política de sua cidade. Ninguém pode se omitir.

Para votar bem é necessário conhecer e avaliar os candidatos aos cargos eletivos; se são pessoas decentes, competentes e empreendedoras; se suas propostas de governo não colidem com os ensinamentos da Igreja.

Procure, portanto, votar nos candidatos que:

  1. Defendem a dignidade da pessoa e da vida em todas as suas manifestações, desde a sua concepção até o seu fim natural, a morte. É inaceitável toda forma de violência como o aborto, exploração de menores, discriminação de raça e credo, eutanásia e toda forma de manipulação genética.

  2. Defendem a família, na qual a pessoa nasce, cresce e se realiza. Combatem a pornografia e toda forma de cinismo e degeneração moral que contrariam o ideal da família.

  3. Defendem a liberdade de Educação pela qual os pais têm o direito de escolher onde e como educar os seus filhos. Promovem a qualidade da escola pública e defendem a escola particular, como também o ensino religioso, em respeito à consciência e à opção dos pais.

  4. Promovem a justiça e a solidariedade em favor dos excluídos. Propugnam para que o poder público assuma eficazmente a causa dos menos favorecidos (moradia, emprego, saúde e educação) e combatem a corrupção.

  5. Favorecem os espaços de liberdade para que as entidades beneficentes e organizações de tradição na sociedade possam coadjuvar, com ou sem parceria com o poder público, na construção do bem comum.

Observe-se, também, o seguinte:

  1. A Igreja não tem partido nem candidatos oficiais; não deixa de manifestar, entretanto, sua esperança que sejam valorizados os candidatos que se comprometem a respeitar os seus princípios éticos e sua doutrina social.

  2. As paróquias, associações e movimentos estão autorizadas a abrir suas dependências para a apresentação, seguida de debate, dos candidatos que as procurarem. Estes encontros, entretanto, nunca poderão ser feitos no interior da própria igreja e sejam franqueados aos diferentes partidos.

  3. Os candidatos católicos, no exercício de suas campanhas eleitorais, não podem se apresentar em nome das paróquias, instituições e movimentos.

  4. Nas adjacências das paróquias e capelas, assim como durante os eventos promovidos por estas, nunca devem constar sinais (faixas ou cartazes) que identifiquem os candidatos. Não é oportuna a utilização de imagens ou objetos sagrados como veículos da campanha eleitoral.

  5. Recomenda-se vivamente aos fiéis tomarem conhecimento das informações, sob o título "Acompanhamento da Atuação de Políticos", elaboradas desde o ano de 1999 e remetidas periodicamente às paróquias para serem afixadas nos quadros de avisos das mesmas. Nessas informações, a Arquidiocese oferece aos católicos, uma visão real dos políticos na sua atuação favorável ou contrária aos ensinamentos da fé católica.

Rio de Janeiro, 26 de julho de 2000.

D. Augusto Zini Filho
Vigário Geral e Moderador da Cúria