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Dá-se este nome aos fenômenos que operam conjuntamente na alma e no corpo e que
se referem mais ou menos ao êxtase. Os principais são:
» 1. A ELEVAÇÃO NO AR
É um fenômeno que faz com que o corpo permaneça elevado no ar, sem tocar o
solo, ou seja, sem se apoiar em qualquer coisa natural; é o que chamamos de
"êxtase ascensional". Às vezes o corpo se eleva a grandes alturas (chamamos
então "vôo extático"). Outras vezes o corpo percorre velozmente a superfície
do solo, sem tocá-lo porém (é o que chamamos "marcha extática").
Lemos numerosos casos de elevação no ar na vida de muitos santos: São Paulo
da Cruz, São Felipe Néri, Santo Estevão de Hungria, São José de Cupertino,
São Pedro de Alcântara, São Francisco Xavier, entre outros.
A este fenômeno se refere também o "peso extraordinário", que consiste na
impossibilidade de se remover do solo o extático, por mais força que se
empregue.
Os racionalistas têm tentado explicar este fenômeno de um modo natural, seja
pela aspiração profunda de ar nos pulmões, seja por uma força física desconhecida,
seja pela intervenção dos espíritos ou almas. Nenhum deles, entretanto,
oferece uma explicação séria sobre o fenômeno. Mais prudente foi o papa
Benedito XIV, exigindo que se fizesse primeiramente uma comprovação para se
evitar toda espécie de fraude. Após, declarou:
A êxtase, às vezes, é acompanhada por fenômenos luminosos, através de uma
auréola de luz em volta da cabeça ou revestindo de luz todo o corpo do
extático.
Cabe-nos observar aqui o ensinamento de Benedito XIV: primeiro devemos
estudar o caso, em todas as suas circunstâncias, para nos certificar de que
a luz não tem uma explicação natural. Em particular devemos examinar:
Somente depois de se examinar estes pormenores é que poderemos deduzir o
caráter sobrenatural de tais feitos.
Este fenômeno também é uma forma antecipada da claridade, própria dos
corpos gloriosos.
» 3. OS EFLÚVIOS ODORÍFEROS
Às vezes Deus permite que do corpo dos santos vivos ou já falecidos exale
deliciosos aromas, símbolo do bom odor das virtudes que praticam [ou praticaram, se
mortos].
Assim aconteceu com as chagas de São Francisco de Assis, que exalavam suaves
perfumes; durante 9 meses um delicioso perfume saiu de seu sepulcro e, quando
seu corpo foi exumado, um óleo perfumado escorreu de seus restos. Muitos
outros casos semelhantes existem relatados.
Benedito XIV indicou como tal milagre deve ser examinado com o intuito da
comprovação:
» 4. A ABSTINÊNCIA PROLONGADA
Têm havido santos, especialmente entre os estigmatizados, que viveram muitos
anos sem qualquer outro alimento além da sagrada eucaristia. Eis alguns
exemplos citados pelo dr. Imbert Goubeyre:
A Igreja mostra-se muito séria na investigação de tal fenômeno, exigindo
permanente vigilância durante todos os momentos e testemunhas hábeis
visando descobrir eventuais fraudes. Estas testemunhas examinarão se a
abstinência é total (compreendendo alimentos líquidos e sólidos), se o
fenômeno é duradouro e se a pessoa continua a ocupar-se de seus afazeres.
A este fenômeno corresponde também a "abstinência de sono". São Pedro de
Alcântara, durante 40 anos, não dormiu mais que 1 hora e meia por dia; Santa
Catarina de Ricci não dormia mais que 1 hora por semana!
» 5. OS ESTIGMAS
a. Natureza e Origem
Este fenômeno consiste numa espécie de impressão das chagas de Cristo nos
pés, nas mãos, nas costelas e no rosto. Aparecem espontaneamente, sem
qualquer provocação por ferimento exterior, e, periodicamente, emanam
sangue límpido.
O primeiro estigmatizado de que se tem notícia foi São Francisco de Assis:
durante um êxtase sublime que teve no monte Alvernia, em 17 de setembro de
1222, viu um serafim que ilustrava Jesus crucificado e que lhe imprimiu os
sagrados estigmas. Conservou as chagas até a morte, de onde emanava um sangue
rosado. Tentou ocultar o milagre mas não obteve sucesso pois, ao falecer,
em 11 de outubro de 1226, o prodígio tornou-se público. Depois dele, multiplicaram-se
os casos, sendo mais de 40 do sexo masculino; mais de 62 foram canonizados.
Parece estar comprovado que a estigmatização ocorre somente com extáticos,
sendo precedida e acompanhada de fortes tormentos físicos e morais, tornando
a pessoa muito semelhante ao próprio Jesus crucificado. A ausência de tais
padecimentos é mau sinal já que os estigmas nada mais são que o símbolo da
união com o Divino Crucificado e da participação em seus tormentos.
A existência da estigmatização é atestada por tantas pessoas que até mesmo
os incrédulos admitem a sua possibilidade, ainta que tentem explicá-la de
maneira natural; afirmam que em alguns sujeitos dotados de excepcional
sensibilidade pode ocorrer, por sobrexcitação da imaginação, suores de
sangue parecidos com os estigmas. Contudo, na verdade, alguns resultados
que conseguiram obter são extremamente distintos do que se observa com os
estigmatizados.
b. Sinais para se Discernir os Estigmas
Por essa razão, para se distingüir claramente a estigmatização dos fenômenos
artificiais provocados por certos indivíduos, torna-se necessário prestar
muita atenção às circunstâncias que caracterizam os verdadeiros estigmas:
» 2. OS EFLÚVIOS LUMINOSOS
O estudo de todas essas circunstâncias mostra muito bem não ser os estigmas
um caso ordinário em patologia, mas que neles intervém uma causa inteligente
e livre, que opera nos estigmatizados para conformá-los mais ao Divino
Crucificado.