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A 14 de junho passado, a imprensa divulgava uma matéria sobre AIDS que
merece ser relembrada. Entre outros tópicos, afirmava que "a ciência tem
sobejamente demonstrado a ineficácia dos preservativos para evitar a
propagação da AIDS, como recentemente a própria Organização Mundial de
Saúde manifestou. O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (INMETRO) em dezembro de 1996 teria indicado em um
laudo, a respeito de quatro das marcas profusamente distribuídas em recente
celebração do Carnaval para os usuários".
O Governo Norte-Americano, há poucos meses, dada a proliferação da AIDS e a
catastrófica situação em várias partes do mundo, considerou essa enfermidade
ameaça à segurança do País e convocou o Conselho de Segurança Nacional
(MSC).
A 12 de fevereiro do ano passado, importante jornal de circulação em todo
Brasil publicou uma notícia sob o título: "Instituto resolve recolher do
mercado lote de preservativos reprovados em teste". Tratava-se de um
lote de 1.036.800, importados, da marca Prudence e examinado pelo INMETRO.
A marca é a terceira em venda no Brasil. Há, portanto, camisinhas
ineficazes, embora a campanha fale em "sexo seguro", o que é inverídico.
Jamais se pode, especialmente em assunto vital, negar a veracidade do que
acontece. Cumpriria seu dever o órgão responsável pela segurança das
aeronaves se na hora do embarque, assegurasse que todos chegariam ao
destino sabendo que apenas 95% alcançariam o que lhes foram prometido? E o
que dizer se a porcentagem baixasse?
Levados pela paixão sexual e tranqüilizados pela campanha oficial, muitos
usam o preservativo e se infectam. A mesma propaganda reconhece haver 5%
de possibilidade de falhas. Outros vão muito além. Desta forma diante da
pretensa prevenção dessa pandemia, já atingiu milhões de vítimas. Existe um
movimento promocional de difusão de HIV, e isso ocorre em todo o mundo
sob o patrocínio das autoridades.
Há resistência em aceitar a verdade. Por isso se recorre a subterfúgios.
Assim, o declínio de mortes causadas pela AIDS, em várias partes do Brasil,
é atribuído ao crescimento do uso dos preservativos. Entretanto, omite-se o
outro aspecto: o aumento de infectados. Ele demostra a falsidade do esforço publicitário
baseado no chamado "sexo seguro". O País gasta somas elevadas para a
propagação desses instrumentos e, ainda, maiores despesas com a medicação
para prolongar a vida dos infectados sempre mais numerosos. Louvam-se os
doentes que tem mais anos de vida e omite-se o dano pela difusão da
epidemia, hoje também denominada de pandemia pela grave divulgação em todo
mundo.
Acrescente-se, ainda, o fato de se calar quanto à referência ao único recurso
eficaz, na vigente fase da ciência sobre a matéria: a abstinência sexual.
Caso a campanha afirmasse ser sexo seguro a relação com um parceiro soro
negativo não induziria ao erro. A lei da abstinência, no caso, é lei
natural, não apenas lei da Igreja.
Retardar a morte não é prevenir o contágio. O instinto sexual aguçado pelas
novelas, o ambiente geral de erotismo, a valorização do homossexualismo, a
pedofilia e tantas outras degenerescências, exaltadas como virtudes, dificultam
a resistência ao perigo mortal da infecção da AIDS.
Após um dos últimos Carnavais veio a público o escândalo da importação de
camisinhas de diversas marcas. A soma divulgada era de milhões de dólares.
E reflito no trabalho da Igreja. No Rio de Janeiro através do Ambulatório
da Providência, foram feitos 1980 atendimentos na população de rua, no
último mês, deles 331 soro positivos. Penso na Casa de Apoio Sagrado
Coração de Jesus, que neste em Julho tem 28 internos, 16 mulheres e 12
crianças e na Casa Santo Antônio, que neste mês abriga 21 homens e 8
crianças, no total de 29 internos. E essa mesma Igreja, que tanto defende
a vida, é tão atacada. Sem dúvida, poderão ter passado por estas instituições
vítimas dessa falsa campanha do sexo seguro.
Para nós católicos, nenhum preservativo é lícito. O remédio denomina-se:
observância da Lei de Deus. Para os não católicos, ao menos não fechar os
olhos à realidade que conduzirá a uma radical mudança da exaltação do
erotismo e aceitação de falsas propostas, que levam à morte ou apenas
prolongam a vida.
Merece profunda reflexão no Brasil um trecho da palestra da Dra. Margaret
Ogola, no Congresso Mundial de Famílias, em Genebra, realizado em novembro
de 1999. A Dra. Margaret é Diretora Executiva da "Family Life Counseling Association
of Kenya" e Diretora médica do Hospital Cottolengo para órfãos do HIV
positivos. Diz ela: "Um dos piores aspectos dessa epidemia é a
insistência de países ocidentais em substituir a educação sexual pelo
preservativo, colocando-o como único remédio ou escolha. A distribuição de
milhares de preservativos aqui na África, (tem uma média de falha em 30%),
não tem causado apenas doenças, mas tem quebrado um delicado tabu contra o
comportamento sexual promíscuo. Estas propagandas ocidentais, convenceram
milhões de jovens africanos de que o preservativo é sexo seguro. E a reação
de descrédito e shock desses jovens quando eu, médica, tenho de lhes dizer
que eles se infectaram, que têm o HIV, é de partir o coração. Eles me
perguntam: 'Mas ... não era sexo seguro?'".
Nós, brasileiros, somos obrigados por questão de honestidade, ao menos,
refletir sobre este trecho e não apenas, pura e simplesmente, negar uma
verdade; o sexo com camisinha não é inteiramente seguro. E desperta uma
esperança que multiplica a promiscuidade sexual. Em conseqüência, torna-se
fator de propagação da enfermidade.