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Por exigência das circunstâncias, o bispo diocesano, por dever pastoral não
pode calar-se frente à polêmica, lançada na Opinião Pública, sobre o uso da
camisinha.
A CNBB pronunciou-se claramente reafirmando a doutrina da Igreja: "Do ponto
de vista da moral católica não é aceitável a propagação do uso do
preservativo quando favorece uma vida sexual desordenada, reduzindo a
sexualidade a mero bem de consumo e insinuando que o comportamento sexual,
quando "seguro", é eticamente indiferente" (Encarte do Boletim Notícias,
528).
O Ministério da Saúde que faz campanha sistemática a favor do uso da
camisinha sem nenhuma preocupação com a educação sexual da juventude, atacou
a posição da Igreja, em nota oficial, considerando-a anticientífica.
Esquece-se de que nem tudo que a ciência pode é permitido pela ética, como,
por exemplo, o caso da clonagem humana e tantos outros. Por outro lado, o
uso da camisinha não se justifica, apenas em razão da sua eficiência de 65%
ou 95%. Há que considerar sobretudo seu valor moral. O que é mais da
competência da Igreja que do Poder Público. O fato da Aids ser questão da
saúde pública não justifica a campanha indiscriminada em favor do uso da
camisinha, incentivadora de um mal maior, a permissividade no uso do sexo
que favorece a prática de outros crimes: estupro, adultério...
A nota grosseira do Ministério da Saúde tenta, ainda, dividir a Igreja em
cúpula e bases.
Na verdade, somos todos seguidores de Jesus Cristo.
Importante saber o que ele ensina. Ele não veio para abolir a Lei nos seus
10 mandamentos, mas "dar-lhe pleno cumprimento" (Mt. 5,17). Na doutrina
católica, a relação sexual entre duas pessoas de sexos opostos se realiza no
casamento com dupla finalidade: Uma da procriação e a outra, não menos
importante que tem o significado unitivo como exigência do amor, não admite
interposição de obstáculo com corpo estranho. "O prazer sexual é moralmente
desordenado quando é buscado por si mesmo, isolado das finalidades de
procriação e de união" (Catecismo da Igreja Católica, nº 2354). É um dos 7
pecados capitais conhecido como luxúria.
Os sacerdotes recebem a missão de anunciar o evangelho sem estabelecer
distinção entre o que pensam e o que ensina a Igreja em questões de fé e
moral. Devem pensar, viver e testemunhar o que a Igreja ensina. Devem
demonstrar o maior carinho com os aidéticos, sem discriminá-los na
comunidade. Condenar o pecado não impede amar os pecadores como Jesus Cristo
nos ama.