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O espiritismo nega textualmente a inspiração divina da Bíblia, ensina que o
registro bíblico não deve ser tomado literalmente.
Eis o que Kardec diz a respeito das Escrituras:
Léon Denis, outra autoridade do espiritismo, assim se expressa sobre o valor
da Bíblia:
Assim, o espiritismo, através de suas maiores autoridades, nega a revelação
divina encontrada nas Escrituras, relegando-as ao nível de uma mera
compilação de fatos históricos e lendários. É curioso, entretanto, que
querendo dizer-se cristão, o espiritismo freqüentemente lance mão das
Escrituras, citando-as com profusão quando lhe convém.
Isto significa que para os espíritas não faz diferença se a Bíblia é ou não
a Palavra de Deus - desde que possam usá-la quando desejam dar à sua crença
uma aparência cristã, ou seja, citando passagens isoladas que parecem dar
apoio à teorias espíritas. Quando, porém, o ensino claro das Escrituras
refuta essas mesmas teorias, dizem então que elas não são a inerrante
Palavra de Deus pela qual devemos testar o que cremos.
Portanto, o espiritismo não é uma religião cristã, pois nega a inspiração do
Livro que é a base do cristianismo, assim como os seus ensinos. Com o que
concorda o escritor espírita Carlos Imbassy, quando escreveu:
"A Bíblia contém evidentemente narrativas que a razão desenvolvida pela
ciência, não poderia aceitar hoje em dia; igualmente, contém fatos que
parecem estranhos e repugnantes, porque se ligam a costumes que não são
adotados... A ciência, levando suas investigações até a entranhas da terra,
e à profundeza dos céus, tem pois demonstrado de modo irrecusável os erros
da Gênese mosaica tomada à letra, e a impossibilidade material de que as
coisas se hajam passado tal com estão relatadas textualmente...
Incontestavelmente, Deus, que é todo verdade, não pode induzir os homens ao
erro, nem consciente, nem inconscientemente, pois então não seria Deus. E,
pois, se os fatos contradizem as palavras que a ele são atribuídas,
necessário se torna concluir, logicamente, que ele não as pronunciou, ou que
elas foram tomadas em sentido diverso... Acerca desse ponto capital, ela [a
ciência] pôde, pois, completar a Gênese e Moisés, e retificar suas partes
defeituosas" (Allan Kardec, A Gênese, IV, 6, 7, 8 e 11).
"... não poderia a Bíblia ser considerada "a palavra de Deus" nem uma
revelação sobrenatural. O que se deve nela ver é uma compilação de
narrativas históricas ou legendárias, de ensinamentos sublimes, de par com
pormenores às vezes triviais" (Léon Denis, Cristianismo e Espiritismo, FEB,
São Paulo, s.d., 7a. ed., pág. 267).
"O espiritismo não é um ramo do Cristianismo como as demais seitas cristãs.
Não assenta seus princípios nas Escrituras... a nossa base é o ensino dos
espíritos, daí o nome - Espiritismo" (Carlos Imbassy, À Margem do
Espiritismo, p. 126).