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O PURGATÓRIO
Fonte: Lista "Reflexões"
Transmissão: Antonio Xisto Arruda

PURGATÓRIO: [1] Purgante. [2] Purificatório. [3] Lugar de purificação das almas dos justos, antes de admitidas na bem-aventurança. [4] Qualquer lugar onde se sofre por algum tempo. [5] Expiação, padecimento, sofrimento.

É verdade que na Bíblia não se encontra a palavra "purgatório", como também não achamos nela as palavras: "sacramento da Confissão", da "Eucaristia" e do "Crisma", nem mesmo a "justificação". No entanto, a Bíblia descreve situações, estados ou lugares que se identificam com a idéia de purgatório.

Em 2Macabeus 12,43-46, lemos: "Judas, tendo feito um coleta, mandou duas mil dracmas de prata a Jerusalém, para se oferecer um sacrifício pelo pecado. Obra bela e santa, inspirada pela crença na ressurreição... Santo e salutar pensamento de orar pelos mortos. Eis porque ele ofereceu um sacrifício expiatório pelos defuntos, para que fossem livres de seus pecados". Ora, ser livre de seus pecados, depois da morte, pelo sacrifício expiatório, indica claramente a existência do purgatório.

Alguns biblistas percebem a confirmação do purgatório nas palavras de Jesus em Mateus 5,25-26: "Põe-te depressa de acordo com o teu adversário, enquanto estás ainda em caminho (da vida) com ele; a fim de que teu adversário não te entregue ao juiz, e o juiz ao guarda, e sejas metido na prisão. Em verdade te digo: 'Não sairás de lá, enquanto não pagares até o último centavo'". É claro, que Jesus fala do justo juízo divino, depois da morte. Ora, sair desta prisão depois da morte, depois de ter pago o último centavo, (seja pelo sofrimento próprio, seja pela orações e expiações dos vivos) pode acontecer só no purgatório.

Outra alusão à existência do purgatório encontramos em 1Coríntios 3,12-15: "...aquele, cuja obra (de ouro, prata, pedras preciosas) sobre o alicerce resistir, esse receberá a sua paga, aquele, pelo contrário, cuja obra (de madeira, feno, ou palha), for queimada, esse há de sofre o prejuízo; ele próprio, porém poderá salvar-se, mas como que através do fogo". Também aqui a Tradição Apostólica entendia fogo como purgatório.

Entre outras testemunhas cristãs dos primeiros séculos, escreve Tertuliano: "A esposa roga pela alma de seu esposo e pede para ele refrigério, e que volte a reunir-se com ele na ressurreição; oferece sufrágios todos os dias aniversários de sua morte". (De Monogamia, 10).