»» Artigos Diversos |
Deus escolhe pessoas neste mundo em vista da vida, no céu, após a morte.
Porém, para chegar no céu os escolhidos de Deus, se forem fiéis, devem
passar por grandes dificuldades neste mundo. Deus os protege a qualquer
preço, até enviando anjos para livrá-los milagrosamente da prisão se for
necessário, conforme nos diz a primeira leitura em relação a Pedro.
Herodes prendeu e executou Tiago. Se Deus não libertou Tiago das mãos de
Herodes é porque a missão de Tiago estava cumprida. Pedro também deveria
morrer mártir; mas a missão dele ainda não estava cumprida, por isto
Deus o arrancou milagrosamente das mãos de Herodes. Herodes, que queria
eliminar Pedro, morreu no ano 44, portanto vinte anos antes de Pedro, o
qual morreu mártir por volta do ano 64. A missão, na terra, daqueles que
são escolhidos por Deus é sempre espinhosa, mas ela termina quando Deus
quer e não quando os inimigos querem.
Pedro foi escolhido por Deus para dirigir a Igreja como primeiro papa e,
enquanto ela não se estruturou a ponto de conseguir manter-se unida e
cumprir sua missão no mundo, ele permaneceu à frente dela. Foi sobre a
pessoa de Pedro que a Igreja foi fundada, mas foi à Igreja que Jesus
garantiu que subsistiria até ao fim do mundo: "Em resposta, Jesus disse:
“Feliz és tu, Simão filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue
quem te revelou isso, mas o Pai que está nos céus. E eu te digo: Tu
és PEDRO e sobre ESTA PEDRA construirei a minha Igreja e as portas do
inferno nunca levarão vantagem sobre ELA" (Mt 16,17-18).
As pessoas que têm uma função importante na Igreja, enquanto
permanecerem fiéis, são protegidas por Deus, mas não estão isentas de
dissabores, incompreenções e abandono por parte até dos próprios
colaboradores. No capítulo quarto da segunda carta a Timóteo, São Paulo
confirma isto. Quando São Paulo foi preso alguns colaboradores o
abandonaram: Em minha primeira defesa não houve quem me assistisse.
Todos me abandonaram. Não lhes seja levado em conta (2Tm 4,16). Os
colaboradores podem abandonar aqueles que são perseguidos, mas a
assistência do Senhor será sempre eficaz: "Contudo o Senhor me assistiu e
me deu forças para que, por meu intermédio, a boa mensagem fosse
anunciada plenamente e chegasse aos ouvidos de todos os pagãos. Assim
fui salvo da boca do leão" (2Tm 4,17).
Apesar de São Paulo estar preso e prever a proximidade do martírio, não
esmorece na sua missão de pregar o Evangelho. Pede a Timóteo que lhe
traga os livros e pergaminhos: "Quando vieres, traze contigo a capa que
deixei em Trôade, na casa de Carpo, e também os livros, principalmente
os pergaminhos" (2Tm 4,13). Os livros e pergaminhos serviam para a
pregação; para rezar não teria tido necessidade de material escrito. A
pregação do Evangelho foi o motivo da perseguição e da prisão de Paulo.
Mas ele não desiste. Continua anunciando a verdade sem se importar com
as conseqüências. Parte dos colaboradores se assustaram e o abandonaram,
mas ele não desiste.
Em vez de preocupar-se com a própria defesa, preocupa-se com a pureza da
doutrina, admoestando Timóteo e ser fiel e proteger os membros da
comunidade contra os falsos pregadores que anunciam suas próprias
opiniões em vez de anunciar a verdade: "Porque virá tempo em que os
homens já não suportarão a sã doutrina. Levados pelas próprias paixões e
pelo prurido de escutar novidade, arregimentarão mestres e afastarão
os ouvidos da verdade a fim de voltá-los para os mitos. Tu, porém, sê
prudente em tudo, suporta os trabalhos, pratica obra de pregador do
Evangelho, cumpre teu ministério" (2Tm 4,3-5). Esta previsão de São Paulo
já se verificou ao longo da história da Igreja e hoje também é atual,
porque há muitos que assumem cargos na Igreja e, em vez de preocupar-se
em ser fiéis à palavra de Deus, preferem alimentar as ovelhas de Jesus
com suas próprias teorias.