»» Artigos Diversos |
OS 7 ARGUMENTOS CRUCIAIS DOS MUÇULMANOS... |
» 3. OS CRISTÃOS ADORAM TRÊS DEUSES E DEUS NÃO TEM FILHO
A Trindade é sempre - invariavelmente - a maior pedra de tropeço para
os muçulmanos nos Evangelhos e desvia a atenção de um assunto mais produtivo
para numerosas conversas. Para iniciar, deve ser dito que há somente um ser
que pode compreender inteiramente a natureza de Deus: Ele mesmo.
Contudo, há muitas indicações na Bíblia de seu caráter trinitário.
O Alcorão erra em seu retrato da Trindade ao ter Jesus e Maria
como dois deuses separados, além de Alá: "Ó Jesus, filho de Maria! Não
dissestes aos homens de boa vontade: 'Toma-me e a minha mãe como dois deuses
ao lado de Alá'?" (Sura 5,116); "Como pode Ele (Deus) ter um filho, quando
não tem uma esposa?" (Sura 6,101). Eles, de fato, desacreditaram em quem disse:
"Alá é o Messias, filho de Maria" (Sura 5,17). "Longe de nós retirá-lo de
sua majestade transcendente para que tenha um filho" (Sura 4,171). Este
retrato de cristãos acreditando que Deus tomou Maria como sua esposa, e ela,
com seu filho Jesus, se tornaram deuses separados é uma ofensa aos cristãos
tanto quanto aos muçulmanos, embora haja evidências de seitas heréticas
banidas da Arábia que ensinavam isso no tempo de Maomé (conhecidas como
Mariamia ou Coloridianos).
Quando dizemos que "Jesus é o Filho de Deus", embora queiramos dizer
"Ele é a eterna e incriada Palavra de Deus, sendo Ele igual em tudo e
inteiramente divino", infelizmente os muçulmanos pensam que "Deus fez sexo
com Maria e ela deu à luz a Jesus". É vital não dizer aos muçulmanos que Jesus
é o Filho de Deus; isto não compromete os Evangelhos, já que há muitas
maneiras de afirmar sua divindade sem usar a conveniente, mas inteiramente
mal entendida expressão "Filho de Deus", como vimos acima.
Indicadores úteis incluem a Sura 2,177 na qual a palavra árabe
ibni-sabili significa literalmente filho da estrada, que é traduzida por
viajante - exatamente como Jesus, que não é, literalmente, um filho físico
de Deus, como o viajante não é literalmente gerado por uma estrada. A sura
85,22 é indicada pela maioria dos muçulmanos (sunitas) para significar que
o Alcorão é incriado, existindo com Deus desde o princípio. Se o Alcorão é
a palavra de Deus eterna e incriada, por que há o problema que Jesus, a
Palavra de Deus, seja eterno e incriado? Na verdade, não houve um tempo em
que a Palavra de Deus não existisse, desde que é intrinsecamente uma parte
de Deus. Singularmente, a Sura 4,171 diz que Jesus é a Palavra de Deus e Seu
Espírito, embora em outro lugar o Espírito (em árabe: ruuhim minh) seja
identificado como sendo a verdadeira essência de Deus mesmo (Sura 2,253:
"Nós fundamentamos (Jesus) com o Espírito Santo"; 12,87; 58,22).
No Alcorão, Jesus tem atributos que nenhuma outro ser humano
possui. Ele nasceu de uma virgem (Sura 21,91: quem era o pai de Jesus de
acordo com o Alcorão?) e não tinha pecado (Sura 19,19). Ainda criança,
fez pássaros de barro e soprou neles a vida, sendo, porém, o dom da vida
algo que somente Deus podia dar (Sura 3,49; esta história primeiramente
apareceu no Evangelho herético de Tomé, no segundo século de nossa era); Ele
curou homens que nasceram cegos, curou o leproso e ressuscitou um morto;
tinha conhecimento do que estava escondido nas casas dos homens (Sura 3,49).
tinha o poder de interceder (Sura 3,45: "um daqueles que foi elevado junto
a Alá"), contudo, somente Deus pode interceder (Sura 39,44). Ele podia
perdoar pecados (Sura 61,12) e conhecia, só Ele, a hora do Julgamento (Sura
43,61)!
Um muçulmano poderá reclamar que na Bíblia nunca Jesus disse
explicitamente que era Deus (e realmente não o fez). Contudo, a evidência
estava presente e Ele deixou ao povo conjeturar suas próprias conclusões. A
Bíblia nega categoricamente que haja mais de um Deus (Dt 6,4: "O Senhor teu
Deus é um só"; este versículo está citado em Mc 12,29; v. tb. Jer
2,19)). Contudo, a palavra hebraica echad insinua a todos uma
pluralidade. Por exemplo, é usada no Gn 2,24 ("os dois devem ser uma só
carne"). Deus fala no plural, por ex.: "Façamos o homem à nossa imagem"
(Gn 1,26) e, contudo, não há nenhum "Nós majestático" em hebraico. No Gn 1,2-3
lemos as três pessoas da Trindade em ação: Deus, Palavra e Espírito. E
em Mt 26,19, Jesus nomeia essas três pessoas.
Jesus tem o poder não somente de curar, mas de perdoar os pecados,
e já que nós pecamos somente contra Deus, quem tem a autoridade de perdoar os
pecados senão Deus (Mc 2,7)? Qual outro Deus pode pedir que nosso amor por
Ele seja tão exclusivo que todo outro nosso relacionamento pareça ser ódio
se a ele comparado (Lc 14,26)? Já que Deus ordenou o Sábado, somente Deus
pode ser o Senhor do Sábado, e, todavia, Jesus usa esse título aplicando a
si mesmo (Mc 2,28). Jesus nos transmite o juízo sobre nosso destino eterno
(Mt 25,32, Jo 5,22) e estará conosco para sempre (Mt 28,20). Ele diz que é
o bom pastor (Jo 10,11), contudo Deus é nosso Pastor (Sl 23,1). Ele é a Luz
do mundo (Jo 8,12), contudo Deus é nossa luz e nossa salvação (Sl 27,1). Ele
aplica o santo nome "EU SOU" de Deus (Ex 3,14) a Ele próprio (Jo 8,58), e quase foi
apedrejado por blasfêmia. Em seu julgamento, quando interrogado pelo Sumo
Sacerdote se Ele era Filho de Deus (um título messiânico, mas não
automaticamente um título que implica na divindade, como Jesus destacou em
Jo 10,34-36, Jesus respondeu : "Eu sou. E vós vereis o Filho do Homem
sentado à direita do Todo Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu" (Mc
14,62). Esta é uma referência direta a Dn 7,13-14, na qual ao Filho do Homem
é dada toda a autoridade e todos os povos o adoram. Foi essa inequívoca
reinvidicação de divindade que foi considerada base suficiente para
sentenciar Jesus à morte. Embora os muçulmanos tenham o problema de aceitar
que Jesus morreu realmente (v. Questão nº 5), não há
realmente como negar que Jesus foi, de fato e no mínimo, sentenciado à morte.
Quando um muçulmano diz que não há Trindade está limitando Deus,
já que Deus é capaz de todas as coisas (Sura 5,17-19). De fato, na Sura
27,8, lemos que Deus apareceu a Moisés numa sarça ardente (Ex 3,2). Seu Deus
pode baixar-se a si mesmo a ponto de aparecer a Moisés como um fogo,
certamente Ele poderia humilhar-se a si mesmo e aparecer como um homem (Fil
2,7); além disso, o ser humano é muito mais digno que o fogo. A questão,
então, não é se Deus pôde se tornar homem, mas por que Ele o
fez...