»» Artigos Diversos

PERDOEMOS E PEÇAMOS PERDÃO!
Por: d. David Picão (Bispo de Santos-SP)
Fonte: Informativo "UniSantos" nº 183

Para nós, batizados, os ensinamentos de Jesus em seu Evangelho são fundamentais para a condução de nossas vidas. É claro: ensinamentos traduzidos na vida, postos em prática.

Pela nossa fragilidade, cometemos muitas faltas em nosso relacionamento com o próximo. Faltamos ao amor que Jesus colocou como mandamento principal: Amor a Deus (o primeiro mandamento) e Amor ao Próximo (o segundo, semelhante ao primeiro).

Daí, a conseqüência: assumir o mal feito, arrepender-se dele e pedir perdão.

Na oração perfeita que Jesus ensinou, o Pai-Nosso, dizemos: "Perdoai-nos as nossas ofensas, como nós perdoamos aos que nos ofenderam" (Mt 6,12). Na realidade, além das ofensas feitas a Deus diretamente, nós o agravamos quando atingimos os irmãos, pois todos somos filhos do mesmo Pai que está nos céus. A propósito, o apóstolo Pedro, preocupado com a extensão do perdão, chegou a Jesus e lhe perguntou: "Senhor, quantas vezes devo perdoar ao irmão que pecar contra mim? Até sete vezes?" Jesus respondeu: "Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete" (Mt 18,21).

Estamos para entrar no terceiro milênio da era cristã. Olhando para trás, vemos inumeráveis testemunhos de santidade de milhares e milhares de cristãos. Muitos chegaram a gestos heróicos, como o martírio, para testemunhar sua fidelidade a Deus e a Jesus, seu enviado. Entretanto, essa história vem também marcada por inúmeros erros e infidelidades de pessoas, de comunidades, de povos e nações ditas cristãs. São dois mil anos!

Para melhor celebrar a passagem do milênio, o Papa tem exortado todo o mundo ao pedido de perdão a quantos foram vítimas de ofensas no sentido mais amplo, abarcando mesmo todos os acontecimentos deploráveis.

Esses gestos nascem da profunda convicção de que, sem perdão, não só não nos purificamos devidamente, nem criamos clima de paz, harmonia entre nós, pessoas tomadas singularmente, como também entre os grupos humanos.

Devemos, por conseguinte, pedir perdão e levá-lo ao ambiente familiar e social (no setor do trabalho, da escola, no bairro, na repartição pública, em toda a parte).

Queremos construir um mundo novo, de harmonia, de paz? - Perdoemos e peçamos perdão.